Novo Mundo

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Megan está diante de uma mansão de dois andares, um tanto afetada pelos anos, porém que esconde um certo charme por trás das heras que recobrem parte de suas paredes.
A Loba à guia até a porta, que visivelmente aparenta ser pesada ao que é empurrada, abrindo-a.
- Seja bem-vinda!
- Loba, onde nós estamos?
- Não é seguro que saiba.
- Por quê não?
- Porque o líder não quer correr o risco de você fugir.
- começamos com novidades!
Megan percorre os olhos pela casa imensa, elegante a tirar pela antiguidade exposta.
- Quem vive aqui?
- O líder. Alguns apoiados e agora você.
- Tudo bem. E você?
- Minha casa é mais ao sul. Bom, pode ir me visitar.
- Você não pode ficar por perto?
- Na verdade, não. Mas sempre que precisar estarei aqui.
- bom.
Megan ouve passos vindos na sua direção, ao virar-se o mesmo homem com o qual discutiu em sua festa, horas atrás.
- Menina. Eu disse que você viria.
- Eu disse que não fugiria. Mesmo que eu tenha sido obrigada.
- Que eu saiba, veio por vontade própria. Garanto que a Loba não pôs uma faca em seu pescoço.
- Foi por pouco que não o fez.
Loba sorri.
O líder com sua elegância e formalidade, diz:
- Pode ir, Loba.
- Como queira.
Megan o olha e pergunta:
- Ela não pode ficar?
- Não, ela não pode.
- Está bem. Nos vemos amanhã, Loba. Eu acho.
- Nos vemos daqui a pouco, Megan.
Diz Loba, antes de virar-se e sair da casa.
Megan coloca as mãos no bolso do casaco e pergunta:
- E agora?
- Está com fome?
- Não.
- Eu não acredito em você. Quem não estaria com fome às cinco da manhã?
- legal. Eu estou com um pouco de fome.
- Venha.
Ela o acompanha pela casa espaçosa e cada vez mais aconchegante.
- O quê foi? Achou minha casa antiquada?
- Não é isso. Sua casa é bacana, eu gosto dela, mas é que...
- Ela é velha. Acha que não combina comigo?
- Você está pondo palavras em minha boca. Sua casa é legal, mas, eu esperava outra coisa.
- Do tipo?
- Do tipo que combinasse com seu modo de se portar, está entendendo?
- Estou. Esta casa é tudo que tenho para nos manter protegidos, ela é apenas uma fachada para os líderes viverem em uma espécie de, abre aspas, "Falso hábitat". Fora isso, ela nos oferece proteção.
- Espero. Eu não saí de casa à toa.
Megan se senta próximo ao líder na mesa repleta de aperitivos.
- Fique à vontade, menina.
- Poderia me chamar de Megan? Eu não me sinto bem quando me chamam de menina ou de Meganzinha.
- Uma tarefa tanto quanto incoerente.
- Só faça do jeito que estou pedindo, por favor.
- Como queira.
- Como devo chamá-lo?
- Líder está bom.
- Aposto que o seu nome deva ser daqueles que causa remorso em quem o têm.
- Pense assim, se quiser.
- Eu vou pensar sim.
Um homem vaidoso, mas que se é visto como um jovem logo de cara, se aproxima:
- Líder?
- Diga.
- Os demasiados anseiam por uma reunião do congresso.
- Diga para se prepararem, logo estarei a caminho.
- Como queira.
O belo rapaz anda de cabeça baixa para fora da presença do líder e de Megan.
- O quê foi?
Pergunta o líder percebendo os olhos de Megan sobre ele.
Megan pergunta:
- "Como queira" é o termo usado a seu respeito?
- Talvez seja.
- Está bem.
- Eu tenho uma acaristia agora.
- Uma o quê?
- Acaristia. Reunião dos seguidores.
- Ah.
- Você ficará bem. Leônidas mostrará seu quarto.
- Certo.
- Volto antes de você acordar.
- Como sabe que vou dormir?
- Eu não sei.
Megan sorri, enquanto ele se levanta e sussurra em seu ouvido:
- Trevon.
Ele se afasta.
O mesmo homem de instantes atrás, de olhos escuros e de cabelos claros, se aproxima da mesa, com os braços cruzados para trás, diz:
- Vou acompanhá-la até seu quarto.
- Vamos.
Megan se levanta e o segue pela escadaria em forma de espiral, que toma conta da sala principal.
Megan pergunta:
- Qual é a sua idade?
- Tenho 60 anos, senhorita.
- Nossa!
- Não envelhecemos.
- Então você está desde sempre com o Trevon?
- Talvez.
- Entendi.
O rapaz para diante de uma porta branca, dizendo:
- Aqui está. Seu quarto.
Megan abre a porta, revelando um quarto bastante grande, que sustenta duas janela do chão ao teto que se dividem em lados opostos, um espaço arejado e claro.
- Você terá o que precisadentro.
- E se não tiver?
- Estarei embaixo.
- Tudo bem. Obrigada, Leônidas.
- Nunca me chame pelo nome, senhorita.
- Por quê?
- Não pega bem.
- O Trevon não permite?
- A ordem natural das coisas é manter uma estabilidade, se você chama um dos apoiados pelo nome, de nada vale as regras. Outra coisa, o líder nunca permite nada que ele não queira, senhorita.
- E não pega bem me chamar de Megan?
- Sobre isso temos uma excessão.
- Perfeito. Pode ir, se você quiser.
- Como queira.
Leônidas sai do quarto.
Megan se deita.
Horas mais tarde, ela acorda, o quarto está bem iluminado pela luz do sol, que emana através das grandes janelas.
