Capítulo 4

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CAPITULO 4

Por volta das nove da manhã do dia seguinte, a campainha da minha casa soou. Meu pai, que estava na sala lendo seu tradicional jornal matinal e tomando café, dirigiu-se até a porta para abri-la.

- Thomas! Quanto tempo meu jovem! Entre, por favor. – Disse ele ao dar de cara com Tom.

- Tudo bem senhor Hale? Desculpe incomodar tão cedo.

- Imagina rapaz, não é incomodo nenhum. Eu gosto muito de você. Se o clima parece estar difícil agora não é culpa sua. Você já deve saber que Julia está querendo se mudar. Querendo não, ela VAI se mudar. Já arrumou todas as coisas, agora vai ter se mudar porque senão vai dar um trabalho ter que arrumar tudo de novo. E você sabe como são as mulheres, orgulhosas por natureza. Olha, eu faria muito gosto que Julia morasse com você. Vocês estão namorando?

- Não! Não, senhor Hale. – respondeu Tom completamente embaraçado. - Seria legal que ela morasse lá em casa, porém não há muito espaço. Mas é exatamente por isso que eu estou aqui tão cedo. Encontrei um lugar para ela morar.

- Encontrou? – Minha mãe entrou na conversa. Ela já estava de saída para a academia, mas não pode sair sem saber mais detalhes.

- Encontrei. É no meu edifício também. Se ela gostar do lugar e concordar em morar lá, seremos vizinhos.

- Que bacana! – Meu pai exaltou a notícia. - Gosto da ideia. Mas não vamos segurar o rapaz aqui. Alicia, chame Julia para conversar com o Thomas.

- Ok. – Mamãe dirigiu-se silenciosamente até o pé da escada que dava para o andar de cima de nossa casa, onde ficam os quartos, e gritou a plenos pulmões - JUUUUUUUUULIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!! VOCÊ TEM VISITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA.

- Alicia, se fosse para gritar daqui eu mesmo tinha chamado.

- Estou atrasada para a academia Carlos Alberto. Tchau Tom! Mantenha-me informada sobre tudo, ok?

- Desculpa viu Thomas, essa casa é de pernas para o ar mesmo. E Olha que ainda não são nem 10 horas. Falando nisso, você quer tomar um café, comer um pão, um bolo quentinho que eu mesmo fiz? Porque você sabe, Thomas, quando a gente se aposenta só nos resta procurar novos talentos dentro de nós mesmos. Eu descobri que sou um exímio cozinheiro, você acredita? Todo dia eu faço uma receita nova. Claro que algumas não saem como o esperado que se saia, mas outras ficam ótimas. Esse bolo, por exemplo, ficou ótimo, eu garanto.

- Tom! Tomara que seja um assunto muito bom para você me tirar da cama antes do meio dia em um sábado – disse eu, no alto da escada. Estava vestida do mesmo jeito que ontem, pois tinha dormido assim. Sequer tinha tomado banho ou penteado o cabelo. Coloquei apenas meus óculos e segui a direção do grito que chamara meu nome.

- Julia, isso é jeito de tratar o rapaz!

- Pode deixar senhor Hale. Já estou acostumado a ser recebido com pedras pela sua filha. Vou conversar com ela se o senhor me permite. Podemos marcar nosso café da manhã para outra ocasião, se o senhor ainda quiser, é claro!

- Com certeza Thomas. Olha que rapaz educado, Julia Hale. Você tem que andar mais com ele e trata-lo melhor.

Fiz uma careta. Thomas deu as costas ao meu pai e subiu as escadas sorrindo para mim, que, naquele momento, estava muito mal humorada. Direcionei-o até meu quarto e fechei a porta para que não ocorresse nenhuma perturbação.

- Seu pai fala tanto e tão rápido que eu fico sem fôlego só de ouvir. Como ele consegue? – disse Tom ainda sorrindo.

- É um dom, eu acho. Mas e ai, me conta o que você tem de novo para mim!

Querida Folha em BrancoWhere stories live. Discover now