Capítulo 9 - O Descontrole

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Capítulo 9 - O Descontrole.

Finalmente encontrei Raymond Steele. 
Éle é alto, moreno, olhos claros e usa um bigode um tanto curioso. Em seu uniforme há várias insígnias, mostrando o quanto é condecorado por aqui. Enquanto Carla está há sete palmos, o desgraçado está bem na minha frente rico, elegante, cheio de prestígio no exército e feliz. 
Isso não é justo. 
Tive que me segurar para não desabar aqui mesmo. 
Trinquei o maxilar e controlei minhas lágrimas, lançando meu melhor sorriso para o maldito. 
- Muito prazer, Comandante. - Falei para ele que sorriu discretamente de volta para mim. 
- Estes são Anastasia, Jane e James. - Christian nos apresentou apontando para cada um de nós, respectivamente. 
James levantou-se e apertou a mão de Raymond, Jane fez o mesmo. Se eu não levantar e apertar a mão dele também pode ser que ele desconfie de algo, mas não sei se conseguirei chegar a esse nível de hipocrisia. Engoli em seco, levantei da cadeira e mesmo enojada, estendi a mão para ele que logo a apertou com sua mão áspera e seca. 
- Será que já nos conhecemos de algum lugar, Anastasia? - Voltou a olhar fixamente para mim, com as sobrancelhas arqueadas. 
Coçei a cabeça. 
- Tenho certeza que não. - Neguei prontamente guardando minhas mãos trêmulas no bolso do casaco. 
- Ah... - Ele mordeu os lábios - Vamos começar a reunião. - E todos nos sentamos ao redor da mesa - Os Sentinelas é uma equipe que cumpre as missões mais perigosas e secretas em  busca de proteger os Estados Unidos de todo e qualquer inimigo. Quando estamos em missão passamos dias, até mesmo semanas fora dos nossos lares e é por isso que é necessário ter muito treinamento físico e principalmente, psicológico para aguentar esta rotina onde não são permitidas falhas. Mas confio em meu filho - Olhou para Christian que sorriu para o pai - E sei que ele fez um bom trabalho com vocês. No momento estou acertando alguns detalhes importantes da próxima missão de vocês. Muito em breve todos iniciarão os trabalhos, enquanto isso podem voltar a suas casas e...
Depois de um tempo já não estava mais prestando atenção nas palavras de Raymond, apenas imaginando como farei pra me vingar deste homem, para fazê-lo sofrer tanto quanto eu sofri a perda da Carla. Também fiquei com medo dele me reconhecer, mas nunca fui parecida com minha mãe fisicamente por isso acho difícil que ele associe minha pessoa a ela a não ser pelo sobrenome, mas o romance dele com minha mãe foi tão breve e insignificante que duvido muito que ele se recorde do nome completo da minha mãe. 
Quando acabou a reunião fui direto para meu quarto, entrando e fechando a porta em seguida. Furiosa e precisando botar para fora toda essa raiva que sinto em meu peito, passei a quebrar e bagunçar tudo a minha volta em um completo descontrole. 
Vasos. 
Travesseiros. 
Espelhos. 
Por conta deste último, acabei machucando um dedo da mão e fazendo um pequeno curativo na mesma. Eu mesma fiz pois não quero ter que explicar a Leila o por quê me machuquei. Enquanto quebrava tudo em um acesso de fúria, chorava copiosamente de saudades da minha mãe, da Kate e da minha vida fora daqui, mesmo sabendo que ela não tinha sido lá muito justa e feliz, por culpa de Raymond é claro. 
Sempre ele. 

- Anastasia? Esta tudo bem? - James perguntou do lado de fora do quarto - Ouvi alguns barulhos estranhos vindos daí

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- Anastasia? Esta tudo bem? - James perguntou do lado de fora do quarto - Ouvi alguns barulhos estranhos vindos daí. 
- Er... - Parei de fazer barulho e me aproximei da porta - Está sim, fique tranquilo. - Afirmei em voz alta para ele - Só estou dando uma arrumada aqui dentro, mas está tudo bem. - Menti olhando para os lados e me dando conta da destruíção que este lugar está. 
- Certo. - Ele disse e foi embora já que não ouvi mais sua voz estridente. 
Arrumei toda a bagunça correndo, com cuidado para deixar o quarto do mesmo jeito que estava quando me hospedei aqui ou pelo menos, quase. Em seguida fiz minhas malas já que meu pai disse que podemos voltar para casa enquanto as missões não se iniciarem. Depois de me trocar, saí do quarto com minhas malas em mãos, mas pelo jeito hoje não é meu dia de sorte já que encontrei justamente Christian no corredor. 
- Ana, precisamos conversar. - Ele disse se aproximando de mim com aquela cara toda linda - O que está acontecendo contigo? Por quê está me evitando desde aquele beijo? 
- Porque é o certo a se fazer. - Respondi mordendo o lábio e desviando o olhar - E principalmente porque é isso que quero, evitar você e só conversar o mínimo possível sobre o trabalho, claro. 
- Não é o que seus olhos me dizem. - Se aproximou tanto de mim que pude sentir sua respiração, quase tão descompassada quanto a minha. - E dizem por aí que olhos nunca mentem. 
- Pois diferentemente do resto da humanidade meus olhos mentem.  - Ironizei dando de ombros - Preciso ir, nos vemos quando estivermos em missão. - Falei me desvencilhando dele e indo embora a passos largos. 
Não é nada fácil dar o fora em Christian, ainda mais porque ele é bem insistente e muito charmoso quando quer, mas não adianta. 
Não posso me envolver com o filho do ser que mais odeio no mundo. 
[...]
Já fora do Pentágono, viajei de volta para casa. No caminho pensava em tudo que me aconteceu nestes últimos meses, fiz e vi tanta coisa ruim e de vez em quando  boa. Cometi erros, vários deslizes mas agora estou muito, mas muito próxima de iniciar minha vingança, só preciso ter uma ideia boa ou melhor, genial de como fazer Raymond sofrer desgraçadamente. 
A fórmula mais fácil seria através de Christian que parece ser alguém que ele realmente ama. Percebi isso na troca de olhares deles durante a reunião. Olhares de cumplicidade, do carinho que ele se recusou a dar para mim, mas deu de sobra para o moreno. Mas não acho justo usar o Coronel para machucar o pai, pois Christian não tem culpa das canalhices de Raymond. Ainda pensando nisso, desci do táxi e fui para minha casa. 
- Aninha! - Kate abriu um enorme sorriso quando cheguei em casa - Que saudades! - Me abraçou com força. 
- Também senti muito sua falta, Kate. - A abraçei de volta, retribuindo o carinho. 
- Você está horrível. - Me mediu de cima a baixo - Quer dizer, continua linda mas parece tão cansada. 
- Digamos que não tive dias muito fáceis, devo ter envelhecido uns dez anos depois do dia de hoje. - Caminhei até o sofá, sentando para tirar meus sapatos - Vou te contar tudinho pra você vai entender certinho. 
- Okay, mas antes eu tenho uma grande surpresa para você. - Ela continuou sorrindo. 
- Que surpresa? - Perguntei curiosa franzindo a testa. 
- ESSA AQUI! - Ela gritou quase me deixando surda. 
Segundos depois, um rapaz moreno de olhos escuros adentrou nossa sala. Imediatamente o reconheci, tendo uma das melhores surpresas dos últimos tempos. 
- José, você saiu da cadeia! - Exclamei feliz correndo para os braços do meu tão querido irmão de coração. 

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Retornando aqui com capítulo novo, espero que tenham gostado 💛🧡💛

Raymond X Ana foi babado né? Kkkk

Pra quem quer saber sobre quando vamos ter romance de Chris e Ana será no próximo capítulo, okay?

Votem e comentem, daqui 15 dias volto com o próximo (as atualizações desta história virão semana sim, semana não por enquanto).

Beijos!!

O TrocoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt