Capítulo 1 - O Juramento

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Capítulo 1 - O Juramento.

Muitos anos antes...

A vida é amarga.
É injusta, cruel.
Pude constatar isso durante  esses vinte e um anos que tenho de vida. Meu nome é Anastasia Adams, nasci no Brooklyn e fui até meus quinze anos, criada sozinha por minha mãe, Carla. 
Carla Adams era uma mulher  depressiva, triste, que quase nunca sorria mas não entendia na época porque ela parecia estar sempre tão infeliz. Mesmo assim ela me criou com amor e me ensinava que se eu fosse uma pessoa honesta e não fizesse mal a ninguém seria muito feliz. Só que ela fazia tudo isso e mesmo assim vivia chorando pelos cantos, o que me entrestecia muito e provava que ser bonzinho não é sinônimo de felicidade coisa nenhuma.
A dona Carla, como eu costumava chama-la, também  me aconselhava a tomar cuidado com os assuntos do coração e dizia que nunca, mas nunca mesmo eu deveria me entregar ao amor ou me apaixonar por alguém pois certamente saíria machucada no final disso tudo.  Segui esses conselhos tanto que apesar de ter tido dois namorados até hoje, Mike e Scott, jamais cheguei a me apaixonar de verdade por eles.
Nunca conheci meu pai e a figura paterna mais próxima que tive em toda minha vida foi Harry, meu vizinho no Brooklyn, Nova York, bairro onde passei boa parte de minha infância e adolescência.
Aos quinze anos minha vida deu um giro de 360 graus.
Quando voltei da escola ao lado de Jessica, filha de Harry,  encontrei Carla caída no chão da sala de estar. Ao me aproximar um pouco vi um vidro de remédios vazio ao seu lado. 

Sufoquei um grito cobrindo minha boca com as mãos enquanto corria mesmo com as pernas trêmulas em direção ao telefone em busca de pedir socorro, mas de nada adiantou pois quando a ambulância  chegara Carla já estava morta

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Sufoquei um grito cobrindo minha boca com as mãos enquanto corria mesmo com as pernas trêmulas em direção ao telefone em busca de pedir socorro, mas de nada adiantou pois quando a ambulância  chegara Carla já estava morta. Eu sabia que minha mãe tinha depressão, mas nunca imaginei que um dia ela chegaria a ponto de tirar a própria vida.
Naquele dia chorei como jamais voltei a chorar nesta vida. Era uma dor tão forte que chegava até a doer fisicamente. Carla era tudo que eu tinha e agora, eu não tinha mais nada, mais ninguém, estava mais sozinha que uma folha ao vento neste mundo.   Estava triste e muito confusa nas primeiras horas, tanto que durante o velório e enterro passei a sentir raiva de Carla por ter me largado sozinha nessa droga de mundo. Mas tudo mudou quando ao  mexer nos pertences de minha mãe, encontrei uma carta endereçada a mim. Franzi as sobrancelhas e sentei-me na cama da beliche de cima que era onde eu dormia, enquanto minha mãe ficava sempre na cama de baixo. Respirei fundo, coloquei uma mecha de meus cabelos que eram longos e castanhos atrás da orelha e abri o envelope e em seguida, li a carta atentamente.

"Querida Ana;
Imagino que nesse momento esteja sofrendo muito por minha causa e de ante-mão quero te pedir perdão pelo que fiz, por ter te abandonado e ter sido uma fraca. É, sou uma fraca mesmo. Mas eu simplesmente não podia mais continuar, não consigo mais acordar todo dia sem o amor da minha vida do meu lado. Você deve estar se perguntando de quem estou falando e sim, é do seu pai. Você sempre me perguntou sobre ele e sempre me recusei a falar a respeito, mas agora quero que saiba um pouco sobre ele, sobre mim e tudo que vivemos quinze longos anos atrás. Sempre fui pobre mas era feliz com seus avós, porém, fiquei muito flágil quando eles morreram em um acidente de carro. Passei a ser criada por sua bisavó, Melina, e foi nessa época que conheci Raymond. Eu tinha dezesseis anos e ele, vinte e dois. Raymond Steele era filho de um grande General do Exército dos Estados Unidos e estava sendo criado para substituir seu pai no futuro. Mas nos apaixonamos e eu achava que ele largaria toda sua carreira militar por mim ou que pelo menos enfrentaria seus rígidos pais para ficar comigo. Como fui idiota e sabe por quê? Porque Raymond apenas me seduziu, me usou e quando descobriu que eu estava grávida olhou nos meus olhos e disse que não iria assumir nosso amor, muito menos meu bebê porque sonhava com uma carreira de sucesso no exército, queria chegar no topo e nós o atrapalharíamos. Ele não quis assumir você mesmo depois que me ajoelhei suplicando para que não me deixasse e foi embora pra todo sempre, me deixando grávida, sozinha e com uma filha pra criar. Eu não soube lidar com aquele abandono e foi a partir dali que eu começei a definhar lentamente, dia após dia. Todas as noites acordava suada e tremendo pois vivia tendo pesadelos com o dia em que Raymond me destruiu por dentro e por fora. Ainda consegui suportar essa dor por quinze anos porque precisava cuidar de você, te dar amor, carinho e te preparar para a vida mas não consigo mais, Ana. Minha dor chegou a um nível insuportável e tomar aqueles remédios foi o único jeito que encontrei para aplacar essa dor, mesmo sabendo que meu ato na verdade foi uma covardia com você. Só tenho que lhe pedir perdão filha, perdão por estar te deixando sozinha nesse mundo louco, mas tenho certeza de algo que me alivia. Sei que você é forte Anastasia e ainda vai chegar muito longe na sua vida. O conselho que te deixo é que não perca a sua essência e que jamais esqueça que eu te amo   muito filha.
Com carinho, sua dona Carla."

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