Reflexão

1 0 0
                                    

Megan acorda pela manhã, feliz por estar na casa de seus pais, ela está tomada banho e dentro de uma calça moletom cinza, meias e blusa de mangas longas, seus cabelos estão escovados, ela sai do quarto. 
Está chovendo.
Ao arrastar-se para a cozinha, Megan  vê que o café está quase todo servido por seu pai.
Megan diz:
- Bom dia, pai!
- Oi. Bom dia! Como está se sentindo?
- Acho que nunca me senti tão bem.
Megan dá um beijo no rosto de seu pai e se vira para servir-se de um copo com leite.
Ela puxa uma das banquetas sob à bancada e se senta, perguntando:
- E a mamãe?
- Está no banho.
Marcelo está terminando de preparar algumas panquecas.
Megan desdenha de uma ironia, recordando de nunca ver seu pai preparando qualquer comida:
- Pelo visto ainda se recorda de como manusear um fogão!
- Eu ainda sirvo para muitas coisas.
Megan sorri, enquanto ele retira as panquecas no fogo e derrama alguns fios de mel sobre elas.
Nathália sai do quarto e caminha pelo corredor com uma certa dificuldade.
Marcelo dá uma meia corridinha até ela e diz:
- Deixa que eu te ajudo.
- Obrigada.
Enquanto beija seu rosto, ele à senta ao lado de Megan, perguntando:
- Quer café?
- Quero. Por favor.
Marcelo preenche uma xícara de café para Nathália, que está mais apresentável esta manhã.
Megan à olha, perguntando:
- Está se sentindo melhor, mamãe?
- Estou, meu bem. Eu até pensei que tinha sonhado com você na noite anterior, mas agora estou vendo que não.
Marcelo cruza os braços sobre a bancada e pergunta:
- Sua mãe não é a mulher mais encantadora que você conhece, Megan?
- Com certeza!
- Está vendo, eu disse a você, Nathália. Sua mãe não acredita quando digo isso à ela, Megan.
- Não é por , Marcelo.
- Meu pai está certo, mãe.
Uma voz acompanhada por uma silhueta magra se aproxima, dizendo:
- Sr. Homefild? Se o senhor não se importar, eu estou indo para casa.
- Tudo bem. Obrigada por hoje, Daniela.
- Faço com gosto. Tenham um bom dia!
- Ah, esta é a nossa filha, Daniela. Megan.
Diz Marcelo apontando para Megan.
A mulher estende a mão educadamente e sorri, dizendo:
- É um prazer, senhorita. Sua mãe fala muito de você.
- O prazer é meu.
Diz Megan.
Com simplicidade a mulher sai da casa.
Megan pergunta:
- E essa quem é?
- Uma enfermeira. Seu pai insistiu em contratá-la.
- Não foi insistência, estou apenas sendo cuidadoso com o que é meu por lei.
Marcelo aponta para a aliança em seu dedo e sorri.
Megan sorri pela cena.
Marcelo diz:
- Desde que nos mudamos para cá, sua mãe vem achando que não sou o cuidador universal dela e que também não sou o mais próximo que ela chegará do responsável legal por zelar de sua integridade.
- Seu pai anda assistindo muitas séries policiais e também críticas amistosas como por exemplo... Oprah.
- Não acredito, pai! Você também?! O quê houve com todo aquele preconceito sobre apenas homens inseguros perderem seus tempos com esse tipo de descontração?
- Isso não significa nada. Eu estava casualmente trocando de canal e o controle travou e não saía daquele divertimento.
- Divertimento, pai? Isso é sério?
- Foi uma vez. Duas, até três. Mas não passaram de vezes.
Megan não contém o riso.
Marcelo pergunta:
- Está rindo do quê?
- Imaginem a repercussão e a popularidade que teríamos. #Marcelo Homefild, o homem que se diz o mais culto dos séculos, de repente passa a se vangloriar por ser fã universal da Oprah!
- Vão, vão caçando.
- Pai, isso é bem bacana.
- Com certeza é.
Nathália acrescenta.
Marcelo diz:
- Vocês duas vão ver quando eu chegar na TV e fazer de todos os homens inseguros, homens capacitados.
Megan e sua mãe estão aos risos.
- Eu tenho que sair. Pode ficar com sua mãe, Megan?
- Posso.
- Eu não vou demorar.
Marcelo um beijo em Nathália e em seguida sai da casa.
Megan pergunta:
- Como meu pai tem tratado você, mãe?
- Ele tem tido muita paciência comigo.
- Que bom. Me deixa feliz.
