The articulation

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Jungkook estava à frente do trio, formado por ele, Tzuyu e Mina. 
Os três observavam tudo enquanto andavam, indo em direção à Baía do Pirata. 
Tocavam em vários cantos da parede, procurando algo que não haviam percebido antes.
– Se tiver mesmo uma segunda sala de controle, como nunca a encontramos antes? – Mina Indagou.
– Existe sim outra sala de controle – Tzuyu afirmou, com convicção. 
Mina apenas a ignorou.
– É verdade – Jungkook respondeu. – Nós praticamente vivíamos aqui.
– Dádivas de sermos os melhores amigos do filho do dono – Mina sorriu docemente.
– Sim – Jungkook riu. – Meu pai brigou comigo várias vezes por dar certos “privilégios” a vocês.
– Mas no fundo você adorava entrar em encrencas com a gente – Mina arqueou uma sobrancelha para o garoto e ele revirou os olhos, com um sorriso discreto. 
– Pessoal, dêem uma olhada nisso aqui – Tzuyu os chamou, de repente. 
Os dois se aproximaram e a viram encarando a parede. 
Estavam na frente da Baía do Pirata, bastava se virarem para trás e darem alguns passos. 
– Tem uma porta aqui – Tzuyu pareceu se animar novamente. 
A porta estava coberta com o mesmo papel de parede do corredor inteiro, e seria quase imperceptível se Tzuyu não estivesse prestando bastante atenção nos detalhes da parede. 
– Essa porta é grande demais – Mina disse, passando a mão pela área. Tinha o tamanho de uma porta normal, não como a portinhola no palco do salão principal – Será que é mesmo uma sala de controle?
– Só vamos saber entrando – Tzuyu disse, tentando abrir a porta, mas ela permanecia no mesmo lugar. – Droga, será que está emperrada?
– Na verdade eu acho que está trancada – Mina apontou para a fechadura abaixo da maçaneta. – Jungkook, você acha levaram a chave para a sua casa?
– Meu pai era muito esquecido – Jungkook respondeu. –, estava sempre com a cabeça em outros lugares, se ele levasse a chave para casa, provavelmente a perderia ou a esqueceria sempre antes de vir para cá.
– Está dizendo que a chave provavelmente está aqui? – Tzuyu perguntou e ele afirmou com a cabeça. – Então por onde começamos? 
– Você ainda se lembra onde fica o escritório do seu pai? – Mina se virou para o garoto.
Jeon apenas fez um sinal afirmativo com a cabeça.
– Certo, vou avisar Taehyung – Tzuyu disse, tirando o celular do bolso, e logo franziu o cenho. – Aqui não tem sinal, por que? Sempre foi assim?
– Não – Jungkook se aproximou, para olhar o celular. – Apenas deve ter algo aqui que interfere no sinal, sei lá, estamos meio que soterrados em concreto.
Tzuyu suspirou.
– Vamos procurar a chave então. 
Mina encontrou uma câmera acima da sala de controle e acenou, torcendo para que aquela câmera estivesse ligada à uma das telas na primeira sala de controle. 

Taehyung viu Mina assenar para ele de uma das pequenas telinhas.
– Eles encontraram a sala – Avisou para Jimin, que estava sentado do lado de fora da sala, com as pernas para dentro, apoiadas na escada, e o torso para fora, observando os movimentos que Taehyung fazia com Bonnie. – Mas que estranho, eles não entraram, estão indo para outro lugar.
– Eles devem ter tido algum problema em abrir a porta – Jimin deu de ombros. – Ei, faça isso de novo!
Taehyung mexeu novamente no painel de controle e o animatrônico fez um acorde em seu baixo. 
– Yeah! – o Kim comemorou. – Eu realmente estou aprendendo. Não pensei que fosse tão difícil fazer esse troço tocar. 
Houve um som estranho vindo do animatrônico e Jimin se assustou. Ouviu Taehyung xingar dentro da salinha.
– Jimin, o Bonnie prendeu o dedo em uma das cordas do baixo, você pode ir lá tirar, por favor? 
Jimin suspirou e assentiu, mais para si mesmos, porque Taehyung não conseguia ver seu rosto dali.
O menino teve certa dificuldade em subir até o topo,  já que estava com preguiça de para rodear o palco e subir pela escada. 
O palco era alto e Jimin nem tanto. Isso era uma coisa que ele sempre detestou em si mesmo, não era tão alto para alguém com dezessete anos, e isso era um pretexto para as pessoas zombarem ele. 
Passou longe de Freddy e Chica, com medo de tocar em algo que não deveria. O incidente com Foxy não o havia proporcionado um medo dos três animatrônicos principais, mas não significava que ele era totalmente confiante em ficar próximo a eles. 
Instintivamente passou o dedo pela cicatriz. 
Olhou Bonnie de perto e se sentiu um pouco insignificante vendo a altura que o animatrônico possuía.
– Um coelho é mais alho que eu – Murmurou. 
O olhar se Bonnie estava fixo em onde Jimin estava há uns instantes atrás. O garoto engoliu em seco e segurou o dedo do animatrônico, tentando tirá-lo debaixo das cordas de metal. Percebeu que a posição era desfavorável e saiu da frente de Bonnie, parando ao seu lado e puxando a mão do animatrônico para si. No momento em que ele conseguiu tirar o dedo do coelho, o animatrônico teve um espasmo e acertou o peito de Jimin com a mão grande e metálica.
Jimin caiu no chão, tendo dificuldade em respirar por causa da região em que o animatrônico tinha acertado.
Bonnie teve mais um espasmo e virou o rosto para a frente, erguendo o braço que segurava o baixo, e o instrumento ficou preso a ele apenas pela correia.
– Você está bem?! – Taehyung subiu no palco correndo para acudir Jimin. Sua respiração já estava voltando ao normal, mas sentia uma forte dor na área em que fora atingido. – Desculpe, eu devo ter apertado em algo sem querer. 
Taehyung ficou sentado ao lado de Jimin até que o garoto conseguisse respirar normalmente. 
– Estou melhor, obrigado – Jimin disse, se apoiando em Taehyung para se levantar.
– Aconteceu alguma coisa? – Dahyun indagou, aparecendo de repente no salão principal, junto a Lukas. 
– Nada demais, só uma problemas com Bonnie – Jimin respondeu, pulando do palco, com a mão no peito. 
– Onde estão os outros? – Lukas olhou em volta. 
– Provavelmente em uma caça ao tesouro – Taehyung respondeu, examinando Bonnie e tentando entender o porquê de ele ter dado aquele espasmo do nada. – Acho que estão procurando a chave da sala de controle.
– Que legal, eu vou ajudar! – Lukas saiu correndo antes que Dahyun pudessem impedir. 
– Não tem problemas, nós encontramos ele depois. – Taehyung falou.
Jimin esfregou a mão no peito e olhou para Bonnie, o animatrônico olhava fixamente para a frente. 
Jimin franziu o cenho. Ele parece estar observando algo. Seguiu o olhar foi animatrônico até o balcão de atendimento, parecia ter algo lá, mas não dava para ter certeza, a luz piscava e, se realmente fosse algo, estava escondido na parte escura que levava à cozinha. 
Um barulho alto atrás do garoto chamou sua atenção. Bonnie estava tendo outro espasmo.
– Taehyung, sai de perto! – Jimin o avisou e o garoto pulou do palco bem a tempo de levar um golpe de Bonnie. 
O animatrônico se contorcia, seus olhos giravam dentro das órbitas de maneira psicodélica, e Jimin ficou paralisado, a única coisa em que conseguiu pensar foi: Dói? O animatrônico parecia estar em agonia, como se estivesse sentindo uma dor tão forte que a única coisa em que conseguia pensar era se manter em movimento. Dói? 
Taehyung passou correndo por Jimin e desceu até a sala de controle, onde procurou desesperadamente pelo botão que desligaria os animatrônicos.
Dói? Jimin se perguntou mais uma vez, querendo logo que o sofrimento de Bonnie acabasse, mesmo que o animatrônico não estivesse, de fato, sofrendo.
Bonnie de repente parou, estava com o corpo curvado para a frente, a cabeça um pouco abaixada e os olhos virados para cima, novamente encarando Jimin. 
O Park se arrepiou e foi para perto de Dahyun, para que os olhos sem vida do animatrônico não ficassem o encarando.
– É melhor não mexermos mais neles até o pessoal conseguir abrir a outra sala de controle – Taehyung disse ao fechar a porta do palco. – Querem ir procurar por eles?
Dahyun e Jimin fizeram um sinal afirmativo com a cabeça, ainda assustados demais para falarem. 
– Aí nós tentamos encontrar Lukas também – Dahyun disse, ao enfim recuperar a fala.
Taehyung guiou Dahyun e Jimin para o corredor onde ele viu o trio pela última vez antes de saírem da visão das câmeras ligadas à sala de segurança principal.
– A partir daqui, o que nós fazemos? – Dahyun indagou, nenhum deles se lembrava bem dos corredores da Freddy’s, e como não sabiam para onde cada uma daquelas portas levavam, preferiram ficar ali esperando. 
– Pessoal? – Lukas apareceu de repente, depois de ter escutado a voz de Dahyun. – Eles estão por aqui, venham. 
– Não é que o baixinho realmente encontrou eles? – Jimin riu nasal.
O trio seguiu Lukas até chegarem ao final de um corredor pouco conhecido por eles, lá estava uma enorme porta dupla, que levava para o antigo escritório do pai de Jungkook.
Mina e Tzuyu procuravam por algo com bastante afinco, enquanto Jungkook estudava uns papéis que havia encontrado jogados em uma gaveta entreaberta. 
– O desgraçado nem se preocupou em levar isso com ele! – Jungkook berrou de raiva, batendo a mão na mesa. 
– De quem você está falando? – Mina indagou, sem se virar para ele, ainda procurando na estante de livros.
– Do idiota do meu irmão, ele nem sequer pensou em vir aqui levar as coisas do meu pai. Olhem isso, tem instruções de construção de todos os animatrônicos! Se outra pessoa soubesse do Freddy's, isso poderia cair nas mãos de qualquer um!
– Então agradeça a nós por termos encontrado – Taehyung deu de ombros, se juntando a Tzuyu para ajudá-la a procurar.
Jungkook pegou um envelope na penúltima gaveta e jogou seu conteúdo na mesa. Arregalou os olhos ao ver não só a planta da pizzaria, mas também as instruções de todos os animatrônicos, entre eles estava o do Marionotte. Jungkook deixou os outros papéis de lado e observou a montagem do animatrônico do qual Taehyung tinha dito e confirmou sua hipótese de que ninguém conseguiria usá-lo como fantasia. Mas percebeu também que ele era diferente do outro, não tinha tantas engrenagens para mantê-lo em pé, era como se o pai nem tivesse a real intenção de usá-lo. Jungkook dobrou o papel e guardou no bolso, por algum motivo achou aquilo de extrema importância. 
– Dahyun, posso guardar isso na sua bolsa, por favor?
A garota disse que sim, mas comprimiu os lábios ao ver o garoto botando vários papéis sujos e um pouco fedidos em sua bolsa.
Então Jeon olhou para a última gaveta e percebeu que não conseguia abri-la pois tinha uma tranca. Ele desceu da cadeira e se ajoelhou à frente da gaveta, imaginando o porquê de ainda estar trancada depois de tanto tempo. Deu um puxão forte, desejando que copins tivessem devorado o suficiente da madeira para que fosse aberta com força, mas ela não cedeu. Jungkook puxou mais uma vez e mesa balançou, mas a gaveta continuou intacta. Puxou com mais força dessa vez e a alça se soltou da gaveta, machucando sua mão. 
– Por acaso você é masoquista? – Jimin perguntou, enquanto observava Jungkook fazer aquelas tentativas fúteis. – Isso aí não vai abrir sem uma chave, nos ajude a procurar então. 
Jungkook cerrou o maxilar e se levantou.
– Encontrei! – Lukas anunciou, pulando com um molho de chaves em mãos. 
– Isso aí garoto, bate aqui! – Dahyun chamou e o menino deu um saquinho no punho dela. 
– Por que eu acho que ele gosta mais de você do que de mim? – Mina indagou, olhando para Lukas e Dahyun de maneira conspiratória. 
– E quem não gosta? – Taehyung brincou e Mina o encarou com os olhos semicerrados. 
Jungkook foi até Lukas e pegou o molho de chaves da sua mão para tentar abrir a gaveta, mas só o conseguiu foi se frustrar ao perceber que nenhuma chave encaixada no fecho. 
– Anda logo, Jungkook – Taehyung reclamou. – Quero ver como é dentro da sala de segurança. 
Jungkook suspirou, enfim se dando por vencido e entregou a chave novamente para Lukas, que saiu ansioso do escritório. 
– A energia dessa criança nunca acaba? – Taehyung reclamou, tendo que apertar o passo para acompanhar os pulinhos animados de Lukas. 
O grupo seguiu o menino até onde ele já sabia que estava a sala de segurança e ele começou a procurar, entre as chaves, uma que coubesse perfeitamente na fechadura da porta, e ele a encontrou quase que de primeira. 
Foi o primeiro a entrar e tateou a parede em busca do interruptor, porque não estava muito confiante em entrar ali no escuro.
O grupo se aglomerou dentro da sala, que não era tão apertada quanto a outra, e começaram a olhar para todos os cantos. 
Dentro da sala havia um grande painel, com várias telas conectadas, tinha telas demais, conseguiam ver o restaurante inteiro. 
– Uh, o Bonnie está nos encarando – Tzuyu estremeceu e apontou para uma das telas que focava nos animatrônicos no salão principal. 
– Ele não estava virado para nesse ângulo – Jimin disse, lenbrando-se bem dos olhos do animatrônico o fitando.
– Ele deve ter tido mais um espasmo – Taehyung murmurou, sem dar muita atenção, o garoto, já familiarizado com alguns dos controles, se sentou em frente ao painel e começou a mexer. No palco, Freddy se moveu. 
Todos dentro da sala soltaram sons de animação e se espremeram mais para que pudessem olhar mais de perto os movimentos que Taehyung obrigava Freddy a fazer. 
– Jungkook, sente ao meu lado e tente fazer Chica se mover – Taehyung chamou, mas Jeon não respondeu.
Jimin olhou para trás, procurando Jungkook em meio ao grupo mas não o encontrou.
Ele passou entre os colegas para sair da sala e ninguém deu muita importância, já que estavam todos observando os movimentos robóticos que Freddy e Bonnie faziam. Apenas Chica permaneceu intocada, sempre fitando algo à frente dela, algo que estava fora da visão dos animatrônicos. 
