Guarde seu amor comigo...
Meu corpo precisa do calor do seu...Embody Me - Novo Amor
Alexa P.O.V
Antes que John saísse pela porta do laboratório, pude perceber e sentir sua preocupação, ele não me disse o que ia fazer ou para onde estava indo, mas era evidente que aquilo lhe deixava desconfortável.
Alguns segundos olhando para a porta, senti a mão quente do Dr. Kim apoiar o meu ombro esquerdo.
— Ele vai ficar bem — Ele diz com uma voz confortante.— Sim, eu sei… -Respondi.
— Preciso lhe mostrar algo. — Disse o homem, fazendo um gesto para que eu começasse a segui-lo.
Levantei-me da cadeira e andei logo atrás dele, seguindo seus passos até uma área mais isolada, um corredor branco, com luzes fortes e várias portas fechadas, parecia não ter fim.
— Pessoas não vêm aqui. — Disse ele.
— O que tem por aqui? — Perguntei, olhando para os lados. Aquele lugar alimentava a minha curiosidade.
— Algumas experiências minhas, nada de especial. — Ele respondeu enquanto caminhava. Paramos no meio do corredor, Dr. Kim se aproximou de um sensor de retina e se posicionou de frente à ele. Após isso, a porta foi desbloqueada para entrarmos.
— Sua ave está bem, e saudável — Ele disse. Quando entramos, as luzes acenderam automaticamente e nos aproximamos de uma vidraria, onde dentro simulava um ambiente natural adequado para o corvo ficar.
Sorri ao ver aquela cena, o lindo corvo estava tranquilo, mesmo não sendo seu lugar natural de verdade.
— Ele tem sorte de estar vivo. Ainda estou tentando entender como ele escapou das ondas eletromagnéticas super carregadas que colocaram espalhadas pelos céus. — Dr. Kim comentou, olhando a ave com bastante atenção, aquilo me deixou confusa, ondas?
— O que? Por que fizeram isso? — Ele suspirou, e virou-se para mim.
— A única espécie que pode viver, é a deles. — Diz o Dr. Kim.
— A deles? Eles quem? — Perguntei, franzindo o cenho.
— Os homens. — Respondeu, ele — É uma conversa bastante sensível para uma pessoa que salva corvos.
— Do que está falando? — Perguntei outra vez, totalmente confusa.
— Já viu algum outro animal andando ou voando por aí? — Perguntou, ele. No entanto, permaneci calada, pois não havia resposta.
— Os animais foram extintos, Alexa, assim como todas as fêmeas que estavam aqui. Bom… Menos você.
— Por que você quis ajudá-lo? — Perguntei.
— Pelo mesmo motivo que estou ajudando você e John. — Respondeu, ele.
— E qual é? — Olho para ele, ele vira o rosto e começa a organizar seu balcão.
— Há tantos mistérios no universo, não cabe a nós desvendarmos agora. — Respondeu — Você vai saber o porquê, basta esperar.
— Bom… Você também não me disse o que aconteceu com a sua família, quer me dizer agora? — Ele parou de organizar suas coisas, então, permaneceu alguns segundos calado.
— Há muito tempo, estávamos tentando concluir uma experiência que mudaria nossas vidas para sempre… — Ele deu uma pausa e logo voltou a falar.
— No entanto, algo inesperado aconteceu, o que deu início ao que estamos vivendo hoje. Não pude contar com a ajuda de ninguém para salvar a minha família. Antes que fosse tarde, tive que recorrer a uma experiência extremamente improvável e antiga, a única que poderia salvar nossas vidas, antes que fosse tarde demais. — Ele parou de falar.
— Por que você é tão diferente? — Perguntei.
— Graças ao que fiz, há muitos anos. — Ele não queria falar diretamente o que exatamente aconteceu naquele tempo.
— E o que explica o John? — Ele me olhou confuso.
— O John não é diferente, ele é igual aos outros. No entanto, desenvolveu sentimentos que ele desconhecia, isso causou problemas em seu cérebro, e pode até se descontrolar às vezes. Por isso preciso que tome cuidado — Disse ele, o que me fez ficar ainda mais confusa.
— O John nunca me machucaria. — Falo, tentando convencê-lo de que não preciso ter cuidado.
— Não, o John nunca te machucaria. — Não entendi exatamente o que ele quis dizer. Ele virou-se para mim e sorriu sarcasticamente, aquilo era assustador, não queria continuar no assunto.
— Como você sabe de tanta coisa? — Perguntei, curiosa com a resposta.
— Observação, estudo e experimento. Além disso, eu já disse que sou muito diferente dos demais. Por mais que eles possam ter uma grande capacidade intelectual, não sabem reconhecer sentimentos, é por isso que andam com um bracelete que alarma toda vez que sentem alguma coisa incomum. — Diz ele.
— Sabe reconhecer amor? — Perguntei.
— Lembra da última que viu sua mãe e sentiu seu coração se partir em pedaços sabendo que ela estava sendo levada para a morte? Aquilo é sentir amor. — Comentou ele. O amor que eu sentia pela minha mãe era o maior de todos, e eu a perdi.
— Sinto medo de perder o John, ele é a única pessoa que me resta… — Ele sorriu enquanto me ouviu.
— Você tem medo de perdê-lo, ou tem medo de perdê-lo porque ele é a única pessoa que lhe resta? — ele pergunta, me pegando de maneira desprovida. Após a morte da minha mãe, tudo ficou mais difícil e ele esteve ao meu lado a todo momento. Remanecer sozinha nesse mundo dilacerado seria devastador, mas perdê-lo seria como uma gadanha atravessando meu coração aplastado.
— Tenho medo de perdê-lo. — suspirei pesadamente.
— Então você o ama. — Dr. Kim não pensou duas vezes antes de concluir isso.
— Acha que ele sente o mesmo por mim? — perguntei.
— Certamente, mas ele não sabe que é amor, ele só sente. — respondeu ele, fiquei pensativa após isso.
— Bom, vamos voltar, John ficará preocupado se não te encontrar no laboratório. — apenas assenti com a cabeça e segui ele de volta ao laboratório, refletindo a resposta do Dr. Kim.
Seguindo o que ele havia me falado, as pessoas não precisam saber o que é amor para poderem senti-lo.
...
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EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)
Science FictionVocê quer saber como será o mundo em algumas décadas ou séculos? A terra é apenas uma pequena esfera que circula no imenso universo e gira em torno de um grande reator de fusão nuclear que em "breve" irá se expandir e engolir Mercúrio, Vênus e, poss...