- E você, meu bem?
- O quê?
- Como está se sentindo? Como tem se virado?
- Não é fácil sair da casa dos pais e fingir demência.
Nathália sorri.
Megan diz:
- Eu não sabia o que estava esperando encontrar, mas quer saber, eu até gosto do que estou vivendo.
- E o quê você está vivendo?
- Uma loucura atrás da outra, mãe.
- Não deixe que isso se torne irresponsabilidade.
- Longe disso, mãe.
Nathália caminha para a varanda, Megan à segue com o olhar e leva as louças em cima da bancada para a pia pronta para lavá-las.
Em seguida, Megan se senta ao lado da mãe, perguntando:
- Ainda quer ter aquela conversa, mãe?
- Sobre o quê?
- Garotos.
Nathália abre um sorriso avassalador e diz:
- Não me diga que...
- Eu conheci alguém, quero dizer, ele me achou por aí.
- Onde? Quando?
- Na minha festa de aniversário. Ele queria entrar como penetra.
- Ah, é? Qual é a idade? Como se chama? Onde mora? Gosta dele? Vamos, me conte tudo!
- 22 anos. Se chama Trevon. E eu acredito que gosto dele.
- Acredita?
- Sim, eu ainda estou em fase de adaptação aos costumes dele, entende? Os gostos dele são totalmente incompatíveis aos meus, mas fora isso, está tudo bem.
- Incompatíveis? Quer um conselho, meu bem?
- Óbvio que sim.
- Não deixe essas incompatibilidades interferir entre vocês dois.
- Tem mais uma coisa. Ele ainda parece meio cauteloso, é como se ele sentisse que fosse me machucar. Sempre que eu toco nele, sempre que eu quero me aproximar ele fica rígido, fico duro feito uma pedra, ele não tem reação sob meus toques.
- Como você se sente quando estão juntos, principalmente sobre essa cautela dele?
- Querendo ou não, eu me sinto segura de certo modo. Sei que ele não pensa somente em sexo, ele não me vê como uma garota qualquer, uma garota que ele arranjou para curtir uma noite e jogar fora no dia seguinte, ele não quer estar comigo por estar, ele quer fazer tudo de uma forma mais legal possível.
- Estou vendo que ele vai agradar seu pai.
- Exatamente o que eu pensei.
- E quando vai nos apresentar?
- Em breve, espero.
- Ele tem um irmão...
Nathália à olha, perguntando:
- Um irmão? E o que tem ele?
- Você não tem noção do quanto ele é um homem e tanto, mãe. Ele não é de pouca coisa, eu não estou exagerando, ele é uma areia daquelas melhores possíveis para alguém que possui apenas um carrinho de mão.
Nathália não se contém a rir, perguntando em seguida:
- Será que ele é tudo isso?
- Não tenha dúvidas, mãe. Ele é muito atraente.
- Até mais que o irmão?
- Aí está, mãe. Eu não consigo fazer essa distinção.
- Não faça.
- Como não?
- Megan, eles vão dar um sinal. Eles sempre dão. Vá por mim.
- Sinal?
- Preste atenção em como eles ficam em relação a você, procure sempre observar o modo como eles sorriem, olham, as ações, o modo de falar, as decisões que tomam em relação a você, o que eles fazem para chamar sua atenção. Tenho certeza que logo terá sua resposta. E sobre você não saber quem ama, tenha calma, não queira fazer tudo às pressas, deixe tudo acontecer naturalmente.
- Pode não funcionar comigo.
- Pode não funcionar mesmo, mas  todas as coisa vão se alinhar conforme o tempo.
- Tem um porém.
- Qual?
- Ele tem uma filha.
- Quem tem uma filha?
- O irmão do Trevon.
- E a mãe?
- Você não vai acreditar.
- Tenta.
- Dr. Lina Mettviski.
- Eu não acredito!
- Ela os deixou. Bom, eles pensavam que ela havia morrido.
- Que maluquice é essa, Megan?!
- Aquela mulher é uma louca, mãe. Ela abandonou uma filha de seis meses com o pai e nem se importou em dar satisfações a ninguém.
- Como uma pessoa assim é capaz de abandonar uma filha, um bebê indefeso?
- Eu também pensei o mesmo. uma desalmada e sem amor próprio chegaria a tanto.
- E as terapias que nós duas fizemos?
- Infundadas. Ela sumiu da cidade, não aparece para trabalhar já faz um bom tempo.
- Misericórdia!
Nathália está incrédula.
A campainha soa.































A ESCOLHA DO LÍDERWhere stories live. Discover now