▪Capítulo 11 - O Pior Aniversário

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Sydney, Austrália, 29 de agosto

Então o grande dia do meu aniversário havia chegado, era de manhã, e naquele dia eu apenas desejava morrer, antes de ser levada para a curmilha

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Então o grande dia do meu aniversário havia chegado, era de manhã, e naquele dia eu apenas desejava morrer, antes de ser levada para a curmilha.

Eu não tinha ideia de como as coisas iriam acontecer lá, estava com tanto medo que eu não consegui fechar os olhos para dormir.

Nenhuma das mulheres naquele local sabiam que eles estavam vindo, nem mesmo a minha mãe... Eles nunca avisam, chegam sem mais e nem menos.

Eu estava esperando por algo assim, só não esperava que fosse agora.

Não devia estar me importando com o que eu sentia, eu deveria deixar tudo de lado e focar em como escapar e não ser levada por eles.

Levantei e peguei uma adaga, era a única arma que eu tinha, e tinha escondido ela durante anos, ninguém sabia da existência dela. Então, escondi a faca na dobra do meu vestido, eu iria usá-la caso fosse forçada, mas claro que eu teria que ser bastante esperta.

Usar armas sem responsabilidades e sabedoria, é a pior burrice que você pode cometer.

Depois de alguns minutos, ouvi barulhos de portas quebrando, os homens já haviam entrado no gueto, engoli seco e saí, todas nós tínhamos que estar lá fora e eles iriam fazer as escolhas.

- Peguem todas as garotas jovens, e as mulheres doentes, matem. - disse o comandante. Arregalei os olhos, estava sem reação, O John não tinha me falado sobre isso, a minha mãe estava ao meu lado, pálida, com olheiras abaixo dos olhos, mas tentava ao máximo ficar normal e manter a postura, ela tossia muito, mas naquele momento, nunca tinha visto alguém segurar-se tanto para não tossir.

Senti uma pequena lágrima escorrer dos meus olhos... Olho para frente, tentando ver o John, mas eu não conseguia vê-lo, provavelmente ele teria desistido de me ajudar. Eu via apenas homens pegando as mulheres daquele lugar.

Olhei para minha mãe que estava ao lado, ela não aguentava mais segurar sua becortopneia, e então começou a tossir.

Segurei firme sua mão e olhei em seus olhos, como se fosse uma despedida, seus olhos lacrimejados, brilhavam enquanto olhava os meus, minha mãe... Eu nunca irei esquecer o que fez por mim.

Estava prestes a abraça-la, quando senti sua mão ser puxada da minha, dois homens puxaram ela e a levaram, minha mãe esforçou para ver meu rosto pela última vez, e eu a olhei, com lágrimas nos olhos.

Sem esperar muito, senti minhas mãos serem puxadas para trás, e imobilizadas por um dos homens, assustada, olhei para trás e vi o mesmo garoto que me deu uma pedrada, seus traços eram os mesmos, e eu não havia esquecido seu rosto uma só noite.

- Quanto tempo... - Disse ele em um tom de deboche, dando um sorriso cínico e descarado.

Eu apenas virei o rosto e suspirei, já que eu não podia fazer nada por enquanto. Todos já estavam saindo, eu já não via mais a minha mãe, e nem sinal do John, estava sendo levada até a curmilha, o garoto ridículo segurava meus braços com força, para que eu não tentasse fugir.

A curmilha ficava um pouco longe do gueto, estávamos indo em direção certa, quando vi o garoto parar e me puxar, ele esperou todos irem à frente, e então, quando eles não estavam mais vendo, ele me jogou com força no chão.

- Eu senti uma vontade enorme de me vingar de você, depois que você deixou essa cicatriz em minha mão! - Ele retirou a luva da mão, mostrando a cicatriz da pedra que eu tera lançado a 4 anos atrás.

- Eu queria acabar com sua vida, SUA EXILADA MALDITA! Ninguém me humilha assim! - Ele começou a aumentar o tom de voz, sua expressão estava assustadora, naquele mesmo momento, vi seus olhos verdes ficarem negros.

Arregalei os olhos e levantei rapidamente, aterrorizada.

- Você merece muito mais que isso. - Falei, temendo tudo, mas minha coragem falava bem mais alto.

O garoto me olhou surpreso e fechou o punho, levantando a mão lentamente para me fustigar. Mas, foi rapidamente interrompido com um grande soco em seu rosto.

John emergiu ali, do nada, olhei surpresa para ele, quando o vi dando um soco em Spencer.

- Chega de ser um babaca, Spencer! - A voz de John estava diferente, algo que me deixou assustada também, eu nunca vi ele reagir daquela forma, nunca o vi bater em ninguém. Spencer se ergue do chão com dificuldades, e olha para John, ainda com os olhos negros. Os dois se encaram com olhares estarrecedores.

Spencer grita e parte para cima de John, sem pensar duas vezes, John o segura pelo pescoço e o joga no chão.

- Você sabe o que acontecerá se você contar algo para alguém... - John falou com uma voz amedrontosa, muito diferente da dele.

- John! - Gritei quando vi aquilo, estava assustada por nunca ver nada assim em minha vida.

John, rapidamente, parou de encara-lo e virou-se para mim, sua esclera estava negra e a pupila dos seus olhos estavam dilatadas e vermelhas. Assim que John me olhou, sua expressão mudou totalmente, e as cores dos seus olhos voltaram ao normal.

- Alexa... - Ele falou, me olhando confuso, como se não entendesse o que acabara de acontecer.

- Temos que levá-la, John... O General... Disse que precisamos levá-la... - Spencer falou com um pouco de dificuldade, sua voz estava falha, e ele estava ofegante.

- E você iria matá-la! - John olhou sério para Spencer, causando medo no mesmo.

- Ela é tão importante para você? - John olhou para mim, e depois para Spencer.

- Ela é mais importante que qualquer coisa... - Respondeu ele, olhando em meus olhos e depois virou-se, regressando para Spencer. Por um segundo, senti meu peito arder

- Mas de qualquer maneira, você ia quebrar as regras!

- Uh! Quem se importa com as regras? - Spencer tirou um taser da cintura, que era usada para desmaiar animais. Sem pensar duas vezes, Spencer disparou contra John, fazendo o mesmo apagar em alguns segundos.

- John! - Grito bastante assustada e tento pegar a adaga que estava enrolada em meu vestido, mas era tarde, senti algo entrar em meu ombro, como uma agulha, olhei para Spencer que estava com o taser apontado para mim, e em poucos segundos, minha visão escurece completamente, e acabo por cair no chão, ficando totalmente desacordada.

EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora