Capítulo 5.6

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       Eu comecei a ler, e a sala retornou a um silencio absoluto.
                 Pessoas desalmadas,
            Num mundo salvaguardo.
                   Pessoas bondosas,
            Num mundo depravado.
      Uma sociedade fria e calculista,
                   Pura hipocrisia.
            Ocorrências silenciadas,
     Vozes que tentam ser silenciadas.
                    Gritos abafados
               Lágrimas derramadas,
                   Amores perdidos
              Seres descompreendidos
                    Gritando socorro.
       A sala toda se encontrava num silencio absoluto. Minhas mãos suavam frio, e tremiam, como se eu tivesse exposta a um terrível dia de inverno.
       Depois de breves minutos, como se todos estivessem se recuperando de uma notícia bombástica, o professor deu sinal para que o próximo aluno seguisse a leitura.
       - Srta. Scott? Posso falar um minuto com você? – Disse o professor enquanto os alunos se retiravam da sala.
       Eu olhei para ele, para meus amigos, e para os cadernos que havia empilhado em meus braços; - Claro. – Respondi sorrindo.
       Quando não havia mais ninguém, eu me aproximei da mesa, esperando ansiosamente que ele falasse o que tivesse que falar.
       - Tenho que dizer para você, srta Scott – Começou ele – fazia muito, muito tempo, que eu não escutava uma escrita tão boa, com tamanha profundidade. Você tem grande futuro nessa área, fico feliz por saber que alguém com um dom desses, estará ingressando nessa carreira daqui uns tempos.
       Eu olhava fixamente em seus olhos, pois para mim eu só havia escrito algo atrasado.
       - Estou disposto a te ajudar a dar o seu primeiro passo para uma futura carreira brilhante. Tenho uma proposta para você, mas conversaremos mais tarde sobre isso, com mais tempo e calma.
       Falando isso, ele se retirou da sala num piscar de olhos, e eu fiquei parada, tentando processar tudo o que eu tinha escutado. Eu realmente escrevia bem a esse nível?
       Saí da sala. E guardei meus materiais em meu armário, e novamente, havia nele uma flor e um poema. Anotei em minha lista mental, falar com Bryan sobre isso, é romântico e tal, mas eu não sei mais onde colocar tanta flor.
        - E aí princesa? – Disse Bryan envolvendo seus braços por trás em minha cintura.
       - E aí? – Eu respondi fechando a porta do armário rapidamente.
       Eu sei, não fazia sentido eu querer esconder a flor e o poema, sendo que eu ia falar sobre ele, e sendo que ERA dele.
       - O que houve? – Disse ele desconfiado.
       - Não é nada. – Eu disse me erguendo nas pontas do pé depositando um beijo leve em seus lábios. – Só obrigada pelas flores, e pelos poemas, são lindos, estou amando, mas não tenho mais vaso para pôr tanta flor.
       - Espera ai! – Exclamou ele, e sua expressão de suave foi para sombria em questão de segundos, da água para o vinho, seu carisma e sua paixão se dissiparam por seus olhos e pelas narinas que se dilatavam. – Do que você está falando Megan?
       Ok, pela cara dele, essas flores e poemas, não são dele. – Hã, esquece, fiz confusão, você vai comigo e com as meninas na loja de fantasia? – Tentei mudar de assunto para sua carranca deixar aquele rosto perfeito em paz. Não deu certo.
       - Pelo amor de Deus Megan, para de mudar de assunto só porque você tem medo, a gente vai ter que falar sobre isso, você gostando ou não. – Nessa hora, olhei para ele como quem diz “ Ok, mais tarde. ” – Eu estou falando para conversarmos agora. Não depois. Agora.

Única Estrela no CéuDonde viven las historias. Descúbrelo ahora