Capítulo 11: Segredos

133 19 6
                                    

       - Ei. – Eu sussurrei ao seu peito enquanto meus dedos mexiam em sua mão.
      Um silêncio prevaleceu no quarto, vazio, frio.
      - Está acontecendo algo? – Perguntei inquietamente, sentindo a ansiedade aumentar em meu peito cada vez mais.
      - Não. Por quê? Deveria estar acontecendo algo? – Ele responde ríspido.
      - Ei calma aí. Eu só fiz uma pergunta.
       - Não precisa perguntar se eu estou bem a cada cinco minutos Megan, só porque estou em silencio. Se eu não estiver bem, eu falo. – Respondeu ele.
      - Qual é o seu problema? – Falei levantando da cama e me cobrindo com um roupão para afastar o vento frio que entrava pelas frestas das janelas. – Já faz semanas que você está assim. Conversa comigo. Eu sou a sua namorada, ou pelo menos foi isso que você falou ao me pedir em namoro há dois meses.
      - Não faça isso, Megan.
      - Não faça o que?
       - Não faça drama.
      - Porra. Jura Bryan? Drama? Você não vinha aqui fazia um mês, Bryan. Um mês. Faculdade? Você me ignora. Qual é a merda do seu problema? Um dia me implora para eu não te deixar, no outro você parece fazer de tudo para que isso aconteça. Um dia a gente está namorando, e no outro não mais? Explica-me, porque eu não vou ficar te esperando, por mais que eu ame você. Por mais que eu ame muito você, eu não sei mais lidar com suas mudanças constantes de humor.
      - Se você não quer mais Megan, é só falar. Não tem nada acontecendo aqui, além de você surtando por motivos bobos. Estou quieto porque estou cansado e exausto. Então pare, porque eu não tenho tempo para isso.
      - Não tem tempo para isso o que? Para nós?
      - Meu Deus Megan. Eu não tenho tempo para dramas e inseguranças.
Ele levanta e me abraça forte.
      - Você é a mulher mais incrível desse mundo. Eu não sou nada sem você. Eu preciso de você, mas preciso que pare com essa insegurança. Eu estou aqui para você. Estou aqui por você. E vou estar pelo resto da minha vida, mas só se você deixar, e quiser. Você é minha casa meu amor, eu achei meu lar dentro dos seus braços. Eu estou bem. Você está bem. Estamos todos bem. E se por algum acaso, não estivermos bem. Vamos ficar no fim. Eu amo você em todas as suas fases, eu amo suas qualidades e mais ainda os seus defeitos. Eu amo você.
      - Você promete?
      - Eu prometo.
       - Eu também amo você.

      O tempo passa cada vez mais depressa, nós não temos mais o mesmo tempo de antes. Aproveitar o presente o máximo que der, porque quando você menos espera, ele já virou passado.
      O dia amanheceu gelado. Pela janela se via a neblina lá fora, esbranquiçando tudo. O café esfria mais rápido na caneca, enquanto eu bebo devagar. Observo o pouco da fumaça que ainda sai da caneca quando ouço a buzina na frente de casa.
      Minha calma acabou, era hora de cair no dia lá fora. Vesti meu casaco e sai pela porta, trancando-a logo em seguida.
      - Bom dia my little girl. – Bryan disse com um sorriso.
      - Bom dia. – Respondi retribuindo o mesmo sorriso caloroso que eu havia recebido. – O que vai fazer hoje à tarde? – Eu perguntei.
      Bryan não respondeu, ficou parado olhando para frente, parecia nem ter escutado a minha pergunta.
       - Alô? Bryan na escuta? Terra chamando Bryan. Repito. Terra chamando Bryan. – Falei dando risada. – No que tanto está pensando, que fez você ficar viajando ai?
       - Ahn? Nada. O que foi que você tinha perguntado mesmo?
       - O que você vai fazer hoje à tarde. – Repeti tranquilamente.
       - Ah sim. Vou ao médico. Por quê?
       - Ao médico? Está com algum problema? Quer que eu vá junto?
       - Não se preocupa, é só um exame de rotina. Não precisa ir junto. – Ele falou distante, novamente.
       Eu olho para ele intrigada, sei que não gosta de ir ao médico. Por que ele iria para um exame de rotina, se ele nunca faz exame de rotina? Acho que ele percebe minha angústia.
        - Ei está tudo bem. – Ele diz tentando me confortar.
       Olho para ele e dou um sorriso forçado. Se ele está falando que está tudo bem, então está tudo bem.
       Aumento um pouco o som do carro, mesmo estando perto da faculdade. Mas logo em seguida, a mão de Bryan vai até o botão do volume e abaixa novamente.
        - Estou com dor de cabeça, pode deixar baixo? – Complementa.
        - Ah, sim, claro. – Respondo e me encolho no banco esperando o ar quente me aquecer mais, e esperando o clima se esvair.
       - Te vejo na sala? – Bryan me pergunta ao estacionar o carro.
Coloquei minha mão na porta, estava para abrir, quando eu parei e virei para ele, que me fitava atentamente.
      - Ah, sim. Vejo você na sala.
     Ele concordou com a cabeça, e deu um leve suspiro. Como se estivesse segurando a respiração por um curto período de tempo, e finalmente pudesse respirar aliviado.
      - Até logo, my little girl. – Falou baixo, mas em bom som a ponto de eu escutar.
       Fechei a porta do carro atrás de mim, andei até encontrar Lorenzo, Talía e a morena que encontrei na fraternidade no natal na entrada.         Olhei mais uma vez para a direção do carro e vi Bryan com a cabeça encostada no volante.

Única Estrela no CéuWhere stories live. Discover now