Colapso

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  Uma tempestade parece preparada para se apossar do céu, nuvens extremamente escuras começam a preenchê-lo.
Todos estão a postos, lutar ou morrer é o único lema. À espera todos permanecem oscilando no clima ventoso.
Asas começam a ruflar sobre as cabeças deles, seres enormes e medonhos, demônios sedentos por sangue. O sinal de que o clã dos Tiranzuh se aproximam com instrumentos mortais. Um lado de sair vitorioso, não importa quantos viverão para contar vantagens, mas, uma coisa é certa, não será uma batalha fácil, mas sem dúvidas uma verdadeira chacina.
Uma guerra sangrenta, voraz e sem um fim predestinado está prestes a começar, enquanto milhares de demônios encapuzados se formam em guarda um atrás do outro há metros de distâncias da alcatéia e de Megan.
Os animais voadores planam e em alta sincronia aterrissam à frente do clã, verdadeiros seres das trevas com olhos esbugalhados e vermelhos, sem alma, repletos de ódio e fome mortal, patas de fera e garras de águias, rabos como de serpente com uma espécie de osso na ponta, asas como as de morcegos, o couro da face enrugado como se estivesse se deteriorando, os dentes à mostra como os de grandes animais selvagens, suas aparências são baseadas nos verdadeiros monstros retirados dos contos de terror, mistura de cachorro com dragão, suas colorações são numa tonalidade de vermelho sangue e preto, suas costelas prestes a rasgar suas peles e saltar para fora, pitorescos e inojadores.
os membros do clã são figuras também medonhas, porém suas formas são opostas. Sob suas capas pretas se é possível enxergar suas poucas características, que não são nada agradáveis de se ver. Homens e mulheres castigados pela fúria da natureza e por forças supremas.
Suas faces são deformadas, piercing espalhados pela mesma, com dentes de marfim saltando para fora da boca enorme, orelhas de doendes, nos braços se exibem músculos a ponto de romperem sob a pele de tão grande e espesso, suas vestimentas são inadequadas para seus tamanhos, eles estão descalços, em suas mãos sustentam uma espécie de manopla e nelas ostentam sob o último raio de sol grandes armas mortais. Armas impossíveis de serem pêgas por homens de verdade. Em seus olhos ardem uma sede insaciável de morte.
Prontos para o ataque, os lobos da alcatéia esperam pela ordem de Travel, que passa a ficar diante deles, mantendo Megan sempre atrás de si.
Uma chuva incessante insiste em cair sob toda clareira.
O homem no comando do clã dá um passo à frente, ergue sua manopla e diz alto e claro:
- Eu quero a garota! Não quero luta, não quero sangue, anseio pela escolhida!
- Você quer, vem pegar!
Lança Travel uma resposta rasgante na direção dos monstros.
- Você não me parece ser o alfa! Onde ele está? O quê? Não me diga que não teve coragem de embarcar na nossa aventura?! Não é tão grande para nos enfrentar de frente?! O quê houve?! Por quê se escondeu?! Não eras considerado o imbatível, onde está toda essa bravura neste momento?! Nunca achei que Trevon seria tão baixo a ponto de mandar sua escolhida escoltada por pobres lobos que não me metem medo, achei que fosse um pouco mais confiante de si mesmo!
O mostro parece gritar e estar ciente de ter alguém em outro ponto da floresta o ouvindo.
- Ei! Por quê não vem aqui e fala o mesmo para mim?! Vem aqui, fala comigo, neném!
Afronta Travel.
- Não sei se sabe, mas eu tenho um pequeno detalhe em mãos, eu poderia deixá-lo por último, mas não teria a menor graça lutar sem ter um incentivo, não concordam?!
- É o Kay! A gente tem que tirar ele de , Travel!
Megan se desespera ao ver seu amigo preso em correntes e inconsciente.
- Parece que se importa, moça... Tenho um trato para fazer com você...
