30 - Estranhar

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Quem é vivo sempre aparece, não é mexmo?

Como vamos, estrelinhas? Tem bebido água e comido direitinho? Espero que sim!

Peço pra que quando encontrarem alguma referência, marquem nos comentários hehe.

  Amo muito vocês, okay? Boa leitura e enormes beijos para cada um de vocês. Não esqueçam de votar e comentar, esse capítulo tá enorme!

~×~

  — Você está tão linda, Karla. — O homem disse, se levantando. Camila sorriu largo enquanto descia as escadas lentamente, com cuidado para não tropeçar. — Linda demais. — Alejandro olhou para o homem de ao seu lado e se orgulhou. Camila tinha escolhido bem.

  Na verdade, Matthew só era um bom ator em um bom papel. Mas, ninguém sabia ainda. Não quando Matthew parecia realmente apaixonado por Camila.

  Não que ele a tenha enganado completamente, ele realmente se sentia bem ao lado de Camila, como uma amizade.

  A realidade é que Matthew era gay.

  Mas a sua criação não foi boa. Nada boa. Ser espancado por seu pai e estuprado por mulheres contratadas pelo próprio parente, era algo que Matthew tentava se acostumar desde seus 14 anos. A idade em que se assumiu. Aquele foi o começo do inferno em sua vida.

  Matthew sabia quão errado era propagar isso. A homofobia estampada que lhe foi apresentada de uma forma tão cruel. Mas não pôde evitar pensar em diversas formas de sair daquilo.

  Frequentou igrejas. Fez simpatias. Chegou a até pesquisar rituais. Tudo para tentar "converter" sua sexualidade.

  Matthew sabia que seu pai não pararia de o perturbar pelo resto da vida, até sua morte. Aquilo era ridículo de se pensar. O homem achava que milhares de formas de tortura e agressão poderiam ser o marco de ajuda para seu próprio filho.

  — Vamos, querida? — O homem alto estendeu o braço e sorriu para Camila ao seu lado. Sorriu para Alejandro assim que a mulher lhe deu o braço e um selinho na bochecha.

  — Tenham cuidado e juízo, viu crianças? — Alejandro disse de forma séria, porém com um sorriso estampado no rosto. Não poderia deixar de estar feliz por sua filha. Apoiava sua felicidade de qualquer forma que fosse. Não tinha o porque de julgá-la.

  Alejandro tinha consciência de que, mesmo que Camila e Sofia fossem suas filhas, as duas garotas tinham total liberdade e controle sobre suas vidas. Cada ser é individual e isso foi uma das coisas que o homem aprendeu. Ser pai era muito mais do que apenas estar ali todo momento ou ser protetor todo tempo. Ser pai também era libertar. Deixar viver. Já que mesmo que viesse dele, era outro ser, completamente individual e único.

  Seus passos foram curtos, devido a distância de sua filha. Assim que o homem se aproximou o suficiente, deixou um beijo na testa de Camila e sorriu para a mesma. Camila amava incondicionalmente seu pai. Sua família inteira.

  — Te quiero, papa. — Camila disse com sua maravilhosa voz e Matthew sorriu, mas não apaixonado, e sim pensando em como seria manter uma amizade com aquela garota.

  Camila era tão aberta a tudo e tão maravilhosa, Matthew sabia que a garota jamais o julgaria se soubesse de tudo. Mas não conseguia contar. Não conseguia contar ao pensar que talvez ela não o ajudasse. Ao pensar que talvez ela não fosse uma boa atriz para mostrar ao seu pai que agora tinha encontrado a pessoa certa.

The Motel (Intersex) - Concluída!Where stories live. Discover now