Ao caminhar até uma das janelas, Megan se pergunta se nunca mais irá ver sua família.
- Como se sente?
- Culpada.
- Pelo quê?
- Por ter deixado minha família e não ter ficado pelo menos para...
- Olha, eu sei que não vou fazê-la se interessar por um lobo, porque é o que eu represento literalmente. Nem farei você se acostumar com meus apoiados, nem nada que eu possa lhe oferecer, mas saiba que estou apenas protegendo você.
- Eu não estou preocupada com o seu lobo interior, nem nada disso aqui... Eu só estou esperando cair a ficha, aquela sabe, que me dá uma certeza de quê eu não estou fazendo a coisa errada.
O líder coça uma sobrancelha e pergunta:
- Quer conhecer as imediações?
- O Leônidas vai me mostrar?
- O quê?!
- Achei que confiasse nele.
- Eu confio. Eu pensei quisesse que eu mostrasse.
- Não é isso. É que eu gostei dele.
Megan ouve uma voz ecoar em sua mente, Leônidas faz um pedido:
- Não faça isso, Megan. Não é certo.
O líder está impaciente e com os músculos do rosto contraídos.
Megan pergunta:
- Você não está ocupado?
- Não. Venha.
Enquanto descem a escada, Megan é interrompida pelo líder, que para diante dela e à olha:
- Nunca mais repita aquilo.
- Aquilo o quê?
- Vou adiantar duas regras, caso não siga...
- Vai fazer o quê?
- Não importa.
- Olha , Trev...
- Nunca me interrompa.
- Como quiser.
- Jamais trate nenhum dos meus apoiados pelo nome. Nunca contrarie meus pedidos ou ordens.
- Como queira, Trevon.
- Você aprende rápido.
- Conte com isso.
Megan o segue pela escadaria.
Leônidas está próximo à porta de entrada principal.
Megan o encara e mentaliza uma frase:
- Eu sinto muito!
- Não sinta.
Leônidas evita olhá-la nos olhos.
O líder abre a porta e encara Leônidas, Megan passa por eles.
O lado externo é extremamente restrito, floresta por toda parte e pequenas casas em seu interior, o trajeto é coberto por calçadas de pedras.
Trevon aponta para as casas no interior da floresta e diz:
- Aquelas casas são dos nômades plebeus, por assim dizer.
- Por quê eles vivem no meio da floresta e não assim como você e esses outros?
- Porque muito deles são agressivos e não seguem à risca uma dieta "vegetariana", então, você sempre dará de cara com um deles se entrar na mata.
- E os que vivem expostos?
- Esses além de serem "vegetarianos", foram treinados para viverem em sociedade.
- Quando você diz "vegetarianos", não quer dizer literalmente que são, não é?
- Eles são lunáticos por caça, Megan. Eles são amantes de suas presas. É visto mais como uma piadinha sem graça dos demasiados. São vegetarianos porque suas presas comem vegetais.
Megan sorri.
O líder aponta para o outro lado da floresta e diz:
- Você nunca pode ir até sozinha.
- Por quê?
- Creio que não será bem recebida, ainda mais sendo uma escolhida, não é seguro.
- Entendi. Posso perguntar mais uma coisa?
- Depende.
- Qual a diferença entre apoiados e seguidores?
- Os apoiados tem acesso autorizado para explorarem boa parte dos reinos da alcatéia.
- E os escolhidos?
- Esses são mais reclusos, eles ainda sofrem com a metamorfose, então eles são escolhidos para cuidarem das terras próximas à reserva.
Megan e o líder passam grande parte do dia conhecendo seguidores, apoiados, lugares proibidos e permitidos.
É como uma pequena vila, com casas de quatro cômodos à certas distâncias umas das outras.
Loba está saindo de uma das casas e caminha na direção de Megan, perguntando:
- Megan, o que achou da nossa vila?
- Bem interessante. Eu moraria sem nenhum problema aqui. Aquela é a sua casa?
- Sim, é. Você pode ir até , quando quiser.
- Tenho certeza de que é o único lugar onde posso ir.
- Você terá seus acessos.
- Espero. Estamos indo para a casa do Trevon, você vem?
- Trevon?
Loba encara o líder, que diz:
- Não tem importância, Loba. Ela lhe fez um convite, não vai aceitar?
- Claro, eu vou com vocês.
Enquanto caminham de volta à mansão, Megan conversa a todo custo com a Loba.
na mansão, Megan sobe para o quarto, enquanto Trevon fica na sala com a Loba.
Após tomar banho, Megan se senta na cama com um porta-retrato de sua família nas mãos.
A Loba entra no quarto, perguntando:
- Você sente falta, não é?

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Quando estamos no médio, queremos a todo custo sair da casa dos pais, mas quando temos essa dádiva em prática, nada é mais agradável ou imaginável. Sair do conforto dos pais, da peneira que tapa todo o sol e mesmo que raios escapem entre as frestas, é o mesmo que ir à esquina é não saber onde mora o João ou a Maria depois de passar anos fora, o mesmo que não saber se o Barack Obama é negro de fato sem antes saber sua origem, ou saber quem somos sem antes nascermos primeiro para descobrir tamanha façanha.








 






















































A ESCOLHA DO LÍDERحيث تعيش القصص. اكتشف الآن