CAPÍTULO 4

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Dia dos namorados, então nada melhor do que adiantar o lançamento, não é?
Boa leitura, meus amores!

LUNA

Depois que o irmão da Scar saiu, ela me levou para baixo e me apresentou ao Xavier, ele havia sido criado com ela e com o irmão e era o melhor amigo de Dominic.

A primeira coisa que eu pensei quando vi o sorriso fácil, sociabilidade e óbvio bom-humor foi "como assim?". Dominic era a antítese de Xavier. Ele era escuro de todas as formas, tinha aquela vibração assustadora e era um grande babaca. Mas graças a Deus ele me deixou ficar aqui e agora eu tinha um trabalho e uma casa.

Scar e Xavier me ensinaram as coisas no bar. Mesmo que eu fosse ficar só servindo as mesas, eu aprendi sobre a dispensa e como reabastecer com coisas novas, aprendi sobre a quantidade de drinks e bebidas que serviam e aprenderia aos poucos a prepará-las, me mostraram a lista com os preços das coisas e eu tinha que memorizar aquela lista - o que foi rápido -, e como montar um rápido prato de snacks para as mesas enquanto esperavam os pedidos.

- Quem cuida de tudo sou eu, as vezes Xav ou meu irmão me ajudam, mas principalmente eu, o cozinheiro, Tad e muito raramente, Louise. Essa última só ronda quando meu irmão está por perto, então, graças a Deus que ela não está aqui agora. Por isso que eu te chamei urgentemente, porque a última garçonete, Dona, não pode mais ficar porque os deveres de companheira a chamaram. - Ela disse a última parte revirando os olhos.

- Companheira? - Pergunto estranhando, que antiquado esse termo é.

Ela me olha com os olhos arregalados como se tivesse percebido o que tinha dito e logo ri.

- Pois é, mas é exatamente isso que você vai ver bastante por aqui. Gente antiquada.

Xavier bufa.

- Pare de ser tão negativa e espalhar isso para ela, Let. As pessoas daqui são bem legais e logo você vai ver isso com seus próprios olhos.

- E por que as pessoas da cidade ficariam curiosas em me conhecer? Sou só uma forasteira.

Estávamos os três no bar. Eu e a Scar atrás do balcão e Xavier sentado num banquinho a nossa frente, agora me encarando contemplativo e pega alguns morangos cortados na tábua para os drinks e os coloca na boca.

- Eu acho que você pode ser diferente.

Ele parece meio enigmático ao dizer isso e eu resolvo ignorar. Não queria entrar em nada enigmático ou estranho agora. Queria me alegrar e celebrar a minha vida, e para começar a fazer isso direito, eu precisava avisar a uma pessoa da minha vida.

Pedi um minuto ao dois e me afastei para o canto do bar, puxei meu celular e liguei para o número que eu estava ignorando por um tempo.

Chamou duas vezes antes dela atender.

- Alô?

- Mãe?

Eu senti uma grande bufada de alívio antes que ela voltasse a falar.

- Minha filha! Meu Deus! Como você está? Você está bem?

- Eu estou bem, mãe. Eu já tenho um lugar fixo e um emprego e estou feliz.

- Aonde é? - Ela pergunta com falsa calma e eu sei o que ela pretende. Armar alguma emboscada e tentar me convencer a voltar para casa como se eu fosse uma criança de seis ano e não uma mulher de vinte e quatro.

- Um lugar que me trás paz. E é só isso que você vai saber por agora, mãe. Eu só te liguei pra te dizer que eu estou bem.

- Isso não é justo, Luna! Não é justo! Você é tudo o que eu tenho e eu só quero proteger você!

- Proteger do que, mãe? - Suspiro já cansada dessa conversa que sempre dava as mesmas voltas. - Eu sou uma mulher adulta capaz de lidar com as coisas, mãe. Você precisa ter confiança em mim ou desse jeito nunca teremos um relacionamento feliz. Só iremos brigar.

Ela também suspira.

- Eu posso esperar pelo menos uma ligação todo dia? - E eu sorrio. Não tinha jeito.

- Sempre que eu puder. Te amo daqui até a lua.

- Ida e volta, meu amor. Ida e volta. - E desligou.

Eu respirei aliviada e guardei meu celular no bolso e me virei para o Xavier e minha amiga que me olhavam curiosos.

- Sua mãe? - Ela perguntou curiosa e eu assenti.

- Ela ficaria louca se eu demorasse muito a mandar notícias. Mesmo ela sendo tão rígida e controladora, ela é minha mãe e eu não gosto de deixar ela preocupada.

Minha amiga balança a cabeça concordando.

- Eu te entendo perfeitamente, minha amiga. Eu acho que se eu ficar muito tempo sem dar notícias, meus pais botam o bando todo atrás de mim.

- E com razão, não é, Scarlet? - Xavier olha para ela com a sobrancelha levantada e minha amiga bufa.

- Uma festa ou outra não é motivo de tanto escândalo.

- Uma festa em Las Vegas é. - E eu arregalo os olhos.

- Você foi para Vegas? - Eu pergunto em choque para a minha amiga que da de ombros.

- Eu quis comemorar meus dezoito anos com estilo.

- Esse estilo levou seus pais a loucura e seu irmão e eu a termos cabelos brancos até no saco! - Xavier rosnou em advertência e eu podia ver o motivo pelo qual ele e o Dominic eram amigos.

Os dois tinham um temperamento.

Mas minha amiga também tinha.

Ela se virou e apoiou as mãos no balcão e encarou bem o Xav.

- Não ouse rosnar para mim, Xavier. Não me faça me forçar em você. - Ela rosnou de volta.

- Você pode tentar, mas não vai conseguir, Let. - Ele disse antes de levantar do banquinho. - Amanhã eu volto. Boa noite, Luna. Boa noite, Let.

E saiu.

Eu acenei para ele e me virei para a minha amiga que tinha uma careta no rosto.

- Por que você ficou tão estressada?

- Porque eles sempre fazem isso. Sempre! Tentam mandar na minha vida, criticar cada passo que eu dou, cada movimento que eu faço. Eu sou tratada como se tivesse cinco anos, Lu. Eu estou tão cansada nisso que dá vontade de sair por aí correndo.

Me aproximo dela e a abraço apertado, entendendo melhor do que ninguém o que ela estava passando.

Eu não entendia porque as pessoas da nossa vida não podiam ver que somos adultas e prontas pra viver a nossa vida do nosso jeito e que estávamos prontas pra isso.

Mas iríamos provar para todas elas que estávamos prontas.

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LUNA (Sol da meia-noite #1)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz