15- Parque

10.7K 734 123
                                    

Nossa que demora né gente, desculpa. Beijos do tio Jace, boa leitura, espero que gostem

P.O.V. Lauren Jauregui

Eu e Abir parecíamos ter pensado exatamente na mesma coisa. Elas se transbordam, e com certeza elas sentiram isso também. Seus olhares não se distanciaram um do outro, nem por um segundo quando Normani largou a mão da mulher e deu um breve aperto de mão em Abir. O homem alto pareceu não se incomodar com essa ligação que se foi instalada entre as duas em um piscar de olhos, muito pelo contrário, ele parecia feliz, contente como se soubesse que era isso que sua parceira queria. Calmaria invadiu seu rosto e eu não sabia dizer o quão real isto é, porém, sorrio e solto um barulho para chamar a atenção das meninas, que na real nem adiantou tanto, tirando o fato de que elas me olharam e sorriram.

- Então... posso finalizar o horário de vocês? - Pergunto economizando ao máximo o tempo que a atenção de Dinah foi colocada em mim. A mesma acena em concordância e Abir toma a posição de me ajudar com dados e tudo que eu precisava, enquanto Normani e Dinah trocavam alguns olhares e até falas. O homem não parecia nada desconfortável, e realmente me admirei com a calmaria em si. O mesmo parecia ser um homem compreensivo e pouco cobrador. - Bom, espero que tenham um ótimo dia, senhores. Obrigado por frequentarem o Motel, voltem sempre. - Digo com um sorriso assim que termino o atendimento com os dois clientes. Em todo o momento, Normani e Dinah se mantinham em uma conversa que não me dei o trabalho de tentar entender, e Abir também não. Era perceptível a tensão entre as duas mulheres, a ligação delas, enquanto Abir me oferecia sorrisos simpáticos e sinceros, bonitos, conversávamos um pouco sobre trabalho, o homem acabou me contando que trabalhava em sua empresa como chefe, uma empresa voltada a tecnologia.

- Obrigado, Jauregui. Adoramos o lugar e o atendimento, realmente é melhor do que eu esperava. - Suas palavras carinhosas aqueceram meu coração enquanto Dinah acenava em concordância com a cabeça, oferecendo sorrisos para mim, já que Normani tinha saído para atender o celular. Antes de sair, Dinah olhou toda a volta, encarando em segundos a porta em que Normani saiu, meus olhos rolam para o mesmo lugar e os de Abir também, sorrio para ele e o vejo dizer "Eu entendo ela." sem som, sorrio mais.

- Voltem sempre. - É tudo o que digo que em segundos depois, Abir e Dinah me dão as costas e saem.

Meus ombros pareciam pesar toneladas quando o elevador se abre novamente e meus olhos se reviram automaticamente e meu sorriso vai embora. Matthew foi o primeiro a pisar fora do elevador assim que a passagem foi liberada pelo aço. Minha cabeça chacoalha com calma em uma negação fria, meus olhos encontram os seus que estavam em uma coloração de vermelho mais forte que já vi em suas órbitas brancas. Logo atrás, o homem alto e negro segurava em seu ombro direito, um sorriso no canto de seus lábios quando Matthew arrumou seus cabelos para trás.

Seus sapatos sociais caminharam - rastejaram - até a frente do balcão, meu sorriso foi puro deboche quando o mais baixo acenou com a cabeça em minha direção.

- Ora ora, bom dia, Jaureguizinha. - Deboche também era evidente em sua fala e me segurei para não lhe socar o nariz naquela hora. - Como foi sua manhã, neném? - Sua voz era nojenta para meus ouvidos como se eu estivesse ouvindo a pior das músicas do mundo. - Espero que tenha sido bem. Bem, não tenho tempo pra conversa, preciso ir agora, então se puder agilizar... - Sua voz baixou o tom deixando a frase no ar. Minhas sobrancelhas se juntaram e um ponto de interrogação invadiu minha mente quanto a fala de Matthew.

- Oras mas você acabou de descer, quer que eu deixe tudo preparado pra você, é? Um café também? - Usei o mesmo tom de voz que Matthew, suas sobrancelhas se ergueram em um desafio e seu sorriso já sumira a tempos. Meus dedos encontram o teclado do computador com rapidez apenas para que eu pudesse me livrar o mais rápido possível dos dois homens à minha frente.

- Café eu aceito na próxima vez, Jauregui, se houver uma. - Quase franzi o nariz para a ameaça frajuta do mais baixo. Ele pensa que eu preciso da presença dele no meu estabelecimento, com ele ou sem, não mudaria muita coisa.

The Motel (Intersex) - Concluída!Where stories live. Discover now