- Megan, me ouça, se você for até eles vão matá-la.
Travel olha para Megan e à segura pelos ombros.
Megan choraminga:
- Ele é meu amigo, Travel!
- Que se dane! Ele pode morrer, você não.
- Não consegue ver que está fazendo a bela moça chorar?!
O monstrengo parece achar graça da cena.
Megan de desvencilha das mãos de Travel e avança sobre a neve até estar próxima dos Tiranzuh, um metro, ela evita contato visual, ao olhar para trás Megan vê Travel avançar um passo à frente, mas mantendo distância.
Megan diz, demonstrando não temer o inimigo:
- Eu ordeno que soltem ele!
- É isso?! Desculpem, acho que nos precipitamos! Você nem é grande o suficiente para nos enfrentar de frente, moça. Mas, veja bem, eu deixo que corra, corra o quanto puder e não olhe para trás, porque se olhar eu vou acertá-la com este machado e garanto a você que eu não costumo errar. O quê você me diz?
- se ferrar!
- Ora, ora! Não era bem essa atitude que eu esperava.
- Veja como fala!
Um mostrengo atrás do chefe parece se doer. Megan nota que os outros não parecem ter facilidade em pronunciar certas palavras e nem muito menos entender tudo que ela diz.
Megan se dirige com o olhar para o tal líder do clã e diz:
- Eu posso dar o que você quer.
- Faça-me rir, pobre menina!
- Ela o traiu no passado, você quer se vingar, eu posso garantir que terá sua satisfação.
- O quê você sabe sobre isso?
- Eu não sei. Mas todos temos uma revolta oculta e você não poderia ser diferente. Olha para você, um homem sem medo do perigo, um perfeito causador de...
Ele avança na direção de Megan, fazendo-a se calar.
Travel ameaça de avançar, mas Loba segura seu braço, dizendo:
- Ela sabe o que está fazendo.
O monstro encara Megan à centímetros, seus olhos são sem vida.
- Por quê disse isso?
- Eu sei quem você é por dentro. Eu sei que você quer voltar para elas. Sei também que não quer me matar, não quer me separar de quem eu amo.
- Você deveria se calar.
- Olhe para o seu clã e olhe para aqueles pobres lobos, que tipo de vantagem teriam?
- Lobos são espertos e você também é... Matem todos!
- Não! Por favor, espere.
- Não tente me enrolar, ainda não percebeu que suas investidas não funcionam comigo, porque eu sou vazio por dentro, onde deveria haver um coração batendo simplesmente está vazio e solitário, agora vocês não, você principalmente, eu consigo sentir o seu calor, sinto o seu coração acelerado, seus sistema nervoso está prestes a falhar e deixá-la na mão. Não é da minha natureza deixar uma alma restante vagar por sem direção.
- Não pode me matar. Você não iria gostar de provar do meu sangue, ele é tão corrosivo, não tem atrativo.
- Saberei assim que cortar seu pescoço e deixar o fluxo correr no branco da neve.
- Você não pode ser assim.
- Não posso?! Olhem para esta pobre alma! O quê você está querendo me dizer, menina?
- Eles estão sofrendo o suficiente com o exílio do alfa deles, não acha ser muito?
- Não. Você é o que mais faria falta. Eu quero atingi-lo onde mais dói e para isso, matarei você e quem mais entrar no meu caminho.
- Ótimo, em frente. Faça isso. Não seja idiota.
- O quê foi que você disse?!
- Eles não me querem por perto, eu nem sequer consigo fazer nada sem ser julgada por eles, acredita que cruzei o riacho sem permissão?
- Você fez o quê?!
Travel encarando à distância aquela cena, pergunta:
- O quê ela está fazendo?
- Causando uma distração.
- O quê?!
Travel olha para Loba e percebe sua serenidade.
Megan agora insistindo em olhar o ser das trevas nos olhos, continua:
- Eu vou ser morta pela híbrida a qualquer momento, ela ainda não me perdoou pelo fato de ter sentido o real cheiro do prometido dela.
- Pelos filhos de Poseidon! Você literalmente burlou as regras do tratado.
- Regras absurdas não se cumprem.
- Nenhuma outra escolhia faria o que fez.
- Eu não sou tão inútil quanto pensam.
- Você precisa vir comigo. Meu reino é seu reino. Poderá ser quem quiser, terá tudo que desejar. Basta seguir comigo. Venha comigo e eu não machucarei a alcatéia.
- Quem me garante?
- Você é a garantia.
- Eu tenho algo bem melhor para lhe oferecer.
- O quê?
Megan estende a mão para tocar a face do monstro, ele parece temer seu toque, o monstrengo está desarmado.
Megan pergunta:
- Me diz seu nome?
- Para quê quer saber?
- Diga o seu nome.
- Caar.
- Bem, Caar... Isso vai doer um pouquinho.
Um choque de emoções atravessam Megan e recaem sobre os pensamentos vagos do chefe do clã.
Um mar de lembranças do passado invadem o ser amargurado, seus olhos estão fixados nos de Megan, que faz tudo que aprendeu quando foi de encontro ao chamado. Ela lhe dá uma visão da magnitude do seu poder, mostra-lhe que apenas ela com o poder da Sabre pode derrotar todos os membros do clã.
Em sequência de segundos, Caar começa a se converter em um holograma, sua face masculina detrás de toda aquela máscara de demônios começa a surgir. Ele está deslumbrado, está hipnotizado numa sequência de ilusões imaginárias.
Mas Caar é tirado dos devaneios, quando uma mulher salta à frente dele jogando Megan a metros de distâncias.
- O quê você estava fazendo, maldita!?
- Distraindo você.
Seres de luz começam a submergir da neve e atacá-los. Os lobos se disparam na direção deles. Eles se contra-atacam.
Megan percebendo o temor nos ataques dos lobos e vendo que metades deles foram abatidos e que suas pelejas são inquietantes, ela imediatamente se recompõe e começa a gritar desesperadamente, seu grito simultaneamente chega aos ouvidos dos cães que começam a cair no chão e a rolar, estão incapacitados de se defenderem.
Achando um fruto do pinheiro apodrecido ao chão, Megan o pega e o leva até seu antebraço, cortando-se.
O cheiro do sangue pingando na neve e o fluxo aumentando a cada pingo, atiça o olfato apurado do clã, eles param de lutar e encaram Megan, prontos para devorá-la.
Ela recua alguns passos para trás e de repente, de onde saído não se é visto, um par de asas plana em volta dela e à ergue no ar. Kay se livrou das correntes.
- O quê você fez, Megan?!
A voz de Kay é trêmula.
Megan diz:
- Eu precisava ajudá-los.
- os deixou com mais raiva.
- Eu preciso ir até o outro lado do riacho, tenho que olhar o que há dentro da choupana.
- Tempo é tudo que não temos.
- Eu não estou conseguindo acessar minha mente para pegar a Sabre, gastei toda energia distraindo Caar. Mas se eu conseguir entrar no casebre, talvez consiga ver o dono dos sete reinos novamente e quem sabe ele nos ajuda.
Kay voa mais alto para poder ter uma visão ampla de toda clareira e percebe um vale logo adiante, basta cruzar o lado oeste da clareira, o riacho está a aproximadamente dois quilômetros dali.
- Se conseguirmos fazê-los cruzar o lado oeste da clareira e fazer com quê os lobos levem todo o clã para o bosque, teremos vantagens quando atingirem todo vale, eles perderão energia enquanto correm e não são tão rápidos quando cansados. Teremos alguns instantes até o outro lado do riacho.
- Amm... Me desça um pouco mais.
Megan se telecomunica com Loba, Travel e com todo o resto do bando.













A ESCOLHA DO LÍDERWhere stories live. Discover now