– Jungkook? – Jimin chamou, ao entrar novamente no escritório. 
Jeon ergueu a cabeça, observando Jimin entrar e ir até a cadeira próxima a ele. Jimin se sentou e encarou Jungkook, que estava novamente agachado à frente da gaveta. 
– Por que você quer tanto abrir essa gaveta? – Jimin indagou, preocupado com a sanidade do amigo.
Talvez voltar para esse lugar não tenha feito bem a ele. 
– Tem alguma coisa importante aqui, Jimin – Jungkook olhou para o mais velho. – Meu pai não trancaria se não fosse. Além do mais, talvez eu estivesse equivocado sobre meu irmão – Ele remexeu nas folhas que estavam em cima da mesa, as que ele não havia botado na bolsa de Dahyun. – Ele veio aqui e levou só alguns documentos que para ele seriam considerados “importantes”, e deixou muita coisa bagunçada, provavelmente estava procurando algo, e eu acho que está aqui dentro. Afinal, se ele tivesse conseguido pegar, por que a gaveta ainda estaria fechada?
Jimin olhava para ele sem entender, não conseguia interligar tudo o que Jungkook estava dizendo.
Jeon suspirou, quase desistindo de tentar explicar a Jimin, mas ao ver a expressão que o mais velho lançava a ele, resolveu tentar explicar de outra forma. 
– Jimin, não acha que tudo isso é muito estranho? Olhe por outro ângulo, não demoliram a Freddy's mas fizeram todos acreditarem que sim, depois construíram esse enorme prédio em volta da pizzaria, mas nunca o utilizaram, que você acha que isso significa?
Jimin abaixou o olhar, tentando pensar pelo ângulo que Jungkook pedia.
– Que fizeram o prédio para esconder a existência da Freddy’s – Respondeu o mais velho, sem muita certeza.
– Isso – Jeon respondeu com convicção. – Tem muita coisa que não bate, por que o lugar ainda tem energia? A menos que ainda precisem desse da Freddy’s para algo, não faz sentido continuarem pagando a conta de luz.  E, Jimin…  Eu visitei minha antiga cassa anteontem e lembrei de uma coisa… – Jungkook baixou o tom de voz, mesmo que só estivessem Jimin e ele no escritório. – Meu irmão tinha me dito para não vir para a Freddy’s naquela noite… Na noite em que Hobi desapareceu. 
Jimin franziu o cenho, não soube nem o que responder naquele momento.
– Seu irmão…? Ele sabia o que aconteceria?
– Não sei, Jimin, e isso que me preocupa. Ultimamente não posso dizer que gosto do meu irmão, mas também odiaria saber que e foi o responsável pelos sequestros, ou que ao menos sabia do caso e não contou à polícia. 
Jimin balançou a cabeça lentamente, para mostrar que havia entendido, e realmente havia. Agora tinha mais uma coisa em mente, e ver Jungkook procurando com tanto afinco coisas que podiam incriminar seu próprio irmão fez Jimin tomar uma decisão. 
– Eu vou ajudar você – Jimin se agachou ao lado de Jungkook, e o mesmo olhou para o mais velho de maneira estranha, não pensava que Jimin iria se aproximar tanto dele de repente. 
Sentindo o rosto esquentar, Jungkook desviou o olhar. 
– Ah, aí estão vocês! – Taehyung abriu a porta do escritório abruptamente e o primeiro instituto de Jimin foi se afastar de Jeon, mesmo que eles não estivessem fazendo absolutamente nada além de fitar a gaveta trancada. – Droga, não assustem a gente assim.
Jimin se levantou e foi até Taehyung, botando as mãos dos lados do rosto dele.
– Ficou preocupadinho, foi? – Jimin disse num tom meigo para irritá-lo, e Taehyung tirou as mãos do garoto do seu rosto. – Admita, Tae, você não vive sem mim.
– Eu vivi por seis anos sem você – Taehyung respondeu emburrado e Jimin riu. 
– Meu Deus, onde vocês se meteram?! – Tzuyu berrou de repente, à frente do escritório.
– Eu só vim buscar eles – Taehyung respondeu na defensiva e Jimin o encarou com os olhos semicerrados. 
– Aconteceu alguma coisa? – Jungkook se levantou, percebendo a expressão de alerta no rosto de Tzuyu.
– Tem alguma coisa estranha nas câmeras de segurança. 
Os três garotos se entreolharam e seguiram Tzuyu de volta para a sala de controle. 
Ao chegarem lá, encontraram Dahyun sentada à frente do painel, Mina e Lukas estavam ao seu lado, todos olhando para o mesmo lugar. 
Os três garotos se amontoaram próximos à tela da qual estavam todos olhando de início não viram nada a não ser estética. A câmera não estava funcionando bem, em alguns momentos só se via estética, e em outros a câmera voltava ao normal e dava para ver uma sala pequena e escura. 
– Jungkook… – Taehyung balbuciou, apontando para algo no centro da tela. 
A câmera ascendeu novamente, e mostrou que tinha alguém, ou algo jogado no chão, com as costas apoiadas na parede. Uma carcaça vazia encarando a câmera com um sorriso pavoroso.
– Marionette – Jungkook pensou em voz alta. 
Jimin comprimiu os lábios e passou a mão pelos ombros de Taehyung, tentando confortar ele. 
– Onde é esse lugar? – Tzuyu perguntou diretamente a Jeon.
– Não sei – Respondeu o garoto. – Não me lembro de já ter ido nesse lugar. 
– Parece ser uma despensa – Dahyun disse, apontando para umas prateleiras vazias em ambos os lados de Marionette.
– Vamos lá então – Lukas falou, animado. 
– Não – Mina pôs a mão no ombro do garoto e ele se virou para ela, pronto para dizer “por que não?”, mas ao ver a expressão séria da garota, resolveu ficar quieto. 
– Você quer ir? – Jimin perguntou a Taehyung, em um tom baixo para que só ele escutasse. 
Ao lado, Jungkook olhou para os dois com os lábios comprimidos. 
Taehyung apenas balançou a cabeça em afirmação e Jimin assentiu. 
– Vamos então. Mina, você vai ficar aqui com Lukas? 
– Sim, vocês podem ir, mas depois vamos embora – Ela arfou. – Aqui está quente, e eu estou com fome. 
– Também estou – Dahyun disse, se espreguiçando ao levantar. – Vamos ver que coisa é essa e dar o fora daqui.
O grupo, com exceção de Mina e Lukas, rumaram para a cozinha. Andavam devagar e com passos calculados, o fato de Marionette estar parado na despensa os assustou, aquele animatrônico nunca havia saído da casa de Jungkook, sempre preso à garagem do pai, onde ele construía seus animatrônicos.
Ao chegarem no salão principal, os olhos de Jimin logo seguiram para os animatrônicos, que continuavam da mesma forma que os adolescentes tinham os deixado através do painel de controle. Com exceção de Chica, que olhava fixamente para a frente, para o balcão, para a cozinha. Para a despensa, Jimin pensou, mas logo concluiu que não era nada disso, o animatrônico não tinha controle sobre si mesmo, não escolhia para onde olhar. 
Lembrou-se da forma estraha que tinha visto no ponto em que Bonnie olhava e se sentiu menos confiante sobre isso.
A pesada porta de metal não cedeu de primeira, e Jungkook e Taehyung precisaram unir forças para abri-la. 
Ao ser aberta, a sala exalou um ar úmido e quente, que fez com que os adolescentes engasgassem. 
– Uh, que cheiro é esse? – Tzuyu tapou o nariz. 
– Cheiro de comida guardada há anos – Taehyung respondeu, sendo o segundo a adentrar a sala, logo após Jungkook. 
Realmente era ele parado ali, o animatrônico falho construído por Jeon Dae-Ho, um dos quais nunca serviu de utilidade para a tarefa que lhe foi designado. 
Jimin viu uma cordinha descendo pelo centro da sala e a puxou, o cômodo se luminou quase no mesmo instante. A lâmpada piscou algumas vezes até ficar estável.
Jungkook foi até Marionette e se agachou à sua frente.
– Quem trouxe você aqui? – Murmurou, segurando o rosto do animatrônico, fazendo com que ele olhasse para o garoto. 
Jungkook se virou e encarou Jimin, o garoto logo entendeu o recado: “eu disse que tinha algo errado”. 
Jimin engoliu em seco e se agachou ao lado de Jungkook.
– Explique – Pediu apenas.
– Meu pai nunca me disse o real motivo de construir Marionette, e pelas instruções ele não pretendia realmente trazê-lo para cá – Jungkook dizia tudo em voz baixa, num tom murmuroso. – E eu me lembro bem de termos entrado aqui para limpar depois que decretaram o restaurante um cena de crime, ele não estava aqui. 
Jimin olhou para o animatrônico parado à sua frente e comprimiu os lábios, em sua mente as coisas se desenvolviam com lentidão.
– Não foi ele quem eu vi, Jeon – Taehyung se aproximou dos dois, mas se manteve em pé.
– Mas você disse que era – Jungkook franziu o cenho.
– Não, eu te dei a descrição porque você conhece bem os animatrônicos daqui, mas eu tenho certeza de que não foi ele quem eu vi.
– Que estranho – Jeon respondeu –, não há nenhum outro animatrônico com esse físico, a menos que meu pai não tenha me dito, o que eu acho improvável… Afinal, ele sempre os construía na garagem e eu podia entrar lá a hora que quisesse para observar. 
– Ei, do que vocês estão falando? – Dahyun Indagou.
Os três garotos olharam para trás, por um instante tinham se esquecido da presença das duas garotas.
– Ah, é mais fácil se explicarmos depois – Jimin se levantou do chão e pôs a mão sob a barriga. – Estou morrendo de fome.
– Vocês podem comer lá em casa – Taehyung anunciou. – Nós podemos pedir pizza.
– Que ironia falar de pizza justo onde estamos – Jimin sorriu para o vazio.
– Sim… – Jungkook se levantou, limpando as mãos na calça. – Aqui tinha a melhor pizzaria da cidade, sem querer me gabar.
– Se gabar de que? – Taehyung riu nasal, botando as mãos nos bolsos. – Você não fazia nada além de dar trabalho para os faxineiros. 
– Ei!
– Uh, vamos logo? Meu estômago está roncando – Jimin reclamou outra vez, mas na verdade estava sentindo dor no peito, onde tinha sido atingido pelo animatrônico e queria passar um pouco de gelo.
Tzuyu permaneceu olhando para os garotos com os braços cruzados e os lábios comprimidos.
– Ei, nós vamos contar a vocês, okay? – Taehyung deu dois tapinhas nos ombros de Tzuyu ao passar pela porta, saindo da despensa. 
O resto do grupo se virou para seguir Taehyung, quando ouviram um som alto atrás deles. Marionette estava tendo um espasmo, o animatrônico se jogou para frente e começou a se debater loucamente. Tzuyu chamou Jungkook para que o garoto saísse de perto, mas o garoto não se movia, muitas lembranças começavam a aflorar em sua em sua mente, lembranças que ele tinha se obrigado a esconder de si mesmo por medo. Jimin também não se mexia, olhava para o animatrônico da mesma forma que havia olhado para Bonnie. Dói? Marionette continuava se contorcendo em agonia, até que enfim tudo aquilo teve um fim.
Taehyung entrou irritado na despensa e agarrou Jungkook e Jimin pelo braço, tirando os dois lá de dentro. 
– Qual o problema de vocês dois?! – Taehyung Indagou, quando já estavam todos do lado de fora da despensa. – Poderiam ter se machucado se chegassem mais perto.
– Eu paralisei – Jimin respondeu, desviando o olhar.
– Não grite com ele assim – Jungkook disse a ele, sem música convicção na voz.
– Eu gritei com os dois – Taehyung respondeu, como se aquilo resolvesse algo, mas logo se arrependeu de gritar com os amigos. – Desculpa, eu fico rabugento com fome.
– E quem não fica – Dahyun passou por ele. 
Os adolescentes sentaram na latetal do palco, próximos à sala de controle, esperando que Mina e Lukas percebessem o que estavam fazendo e fossem ao encontro deles. E, de fato, foi isso que aconteceu.
– Enfim vamos comer – Mina disse ao se juntar ao grupo, se espreguiçando. 
– Taehyung nos chamou para irmos comer na casa dele – Dahyun anunciou, pulando do palco.
– Vocês apagaram as luzes vindo para cá? – Jimin indagou e Mina fez que sim com a cabeça. O menino assentiu e foi até o interruptor próximo ao balcão e o desligou. 
As luzes piscaram por um momento e então se desligaram. Taehyung pegou a grande lanterna que estava presa ao seu cinto e a ligou.
– É melhor ligarmos apenas essa – Jimin disse, deixando Taehyung tomar à frente do grupo para saírem da pizzaria. –, é mais fácil de não sermos pegos assim.
Os adolescentes passaram pelo mesmo corredor novamente até saírem na Praça de Alimentação. 
Assim que viraram para seguirem pelo corredor que os levaria a saída, viram uma outra luz vindo pelo mesmo corredor, indo em direção a eles. 
Com os olhos arregalados, os adolescentes entraram na primeira loja que viram e se esconderam atrás de manequins nus. 
A luz da lanterna passou por eles e os mesmos se abaixaram mais. O segurança iluminou o rosto de Jimin e ele logo mudou de posição, mas já era tarde, o segurança devia ter visto bem o rosto dele. Fomos pegos, pensou assustado. 
Já estava esperando que o homem mandasse eles saírem dali, mas não foi isso que ele fez. Iluminou a vitrine por mais uns segundos e então se virou e continuou andando, indo em direção à praça de alimentação.
O grupo se entreolhou e ficaram mais um instante ali, esperando que ele voltasse, mas passou-se um tempo e perceberam que o segurança realmente havia ido embora. 
Jimin nem percebeu que estava segurando a respiração até soltá-la. 
– Vamos. 
Taehyung não ligou a lanterna, seguiram adiante usando a fraca luz que entrava pelas outras janelas até encontrarem a escada. 
Mina fez com que Lukas fosse o primeiro a subir e depois ela foi. Assim todos foram subindo e saindo do prédio com suspiros de alívio. 
Taehyung estava prestes a subir a escada também quando uma luz forte parou no seu rosto. 
– Você aí – O segurança chamou Taehyung, com a voz calma. 
Tae olhou para o topo de janela e viu Jimin o observando, fez sinal para que o garoto saísse de lá e ele obedeceu. 
– O que você estava fazendo aqui? 
– Estava só dando uma explorada – Taehyung deu de ombros.
