CAPÍTULO 9

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DOMINIC

Eu não sabia o que estava acontecendo com ela e fiquei aterrorizado ao não ter controle sobre isso.

Ela tinha falado sobre o remédio dela, então mandei uma mensagem para minha irmã trazer o remédio dela, um cobertor e duas garrafas d'água. Pedi que viesse correndo.

Não sabia o que fazer. O corpo dela estava suado e queimando de febre enquanto ela tremia violentamente no meu colo. Afastei o cabelo dela de sua pele e o prendi num rabo de cavalo desajeitado antes de depositar meus lábios na sua testa.

- Não me deixe, não agora que eu encontrei você. Por favor, não me deixe.

Sua boca soltou um gemido suave e isso me encheu de esperança que talvez ela estivesse me ouvindo. Mesmo através da dor dela, que eu sentia como se fosse comigo.

Balancei ela pelo o que parecia ser uma eternidade antes que o farfalhar na mata me chamasse atenção e Scarlet e minha mãe saíssem de lá na forma de lobo com uma sacola na boca antes das duas voltarem e mudarem para a forma humana e irem se vestir.

- O que aconteceu? O que ela tem? O que você fez? - Minha irmã chegou tentando me empurrar para tomar meu lugar perto da amiga dela, mas eu não deixei. Eu não conseguia soltá-la.

- E-ela ela... eu não sei. - Afundei minha cabeça perto do rosto dela e a segurei mais perto. Com medo demais para entender.

Minha irmã suspira e mexe na bolsa antes de estender uma caixinha de remédios dela.

- Esse aqui é o remédio dela. Eu acho que você devia saber de uma coisa antes...

Mas eu não queria saber de nada. Peguei o remédio da mão dela, tirando um comprimido e levei a boca dela junto com um pouco de água da garrafa d'água gelada. Esperando que isso ajudasse.

A princípio, ela ainda tremia e eu fiquei tentado a dar um segundo comprimido. Mas logo as tremedeiras passaram e seu corpo foi acalmando até que seus olhos cansados, finalmente fechassem em exaustão e eu pude finalmente respirar em alívio.

- Ufa! - Soltei quando me encostei na árvore com ela adormecida nos meus braços, eu com a blusa empapada do suor dela e ambos provavelmente parecendo medonhos, mas eu não ligava. Só ficava feliz que ela estava bem.

Minha mãe observava atentamente de longe e eu percebi que ela tinha aquele ar pensativa, quando uma ideia rondava na cabeça dela.

- Fala, mãe. Eu sei que a senhora está pensando alguma coisa.

- Vocês ainda não perceberam?

- O que? - Tanto eu quanto minha irmã perguntamos juntos, confusos sobre o ar misterioso da nossa mãe.

- Ela parecia que... ela parecia que estava passando pela transição. - Ela continuava a olhar a forma adormecida da Luna no meu colo.

Eu e minha irmã olhamos em choque da minha mãe para a Luna.

Não podia ser...

Mas quando eu parei um segundo, percebi que todos os sinais estavam lá. Os tremores, o calor, a febre incessante...

Mas... ela era humana. Não era?

Então... pra que servia esse remédio?

Levantei a caixinha de comprimidos e cheirei. O cheiro de hormônios era forte ali, e tinha outra coisa, algo difícil de achar, algo que eu reconheci de primeira mas...

Não podia ser...

Nesse quebra-cabeça, só apareciam cada vez mais peças e menos solução.

LUNA

Quando eu acordei, a primeira coisa que eu notei foi que eu tinha parado de tremer e me sentir como se estivesse cozinhando de dentro pra fora. Eu estava na casa da Scar, no quarto dela. Deus, eu tinha esquecido a merda que era ficar sem a droga do remédio.

O remédio!

Me levantei rápido demais e não percebi que estava fraca, porque logo me vi deitando novamente.

- Calma, Lu. Calma. Você ainda está fraca. - A voz calma de Scar veio ao meu lado. - Acho que tenho uns minutos com você antes que o macho alfa lá fora voltar. - Ela murmurou e eu olhei pra ela tentando entender.

- Que? - Perguntei ainda meio aérea. Do que ela estava falando?

Não tive minha resposta, porque logo depois Dominic entrou no quarto dela e veio em direção a cama que eu estava deitada.

- Como você está? - Ele perguntou depois de agachar e acariciar o lado do meu rosto delicadamente com a mão grande dele.

Aquela carícia me levou a encarar seus olhos castanhos quase mel e lembrar do que tinha acontecido ontem. Nossa briga, minha raiva dele, ele indo até mim, o beijo, a conversa pela madrugada...

Meu Deus! O que eu fiz?

Me afastei um pouco da mão dele e cheguei um pouco para trás, mas parei quando vi seu rosto se contorcer numa careta brava.

- Eu acho que vou deixar vocês sozinhos. - Minha amiga esperta se levanta e sai do quarto, e eu quase quero ir com ela. Não quero encarar seja lá o que saia disso.

- Por que você se afastou do meu toque? - Ele perguntou irritado antes de se arrumar e sentar  do meu lado na cama, não mais agachado.

Como eu responderia isso?

Que droga eu fiz ontem? Era aquela cachoeira. Ela devia ter algum alucinógeno que me deixou doida e encantada por aquele homem grande, bruto e incrivelmente lindo.

- Olha Dominic, eu lembro do que aconteceu ontem à noite, mas a verdade é que o que acontece ontem à noite, vai ficar lá. Eu não vim aqui atrás de um relacionamento. Eu vim aqui atrás de mim mesma e só.

Ele rosna e eu fico mais apreeensiva. Sério, isso não podia ser normal.

- E se você também estivesse atrás de mim? Você não sente? Não sente essa conexão? - Ele puxa minha mão até o coração dele. - Você não sente o meu coração batendo desse jeito descompassado?

Tento afastar minha mão e acalmar meus nervos.

Conexão.

- Eu não posso mentir e dizer que não sinto atração por você, porque vamos encarar né, você é... você. Mas eu não sei, e eu não tenho essa coragem louca para querer descobrir isso agora.

- Por que você não me dá uma chance de te mostrar então?

- Porque você não me deu uma chance antes.

No momento que eu disse isso, eu queria retirar porque o rosto dele caiu de um jeito que parecia que eu tinha machucado ele, mas era verdade, ele era volúvel demais e eu precisava de estabilidade e segurança, nada que me fazia ser são imprudente que eu esquecia a droga do meu remédio.

- Luna... - Ele faz com a voz machucada e aperta o peito e eu aperto o meu em reflexo.

O que era isso? Por que parecia que eu sentia a mesma coisa que ele? Porque eu estava estava sentindo o que ele sentia?

Eu não queria machucá-lo.

Deus, isso era tão confuso!

- E-eu... eu não sei... - Caramba, por que parecia que eu queria chorar? O que era isso?

Ele balança a cabeça e acena antes de levantar cambaleando como se estivesse com dor e sai dali. Eu aperto meu peito ainda mais como se a dor retumbasse.

Não deixe ele ir. Não deixe ele ir.

O que eu fiz?

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum