Capítulo 24 - O Amargo Sabor Da Vingança

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Capítulo 24 - O Amargo Sabor Da Vingança.



Narrado por Anastasia Adams.


Coragem.
Tomei meia garrafa de bebida e ainda assim, não me sinto preparada para matar Raymond.
E essa sensação é horrível porque sempre sonhei, imaginei que quando me vingasse dele sentiria uma alegria, uma felicidade maior que tudo.
Sempre ouvi dizer que a vingança é um prato que se come frio, mas a minha tem um sabor amargo até demais.
O problema não é com ele pois odeio aquele infeliz com todas as minhas forças mas sim, comigo.
Não me sinto preparada para conviver com o peso na consciência de ter matado aquele ser que de certa forma, mesmo não querendo, é considerado meu pai biológico.
Tenho medo de acabar sucumbindo a culpa, mas tenho que ser forte.
Raymond merece morrer, mais que isso.
Sequestrei o filho da mãe e se deixa-lo viver, é o meu que vai estar na reta pois como ele mesmo disse, vai me caçar até o fim se sair vivo daqui.
É ele ou eu.
É só puxar o gatilho.
Só isso.
Preciso tomar vergonha na cara e resolver essa situação de uma vez por todas, antes que alguém apareça e sei lá, estrague todos os meus planos.
Depois de respirar fundo, retornei para o galpão.
Raymond se encontrava sentado com o olhar parado, praticamente apático.
Lágrimas e lágrimas caíam de seus olhos sem parar.
Deve ser o medo de morrer.
- No que está pensando? - Indaguei me aproximando do moreno.
- No que fiz com minha vida.
- Está com peso na consciência é? Há essa altura do jogo? - Dei risada.
- Não, minha consciência já pesa há mais de vinte anos. Mas o grande Comandante Steele nunca pode demonstrar isso em público. Mas agora não importa mais, não preciso mais ser forte.
Ótimo.
Ele está entregando os pontos.
Ou... Tentando me manipular.
- É agora que você começa a contar uma histórinha triste para ver se me comove? Argh, que preguiça disso! - Bocejei sentando-me na outra cadeira.
- Não estou tentando te comover.
- Ainda mantém a arrogância? Meus parabéns! - Irônica, bati palmas para o canalha.
- Não, mas já passei por situações bem piores que esta, capitã. Ou acha que esta é a primeira vez que sou feito de refém? Que apontam uma arma pra minha cabeça? - Falou enquanto eu bebia água e notava que sua boca estava seca, possívelmente com sede - Isso que você está fazendo agora, por exemplo. Beber água na minha frente pra me torturar é uma das técnicas mais antigas do mundo. O que realmente quer de mim? Por quê não escuta o meu lado para aí sim tomar a decisão mais justa possível? Se é que algo do que está acontecendo aqui pode ser chamado de justo.
- Quem é você pra falar de justiça, Comandante?! - Bati com a mão na mesa, ficando irritada com ele.
Cínico!
- Ninguém, sei que estou errado, bem mais errado que você. Sei também que a culpa de tudo que está acontecendo aqui é minha. Sabe o que mais me dói? Saber que enquanto tenho um filho que me adora, tenho outra que deseja a minha morte. Seria irônico se não fosse trágico.
- E você queria que eu desejasse o quê? Que você fosse feliz?!
- Eu errei demais com você, filha.
- Filha? Como ousa me chamar de filha?!
- É o que você é Anastasia, querendo ou não somos pai e filha, mesmo não tendo convivido juntos a ponto de unir nossos sentimentos em um laço forte de amor.
- Então você não me ama?
- Nós não nos conhecemos, não convivemos juntos. Não te vi nascer, crescer, mas tenho sim sentimentos por você. Como poderia dizer que te amo acima de tudo? Não acha que soaria hipócrita?
- Soaria mesmo. - Concordei segurando minhas lágrimas para não demonstrar fraqueza diante desse imbecil.
- Mas tenho carinho por você, amor, pela minha filha aliado a um quase insuportável sentimento de culpa.
- Culpa? E o que você fez com essa culpa nesses vinte anos?! Diga pra mim, Raymond! - Exclamei ficando ainda mais furiosa.
- A escondi debaixo do tapete, guardei no fundo do coração e fingi que simplesmente não existia. - Deu de ombros - Era o único jeito de uma pessoa como eu conseguir seguir em frente.
- E você seguiu! Olha onde chegou?! Pena que tudo vai acabar aqui, mas pelo menos você teve uma vida feliz, gloriosa. E eu? Que sou a mais infeliz das mulheres por sua causa?
- Anastasia, filha... Você ainda pode ser feliz, eu sei que pode.
- PARA DE ME CHAMAR DE FILHA! - Gritei tirando a arma da cintura e apontando para ele.
- Você tem uma carreira em ascensão, deve ter também alguma pessoa que ame, que queira constituir uma família até.
- Quem é você para falar de família?
- Eu construí a minha, Anastasia. Mesmo não merecendo, eu tenho o Christian que é...
- A pessoa que você mais ama na sua vida? - Me levantei - Eu também sou sua filha, caramba! Por quê deu tudo pra ele e nada pra mim? Por quê?! - Desta vez, não tive como conter as lágrimas.
Nem ele.
- Não aconteceu dessa maneira, não como você pensa. Quando conheci sua mãe éramos muito jovens. Eu era filho de um grande General do exército americano e ela, uma moça pobre e sem recursos. Tivemos um romance rápido, passageiro nas férias de verão quando fui a praia com antigos amigos da escola. Meu pai era um homem muito rígido e eu, um fraco que não tinha peito pra desafiar sua autoridade, nem todo seu poder.
- Sei... - Voltei a me sentar - Vamos, continue contando sua histórinha triste pra sua filhinha querida. Quem sabe eu não chore papai?
Ray simplesmente ignorou minha ironia e prosseguiu.
- Quando ela disse que estava grávida, me senti perdido mas quando contei aos meus pais, eles não aceitaram. Não aceitaram e deixaram claro que deveria larga-la e seguir em frente com meus planos de substituir meu pai no exército, caso contrário ele tornaria minha vida com Carla o mais difícil possível. Não tive coragem de peita-lo e sabe por quê? Porque eu era um covarde, ainda sou de certa forma.
- Nisso nós concordamos.
- Largar sua mãe foi a coisa mais difícil que fiz nesta vida. Ela suplicava pra que eu ficasse com ela, chegou a se ajoelhar mas insisti no não. Céus, como me arrependo... - Disse soluçando de tanto chorar - Antes de ir, ofereci todas as economias que tinha para que ela usasse pra se virar ao menos por um tempo, mas Carla foi orgulhosa e recusou. E naquele dia, fui embora pra nunca mais voltar.
- E a partir daí, Carla viveu um inferno na terra - Avaliei - E depois que você já era poderoso? Por quê não a procurou?
- Quem disse que não? Procurei sua mãe sim, mas nem o sobrenome dela eu sabia. Quando jovens vivem romances de verão, não perguntam sobrenomes, Anastasia. E antes não tinha essas facilidades da tecnologia como redes sociais, internet e afins.
Como se isso justificasse.
- E por quê mesmo sendo um lixo humano você ainda assim, quis adotar o Christian? Quer dizer, o Coronel Steele? - Baixei a arma.
Ainda não decidi se revelarei a ele ou não o romance que vivi com Christian.
- Não sabia o que tinha sido feito de você. Se estava viva, morta, com fome, passando necessidades. Por você naquela época nada podia fazer, mas por aquele menino que tinha acabado de perder os pais, eu podia. Então o adotei e dei aquele garoto tudo o que queria ter dado a você. Carinho, educação, conselhos, amor.
- Queria ter dado, mas não deu. Você nunca deu nada pra mim Raymond, por isso sou esse monstro aqui!
- Você não é um monstro, Anastasia. Você é uma boa pessoa, eu sei que é. Mas está com tanto ódio, está tão cega que não consegue enxergar quem realmente é.
- Agora vai bancar o psicólogo... - Revirei os olhos - Nada do que você diga vai me fazer mudar de ideia. Vou, quero te matar Raymond. Daqui você não vai sair vivo, nem que seja a última coisa que eu faça nesta vida! - Falei de punhos fechados.
- Ou não. O que acha que está acontecendo neste exato momento? Minha equipe já deve estar me procurando, não só os Sentinelas mas todo o exército americano deve estar atrás de nós, inclusive meu filho. É uma questão de tempo para aparecem aqui. Por isso, siga meu conselho filha. Saia daqui, fuja para longe antes que eles apareçam. Você sabe como são truculentos, vão acabar te matando!
- Desde que você também esteja morto, não me importo. - Dei de ombros.
- Não faça isso com sua vida, não se autodestrua por mim. Não mereço! Vá embora enquanto é tempo, vá viver sua vida filha!
- Para de me chamar de filha, inferno! - Levantei passando a andar de um lado para o outro enquanto ouvia a ladainha dele - Não vou deixar você ser feliz, não vou...
- Feliz? Acha mesmo que em algum momento da minha vida fui feliz? Olha pra mim, Anastasia! - O olhei parando de andar - Eu sou uma farsa! Sou um merdinha que se esconde atrás daquela maldita farda, aparentando todo o poder do mundo quando nem o amor da única pessoa que tem meu sangue neste mundo, possuo. Eu nunca vou ser feliz, nunca. Mas você ainda pode, volte a realidade enquanto é tempo menina.
- Minha realidade é péssima. Sabia que tive sim a chance de ter uma família? Meses atrás, estive grávida, Raymond.
- O quê?! - Ele pareceu perplexo.
- Mas perdi meu filho.
- Não... - Ele voltou a chorar.
- Perdi por sua culpa naquela maldita explosão!
- Explosão? Que explosão?
- Da missão no Afeganistão, seu imbecil! E só perdi meu filho porque fui parar na droga daquele exército pra me vingar de você, é sua culpa sim!
- Quer me empurrar mais uma morte? A do meu neto não irei permitir. Foi uma fatalidade, Anastasia. Nenhum de nós tem culpa, mas... Sabe que um neto seria algo tão bonito? Mas nem merecedor disso eu fui, deve ser castigo.
- Daqui a pouco vai dizer que a culpa da morte da Carla também não é tua responsabilidade. - O olhei enojada.
- Me sinto sim culpado pela morte dela, mas pelo que entendi Carla tinha depressão. É uma doença tão difícil, se ela tivesse se tratado talvez tivesse um destino diferente.
- Doença causada por sua culpa! Sua culpa! - Me aproximei do moreno, colando minha arma em sua testa - Quero que você vá para o inferno.
Raymond fechou os olhos.
- Então acabe com isso de uma vez se é o que realmente quer. Se isso vai te fazer feliz, me mate! Me mate! Me mate agora Anastasia porque sabe que quando me encontrarem, se me encontrarem vivo eles vão te caçar, eu vou te caçar porque o que você está fazendo é crime e merece sim punição, mesmo sendo minha filha. Anda, me mata! - Provocou.
Meu corpo todo estava tremendo, minhas mãos ainda mais.
Me sinto tão perdida, tão perturbada, parece que não sei mais quem sou, que me perdi de mim mesma.
- Não tem coragem? - Ele abriu os olhos - Sabe por quê não tem? Porque mesmo que eu não mereça, você é uma boa pessoa.
- Vamos ver se vai dizer isso quando eu puxar o gatilho e enfiar uma bala na tua cabeça. - Cuspi nele, guardando a arma na cintura.
- VAI SAIR? NÃO ME DEIXE SOZINHO ANASTASIA! SOCORRO! SOCORRO! - O ignorei, amordaçando sua boca, verificando se ainda estava bem preso e saindo mais uma vez, daquele lugar sombrio e pesado.
Preciso de ar.
Mas não daqui.
Saí correndo em direção ao carro, pegando a estrada para ver se organizo meus pensamentos e paro com essa idiotice de falta de coragem de matar aquele ser.
[...]
Depois que eu matar Raymond, Christian vai me odiar.
Será que vou conseguir conviver com isso?
Será que vem daí, este meu bloqueio em matar aquele homem?
Não sinto nada por Raymond além de rancor, mas mesmo assim não estou conseguindo mata-lo.
Só pode ser isso.
É isso mesmo!
Estou com medo que Christian me odeie, mas tecnicamente há essa hora Kate já entregou a carta a Elliot, que entregou a Christian que logo vai deduzir que Ray está comigo ou seja, ele já deve estar me odiando.
E há essa altura do campeonato de que isso importa?
Christian e eu jamais ficaremos juntos, tem um abismo enorme entre nós, uma verdade, um segredo que nos separará para todo sempre. Nunca ficaremos juntos, então me odiar ou não nem deveria importar tanto assim nesta altura do campeonato.
Sentindo a brisa do vento batendo no rosto, fui me recompondo.
- Opa... - Falei vendo que um carro preto parecia me seguir.
Será que é a polícia?
O exército?
Algum Sentinela?
Céus...
Algumas ruas depois, o carro foi para outro lugar.
Será que estava me seguindo mesmo ou é paranóia da minha cabeça?
Estou há horas sem comer, bebi um pouco também, pode ser isso, uma simples paranóia.
Mas prefiro não arriscar.
[...]
Dirigi durante horas pelas ruas do Brooklyn até ter certeza que não estava sendo seguida. Só então fui em direção ao meu verdadeiro destino, ligando a música do carro a fim de me distrair. Estava tocando Elton John e Your Song me fez lembrar imediatamente de Christian.
Acabei sorrindo ao lembrar da primeira vez que ouvimos essa música juntos e dissemos que era muito a nossa cara. Apaguei meu sorriso ao lembrar que por minha culpa, não estávamos mais juntos. Passei a chorar ao pensar no rosto lindo dele, sua barba rala que vivia pinicando meu rosto quando nos beijávamos, de quando seu corpo ficava colado no meu me completando totalmente. Céus, como sinto falta de estar nos braços fortes daquele homem.
Mas agora é tarde, não posso mais voltar atrás.
Eu escolhi meu caminho e irei até o fim com ele, mesmo que esse fim seja trágico e doloroso.
Com a mão direita limpei meu rosto, puxando ar e voltando a controlar minha respiração que tinha ficado descompassada por conta da choradeira. Voltei a prestar atenção na direção e minutos depois, já estava em frente o galpão abandonado.
Estacionei o carro, tirei o cinto de segurança e peguei minha arma que estava no banco traseiro, guardando-a na cintura. Saí do possante e olhei para os lados mais uma vez, a fim de checar se não estava mesmo sendo seguida. Caminhei até a porta do esconderijo, tirei a chave do bolso e a girei na maçaneta, abrindo a porta do local.
Estava tudo escuro e por isso, acendi a luz. No ambiente só havia uma mesa e uma poltrona preta. Andei até a poltrona que estava no centro do galpão e mordi os lábios feliz ao ver Raymond sentado na mesma, com as mãos e pés bem amarrados, além de uma mordaça tapando sua boca.
- Oi papai... - Sorri bisonhamente para ele. - Sentiu saudades?
Os olhos do desgraçado estavam inchados, vermelhos e a expressão de seu rosto, terrívelmente assustada o que fez meu sorriso aumentar ainda mais.
- Quer conversar, papai? Okay, então vamos conversar como pai e filha. - Falei tirando a mordaça dele.
- SOCORRO! SOCORRO! - Raymond gritava enlouquecido como se fosse uma vítima, o que me fez revirar os olhos.
- Não cansa de fazer a mesma coisa toda vez que tiro essa mordaça não? Estamos em um lugar isolado, pode gritar a vontade pois ninguém vai te ouvir. - Avisei caminhando até uma mesa velha, onde tinha uma garrafinha de água.
- Por favor filha, não faça nada comigo... - Raymond suplicava se fazendo de pobre coitado.
Fechei a cara.
- Não me chame de filha seu canalha! - Exclamei bebendo um pouco da água pois minha boca estava seca e em seguida, coloquei a garrafa de volta na mesa. - Você vai ter o que merece, apenas isso Raymond. Sabe o que irei fazer com você? Eu vou te... - Antes que terminasse minha frase, o galpão fora invadido por Elliot e Christian armados até os dentes como se eu fosse uma bandida muito perigosa.
Talvez eu seja.
Mas era o meu Christian.
Meu coração disparou de tal forma que senti meu corpo todo tremer. Por sorte e instinto, peguei minha arma na mão rapidamente e a apontei para a cabeça do Comandante Steele.
Não iria deixa-lo sair dessa assim tão fácil.
- Se atirarem em mim, antes de cair mato esse maldito. - Avisei pondo o dedo no gatilho e me preparando para puxa-lo se necessário.
- Não faça isso Ana, por favor! Se você me ama, abaixe essa arma. - Christian pediu abaixando a dele para tentar me passar segurança, truque que aprendemos no treinamento, mas Elliot continuou apontando sua Glock para mim.
- Não misture as coisas, Christian. - Retruquei tentando não olhar para aquele homem pois se o fizer, sei que ficarei confusa. - Raymond fez mal a mim, a minha mãe e tem que pagar por isso.
- Talvez tenha sim, mas não dessa maneira. - Elliot argumentou - Não destrua sua vida por causa dele, Ana.
- Não destrua a nossa vida Ana, pois destruindo a sua você também estará acabando com a minha. - Christian insistiu e não resistindo mais, o olhei.
Seus olhos azuis estavam cobertos por lágrimas de dor e decepção ao ver o que eu tinha me tornado. E isso me fez chorar ainda mais, respirando fundo e olhando para ele, para Elliot e por último para Raymond que também chorava copiosamente com medo de morrer.
Eu não tenho a menor ideia do que farei.
Se puxar o gatilho me vingarei de Raymond e cumprirei a promessa que fiz em frente a lápide de Carla.
Se não puxar deixarei de cumprir minha promessa, mas pelo menos terei a chance de quem sabe um dia, obter o perdão do meu querido Christian.
Me sinto entre a cruz e a espada.
Amo tanto este homem, mas nada vai me parar.
Não agora.
Nada fará com que desista da minha vingança.
Ou tudo que vivi até aqui, tudo que sofri durante a vida inteira terá sido em vão.
E isso seria mais injusto ainda.
- Sinto muito, Christian. - Puxei o gatilho no mesmo momento que senti algo queimar no meu braço, o que fez com que minha mira errasse e o tiro que seria na cabeça do infeliz, acertasse apenas seu ombro - Você atirou em mim, Elliot? - Notei vendo sangue escorrer por meu braço, mas ao que parece o tiro foi de raspão.
- Desculpa Anastasia. - Elliot pediu parecendo abalado com o que tinha feito enquanto Christian corria até o pai para o socorrer - Você está presa!
- Não, pra cadeia não vou. - Avisei saindo correndo para fora do galpão, percebendo que Elliot não atirou em mim pelas costas, estranho.
Com a mão no braço machucado, corri até o carro, entrando no mesmo e reparando que em questão de segundos, uns cinco carros apareceram ao meu redor, provavelmente com os demais Sentinelas que inteligentes ao extremo, também encontraram meu cativeiro.
- Droga... - Resmunguei notando que estava cercada.
Liguei o carro.
- Desligue este motor e saía desse carro agora! - Riley, ao lado de Leah ordenou apontando suas respectivas armas para mim.
Não.
- Eu não vou ser presa.
Mesmo sabendo o quanto aquela manobra poderia ser arriscada, dei ré, dando a volta neles e saindo com o carro sentindo o impacto de alguns tiros que por ventura, acertaram alguns pedaços do carro.
Insana, aumentei ainda mais a velocidade para fugir de dois carros que estavam atrás de mim. Minha sorte é que conheço este lugar como a palma da minha mão, conheço todas as ruas e graças a isso, após alguns minutos sendo perseguida consegui despistar os carros parando depois de algumas horas, em um local ermo.
Agora estou sozinha.
Completamente sozinha.
Se duvidar mais sozinha ainda do que quando perdi minha querida Carla.
A única coisa que sei é que não passarei o resto da vida na cadeia.
Só preciso arranjar um lugar seguro para me esconder por um tempo, esperar a poeira abaixar e seguir em frente, mesmo não sabendo que o futuro que me aguarda é incerto.

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E chegamos ao momento do prólogo!

Falta pouco para esta história acabar, mas temos muitas surpresas aguardando vocês ainda.

Próximo capítulo será narrado pelo nosso Coronel.

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O TrocoWhere stories live. Discover now