Capítulo 21

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CAPÍTULO 21

Finalmente o grande dia da inauguração chegou. E Chegou bem em tempo, pois eu já não aguentava mais esperar. A Ansiedade me consumia por dentro assim como a todos que trabalhavam na 100 Palavras. Naquele sábado, resolvi fazer o que eu não fazia há anos: tirar um tempo para cuidar da minha imagem.

Levantei cedo e segui sozinha rumo ao salão de beleza mais próximo. Pintei as unhas, cortei o cabelo e fiz um penteado que me obrigaria a permanecer estática até o fim do dia para que ele se mantivesse intacto. Li revistas antigas e ouvi muita fofoca alheia em prol de uma boa causa: causar uma boa impressão.

Me depilei, tirei a sobrancelha e o busso. Saí do salão me sentindo até mais leve. Quem me via fazendo o tratamento completo até achava que eu iria casar logo mais a noite. Mas nem sempre é necessário casar para merecer um dia de princesa. Não é necessário nem namorar para isso.

Voltei para o apartamento lá pelas tantas da tarde e tive que ouvir Mel reclamar por não tê-la convidado para o dia de beleza que eu me proporcionei. Mas Mel de manhã é uma pessoa muito feliz e gente feliz me dá ansiedade e nervoso. E eu não precisava disso, pois já estava ansiosa e nervosa o bastante. Além do mais, era óbvio que Mel não precisava tanto quanto eu. Então ela parou um momento, refletiu e acabou concordando comigo. E até agora eu não sei se isso foi bom ou ruim...

Não comprei roupa nova para a ocasião. Iria com uma antiga mesmo porque nunca tive esse problema de repetir roupa. Repetir uma roupa não quer dizer que você seja pobre ou que não goste de comprar novos modelitos. Repetir uma roupa só prova que a roupa é de qualidade e que na sua casa as roupas são lavadas e reutilizadas, e não jogadas fora depois de serem usadas em publico uma vez.

Para a ocasião escolhi uma roupa bem clássica, uma de minhas preferidas: Um vestidinho rosa claro com mangas longas e com detalhes em renda. Meia calça e sapatos de salto pretos para combinar com o cintinho fino em volta da cintura. Um relógio e uma bolsa de mão eram os acessórios suficientes que eu pretendia levar.

Mel escolheu um longo vestido azul escuro depois de experimentar quase 30 peças de roupas. A Cada peça trocada, ela me pedia para olhar para ela como se eu fosse Seth e responder o que eu acharia dela usando aquela roupa se eu fosse ele. Uma atividade nada fácil. Eu dizia que ela estava ótima em todas as roupas, mas ela não acreditou muito em mim, o que tornou o meu trabalho ali completamente inútil e sem propósito. Acabou escolhendo aquela roupa, não pela minha opinião, mas porque chegou um momento em que não restara mais opções.

Logo em seguida, nos maquiamos e fizemos malabarismos para não suar em meio ao clima quente que fazia e manter nosso cabelo intacto mesmo com a presença de ventiladores ligados. Ser mulher é sobreviver a pequenas aventuras todos os dias. Não mais do que 17:30, Tom bateu em nossa porta.

Dirigi-me até lá, com minha cabeça mesclando entusiasmo e ceticismo. Abri a porta e lá estava ele, mais lindo do que nunca. Vestia terno e gravata pretos, o cabelo loiro brilhava tal qual uma luz divina. O sorriso tão lindo quanto o conjunto da obra. Nem lembrava mais que tínhamos brigado. Joguei-me sobre ele e dei-lhe um beijo com vontade. Ele me beijou de volta com ternura e surpresa.

- Uau! – Falou quando finalmente eu o soltei. – Você será a mulher mais linda dessa festa!

- Obrigada pela parte que me toca! – Mel aparecera atrás da gente. Estava com um sapato na mão e aparentemente procurava a outra parte do par. – Eu também vou para a festa, só pra você saber.

- Então, Julia, Com certeza absoluta você será a mulher mais linda da festa. – Tom falou, tanto para atacar Mel, que fez uma careta, quanto para continuar a me elogiar.

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