Do lado de fora da janela, os outros se amontoaram para escutar a conversa sem que o segurança os visse.
– Você está me achando com cara de idiota? – O segurança se aproximou de Taehyung, apontando o dedo no rosto do garoto.
– Quer mesmo que eu responda?
Do lado de fora da janela, Jungkook, Dahyun e Lukas se seguraram para não fazer “uh”. 
Jimin ergueu um pouco mais a cabeça e observou o segurança, ele era estranho, tinha a pele num tom cinza, parecia um defunto, seus cabelos estavam emaranhados e ralos, e sua roupa era grande demais para ele, parecia nem pertencer ao segurança. Jimin se ergueu mais um pouquinho para tentar ler o nome em seu crachá, mas Tzuyu o puxou antes que o fizesse. 
– Haha, você acha mesmo que está no direito de fazer piadinhas? – O segurança novamente se aproximou de Taehyung. – Vire-se, vou te revistar. 
– Para que? O que você acha que eu poderia roubar desse lugar? – Taehyung soltou uma risada sarcástica. 
– Olha só, eu poderia prender você agora mesmo por estar invadindo propriedade privada, mas estou tentando te livrar disso, e é assim que você agradece? Você gostaria ver a decepção no rosto do seu irmão caso eu leve você até a delegacia? – Taehyung cerrou o maxilar ao ouvir isso. – Sim, eu sei quem você é, Kim Taehyung, agora se vire.
Taehyung ergueu os braços e se virou de costas para o segurança. O mesmo começou a vasculhar à procura de drogas ou qualquer coisa que o garoto pudesse ter furtado, mas não encontrou nada comprometedor. 
Taehyung se virou para o homem, irritado e arqueou as sobrancelhas.
– Agora vá embora, e acho melhor não voltar aqui.
Taehyung bufou e se virou para subir a escada. 
O grupo, ao ver que o garoto estava subindo, se distanciaram em silêncio para lhe dar passagem. Taehyung já estava com uma perna para o lado de fora da janela quando o segurança chutou a escada. A outra perna de Taehyung estava apoiada na escada ainda, por isso ele se desequilibrou e tombou para dentro do shopping, mas conseguiu se segurar na janela a tempo e desceu para a rampa de terra com a ajuda de Jimin e Jungkook.
Olhou novamente para dentro do shopping, a escada estava debaixo do braço do segurança, que se afastava da janela silenciosamente. 
Taehyung se levantou, percebendo que sua calça estava toda suja de lama por ter escorregado ali.
– Babaca. 
•°•°•°
Os sete chegaram frustrados na casa de Taehyung pela forma como saíram da Freddy's, afinal, era direito deles ainda poder visitar o lugar. Pelo menos era assim que pensavam. 
Um homem apareceu na entrada de repente, ao ouvir a porta ser aberta, olhou para todos de forma estranha até ver seu irmão.
– Taehyung-ah, quem são essas pessoas? – Perguntou, botando na boca uma colherada de cereal. 
– Não os reconhece, Heechul? – Taehyung tirou os sapatos sujos de terra e se aproximou do irmão mais velho para pegar um pouco do seu cereal. O mais novo começou a apontar para os amigos e dizer o nome de cada um. – Jimin, Tzuyu, Dahyun, Jungkook, Mina e aquele é o irmão mais novo dela, Lukas.
– Oh – Heechul arregalou os olhos. – Nossa, vocês cresceram demais, eu lembro de vocês como criancinhas sempre sujas e agitadas.
Os adolescentes riram, nervosos.
– Tem problema se eles passarem a noite aqui? – Tae se virou para o irmão e o mesmo semicerrou os olhos, mas então deu de ombros.
– Não, contando que não interfiram no meu trabalho.
– Vamos ficar quietos, prometo – Taehyung riu nasal. – Ah, e vamos pedir pizza. 
Heechul assentiu e acenou mais uma vez para o grupo antes de ir para a sala de estar novamente.
– Podem deixar os sapatos aí, vou levar vocês para os banheiros. 
– Puxa, eu não tinha percebido o quanto sua casa é grande – Jungkook observou. 
Era fato que a família de Taehyung era uma das mais ricas de Paradise, competindo apenas com as famílias de Hoseok e Tzuyu. 
Taehyung não respondeu, apenas esperou que os amigos tirassem os sapatos para levá-los até o andar superior, onde ficavam três banheiros, um no corredor e um no quarto de cada um dos irmãos.
– Você mora sozinho com Heechul? – Mina Indagou.
– Sim – Taehyung deu de ombros. – Nossos pais sempre nos dão uma boa quantia de dinheiro, mas não se importam o suficiente para virem nos visitar ao menos no natal. 
Mina comprimiu os lábios. Nenhum deles se lembrava dos pais de Taehyung, mas já os tinham visto antes. Jimin ficou imaginando se ele já tinha se mudado quando os pais de Taehyung o abandonaram com o irmão.
– Com o que seu irmão trabalha? – Jungkook perguntou, como forma de amenizar o silêncio pesado que ficou entre eles.
Taehyung se virou para o grupo e começou a andar de costas. 
– Ele é policial, está treinando para ser o futuro delegado – Respondeu o garoto com um sorriso orgulhoso. – Bem, aqui tem um banheiro – Disse o garoto, apontando para o banheiro que ficava no corredor. Tem um outro lá embaixo, mas ele não tem chuveiro. Lukas, você pode tomar banho aqui, as garotas tomam banho no quarto do meu irmão e Jimin e Jungkook no meu quarto. 
– Você vai tomar banho onde? 
– Aqui também, depois que o Lukas sair. Assim tudo vai mais rápido. 
– O que eu vou vestir? – Lukas indagou. – Minha mochila ficou na casa da Tzuyu.
– Eu disse para você botar no carro. – Mina reclamou. 
– Eu te empresto alguma minha – Jimin disse a ele. Entre todos do grupo, ele era o que tinha o físico mais semelhante ao de Lukas, com a exceção de que era mais alto e tinha mais massa muscular nos braços e pernas. 
– E eu empresto alguma minha a vocês duas – Mina se virou para Dahyun e Tzuyu. 
Taehyung se virou para Jungkook.
– Minha mala está no carro, tudo certo. 
Mina e Jungkook então desceram para pegar suas malas, Tzuyu e Dahyun foram levadas até o quarto de Heechul e Lukas acompanhou Jimin até o quarto de Taehyung para que pudesse lhe emprestar a roupa. 
– Vão querer que sabores? – Taehyung indagou. 
– Tanto faz – Responderam os que estavam próximos o suficiente para ouvirem.
Taehyung então desceu para saber se Heechul comeria com eles. Ele estava animado e agitado para poder dormir junto aos amigos que sentia tanta falta, não conseguia parar de sorrir. 
– Ele parece uma criança – Jungkook disse ao entrar no quarto de Taehyung, chamando a atenção de Jimin, que estava à procura de uma roupa confortável para usar. Ao ver que Jimin o encarava com o cenho franzido, acrescentou: – O Taehyung, ele está realmente animado.
Jimin riu nasal e abaixou o olhar, sorrindo. 
– Sim, é bom vê-lo assim depois de tanto tempo. 
Jungkook começou a observar o que Jimin fazia, os movimentos para afastar o cabelo dos olhos e como comprimia os lábios sempre que algo estava fora do lugar. 
– Há! – Jimin ergueu sua blusa preferida de manga comprida, vitorioso. 
Jungkook riu nasal, chamando a atenção de Jimin. O garoto se virou para ele e logo desviou o olhar. Tinha esquecido da presença do mais novo.
– Você quer tomar banho primeiro? – Perguntou a Jungkook, sem olhar para ele
– Não, tudo bem. Eu ainda nem escolhi minha roupa, mesmo. 
Jimin assentiu, e estava para dizer algo quando Taehyung entrou no quarto. 
– Pessoal, olhem o que eu encontrei – Taehyung nem esperou por uma reação, ele apenas se aproximou dos dois e retirou do bolso um pequeno objeto de metal. 
Jimin e Jungkook se inclinaram para ver o que era e, de início, Jimin achou que fosse apenas o pedaço partido de um objeto de cozinha, mas Jungkook reconheceu no mesmo instante. 
– É uma articulação! – Jungkook disse, pegando a peça das mãos de Taehyung sem mais nem menos. – Parece ser uma das que meu pai construiu – O garoto franziu o cenho e olhou para Taehyung. – Onde encontrou?
– Estava no meu bolso – Taehyung respondeu, dando de ombros. 
– Você pegou isso da Freddy's? 
– Não! Para que eu iria querer algo assim? Além do mais, eu só percebi agora à pouco que isso estava no meu bolso. 
– Então como foi parar aí? 
– Não sei, Jungkook – Taehyung ponderou por um momento. 
– O segurança botou aí – Jimin afirmou, com seriedade. – Não havia motivos para ele te revistar, ele não é policial, então por causa de drogas não foi, e não havia nada para ser roubado naquele shopping, amenos…
– Amenos que ele soubesse da existência da Freddy’s – Jungkook completou o pensamento de Jimin. 
– E para que isso?! – Taehyung indagou. – Ele queria me incriminar de algo?
– Se fosse assim, ele teria de botar algo de mais valor no seu bolso – Jimin respondeu. – É só uma articulação, quem sentiria falta? Deve ter diversas assim na casa de Jungkook.
Enquanto Jimin dizia isso, Jeon estava tentando esticar a articulação, que se mantinha fechada, era uma peça articulável demais e provavelmente era do joelho ou cotovelo de um animatrônico. Então, fazendo uma força a mais, a articulação enfim se abriu e algo metálico caiu no chão, fazendo um barulhinho.
Jungkook se abaixou para pegar e os três fitaram o pequeno e brilhante objeto. 
Uma chave.

One hour at Freddy's • JIKOOKWhere stories live. Discover now