▪Capítulo 13 - Flashback

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FLASHBACK.  

29 de agosto de 2487

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29 de agosto de 2487

O pior dia da minha vida havia chegado, eu estava tenso e nervoso... Minhas mãos estavam soando e eu não conseguia parar de pensar em como não ter que fazer isso. Já estava na hora de todos irmos pegar as mulheres, sem avisos, sem explicações sem conversa.

Estava indo para o gueto como todos os outros homens, quando ouvi uma voz chamar meu nome. Olhei para trás e vi que era o Dr. Kim me chamando. Dei a volta e fui em sua direção.

- Precisa de algo? - Olhei para o homem e ele se aproximou com passos lentos, meus olhos estavam pedindo por socorro.

- Preciso que fique para me ajudar com alguns fios que estão soltos, você é o mais prestativo de todos. - Dei um pequeno suspiro e agradeci em minha mente, por ele ter salvo á mim.

...

Algum tempo, depois de ter consertado todos os fios da maquina. Já ouvia chutes e choros vindo de longe. Olhei para trás vendo as mulheres mais velhas entrarem, chorando sem parar, desesperadas.

Mantive minha postura e formalidade, mas por dentro, eu estava completamente tenso e com medo.

Estava encurralado, sem saída. Fui em direção a grande sala da forca. Cheirava a mofo e gente morta. Não era um lugar nada agradável, mas era onde as mortes mais simples aconteciam. Segundos depois, as mulheres começaram a entrar, mas dessa vez, não estavam mais chorando, todas estavam caladas, mas todas estavam assustadas.

A primeira mulher foi empurrada, e acabou caindo no chão. Foi nesse exato momento que meu "pai", o General Russel, entrou na sala. Aquilo me deixou sob muita pressão, o suor descia por minha testa e meu coração estava acelerado.

Por um momento totalmente inesperado, comecei a ter alucinações malucas. Eu estava na forca, sendo suspendido e puxado por uma corda em meu pescoço.

- John. - Voltei a realidade quando ouvi a voz do General Russel, falar meu nome. A expressão do meu rosto havia mudado completamente, o suor da minha testa foi evaporado.

Me aproximei da mulher que estava no chão e segurei forte em sua roupa, arrastando a mesma até a forca. Dei um nó com a corda envolta de seu pescoço e liguei a máquina que puxava a corda para cima, levantando sua vítima suspendida pela mesma.

O nó do laço estava colocado do lado esquerdo do pescoço da mulher, sob o maxilar, o tranco no pescoço ao fim da queda é suficiente para quebrar ou deslocar um osso do pescoço chamado áxis, o que, por sua vez, rompe a medula espinhal. O final perfeito de sua morte.

Dei um pequeno sorriso maléfico, mas logo parei quando comecei a ouvir choros novamente, as outras ficaram mais assustadas que antes. Naquele momento, eu não conseguia sentir nada, nenhum sentimento, medo, ou pena de nenhuma delas. Enquanto todos assistiam aquela cena, olhei para o lado, vendo a última mulher que estava no final da fila.

Eu não a conhecia, mas ela não estava chorando, estava tranquila demais para quem iria ser enforcada, ela me encarou com um olhar amedrontado, mas suas reações demonstravam tranquilidade.

Olhei para cima, e vi que a mulher já chegara em seu destino final. A corda automaticamente começou a cair devagar. Homens se aproximaram para pegar a mulher e por fim, coloca-la na maquina de carbonização.

Depois de um tempo, e depois de várias mortes, quando já estava no final da fila, olhei para a mulher que havia me encarado, ela deu um pequeno suspiro e andou até a forca, era como se já estivesse preparada para receber sua própria morte, como se fosse algo simplesmente normal para a mesma. Me aproximei para pôr a corda em seu pescoço, e ela me encarou novamente, dessa vez, olhou em meus olhos, quase chorando.

- Diga que você a ama... - Sussurrou a mulher, olhei para sua boca fazendo uma pequena leitura labial para entender o que ela tera falado. Fiquei confuso com suas palavras, de quem ela estava falando, afinal? Olhei para seus olhos novamente, e vi um eterno oceano azul, o azul mais lindo que eu já vi, os olhos de Alexa.

Havia esquecido dela todo esse tempo, não tinha lembrado que algo estava errado, e que prometi que ia ajuda-la. Fiquei um minuto paralisado, os homens me olharam, fraziam a testa enquanto me olhavam, confusos.

Rapidamente liguei a máquina e a corda começou a puxa-la, continuei olhando para seus olhos, lágrimas caíam do mesmo, seus olhos reviravam e ela se remexia enquanto era enforcada. Eu tinha certeza que aquela era a mãe de Alexa.

Sem pensar muito, saí da sala da forca, tirei minhas luvas e meu jaleco e os joguei, estava com passos acelerados. Vi mais homens entrarem na curmilha, dessa vez, com as mais jovens, mas nenhuma delas era a Alexa.

Andei mais rápido e quando finalmente saí da curmilha, segui em direção ao gueto. Quando eu estava perto, vi Spencer empurrar Alexa, fazendo a mesma cair no chão. Minha expressão mudou completamente, eu não via mais ninguém além dele, minha sensação de medo e preocupação havia sumido quando o vi encostando em Alexa. Naquele momento eu não me importava mais se era errado ou certo, se aquilo iria me prejudicar, e principalmente, não me importava com o fato de que eu não deveria fazer nada para protege-la. Eu apenas queria arrancar todos os ossos do corpo de Spencer e decorar minha casa inteira com os pedaços.

Comecei a ver as coisas diferentes, corri o mais rápido que eu conseguia em direção aos dois, e usando toda minha força, dei um um grande soco no rosto de Spencer, o fazendo cair no chão por causa do impacto. Nunca me imaginei batendo em alguém, muito menos em um homem. Eu tera acabado de fazer o pior erro da minha vida, mas era capaz de tudo para proteger a única coisa no universo que me fazia querer viver.

EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora