APOLO FERRARI

Busca VII

APOLO

Já estava saindo do núcleo quando lembro que deixei minha carteira na minha sala. Droga! Retorno com o carro para o prédio central, estaciono e entro.
Vou direto para minha sala e assim que entro vejo a bendita carteira em cima da mesa, pego-a e coloco no bolso.

-Apolo, que bom que ainda te encontrei por aqui. - falou assim que estava prestes a sair da sala.

-Pedro, o que o traz aqui? - perguntei

-Quero conversar com você.

- Eu já estou de saída.

- Não serão mais que cinco minutos.

-Se veio reclamar porque o denunciei para corregedoria, pode considerar seu tempo perdido. - falei

-Na verdade eu vim pedir desculpas pelo o que eu fiz. Você fez o certo em me denunciar, Apolo, no seu lugar eu faria o mesmo. Eu sei que errei, mas errei tentando fazer o bem para pessoas que importam para mim...

- Tudo bem, Pedro, mas isso não justifica o que fez.

- Eu sei que não justifica, mas é a verdade.

- Só não misture mais trabalho e amizade. - falei

-Não acontecerá, eu garanto... Mas quanto ao trabalho as coisas já estão resolvidas, vim aqui pela nossa amizade. Nos conhecemos há anos, só queria saber se está tudo certo entre nós dois... - falou e fiquei pensativo.

- Tudo certo. - respondi.

- Que ótimo! - falou - Bom, agora eu vou deixar você ir. Até mais - falou estendendo a mão e o cumprimentei.

-Até! - falei apertando sua mão e em seguida saímos os dois do prédio. Entrei no meu carro e saí do núcleo.

Não sei qual é a de Pedro, o conheço há anos, mas nós últimos dias ele se mostrou alguém muito diferente.
Só espero que não entre mais no meu caminho.

*
*
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...dias depois...

Depois que finalmente foram liberados os documentos da investigação, passei os últimos quatro dias trabalhando dia e noite com a equipe para tentarmos localizar algum rastro de Sanchez e Tornado, mas até agora progredimos a passos bem curtos.

-Alguma novidade por aqui, Sávio? - perguntei

- Ainda não senhor. - respondeu ele com os olhos ligados no sistema, enquanto eu e os demais agentes olhávamos as papeladas, uma por uma, para tentarmos encontrar algo.

- Que horas já são? - perguntei

-04:15 da manhã, senhor. - respondeu agente Paula.

-Se quiserem dar uma pausa podem ir. Continuarei por aqui. - falei olhando os papéis.

-Vou ficar. - falou Scarlath

- Eu também. - disse Sávio

-Acho que todos vamos ficar, comandante. - completou Paula.

-Ótimo. - falei e continuamos nosso serviço.

- Aqui senhor, acho que encontrei algo. - falou o agente Marcos depois de um tempo.

-O que exatamente, Marcos? - perguntei

-Nos últimos dois anos, tornado foi identificado nessas coordenadas, no mesmo dia e em horários diferentes. - mostrou

-Sávio, joga as coordenadas no sistema, vamos ver a quem ele faz uma visita anual. - falei e assim fez.

- Aqui senhor, o endereço dá exatamente em... um orfanato no centro da cidade.