Colosso de metal

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Durkheim mergulhava no caos e desordem. As cidades litorâneas estavam todas perdidas, exceto Zalle. Mais tropas dos invasores continuavam chegando por mar. Reforços vindos de Karisheim e Horff, aliados de Durkheim, chegavam a tempo de equilibrar a situação e atrasavam uma derrota definitiva. As notícias da guerra repercutiam em outras nações e temia-se que o conflito pudesse tomar todo o globo.

As nações vizinhas, o Reino de Sisqua e a República de Salzbragg recusaram enviar auxílio, ao passo que as nações de além mar, Perz Mawl e Perz Quonzil foram persuadidas a tomar partido de Makluskey.

Em pouco tempo o conflito poderia crescer para uma grande guerra mundial. Durkheim resistia separada em duas regiões quase isoladas. Ao sul, junto a Zalle e a nordeste, uma larga extensão do país ainda intocada pelo conflito, nas imediações de Nergorod. As redes de comunicação de Durkheim funcionavam de modo precário, mesmo assim, Drakeen conseguiu trocar algumas mensagens com Argos e com o agente Oleksei. Ele recebeu notícias do confronto deles com os Vorn-Nasca e que os feridos estavam sob tratamento no laboratório médico do Departamento D. Haviam recebido os tratamentos experimentais, mais avançados e caros disponíveis no estado.

Sendo assim, não demorou mais que duas semanas até que estivessem em condições de viajar. Com a ferrovia parcialmente desativada, era preciso ir de carro. Um pequeno comboio de três veículos se formou. Viajavam seis agentes, dois técnicos, um médico e Argos Vseldoff. Ele seguia no mesmo carro de Oleksei e os dois engenheiros thaumatônicos. Era um mini caminhão com a traseira repleta de equipamentos. Os dois outros veículos eram de um tipo militar, com pneus altos e canhões manóticos montados na capota.

— Que barulho é esse? Uma tempestade? — Argos olhava ao redor, preocupado.

Oleksei balançou a cabeça... Não tinha certeza. Um dos engenheiros, Monodivchky, virou-se inquieto no banco.

— Seja o que for, está ficando mais alto...

Havia uma colina esverdeada adiante no rumo da estrada coberta por cascalho.

— Pode ser o som de uma batalha — arriscou Oleksei.

Monodivchky, que tinha volumosos bigodes alaranjados, tomou o mapa do colo colega engenheiro que dormia com a cabeça pendendo para a frente e balançando.

— Parece que adiante está Cobaymorza.

— Eu tinha um tio lá, mas já faleceu. — comentou Oleksei.

O pequeno comboio avançou até o cume da colina, os carros se esforçando para subir a parte final íngreme e cuspindo cascalho e poeira enquanto avançavam. De lá, puderam ver fumaça ao longe iluminada por baixo, tingindo-se de tons vermelhos e alaranjados. A cidade estava em chamas. Parecia uma tempestade, mas era o sinal de mais um massacre. O interior de Durkheim estava repleto de pequenas cidades e vilarejos como Cobaymorza.

— E agora, Mono? — Indagou o médico, que estava ao volante.

— Não vai dar para continuar — retrucou o bigodudo.

— Temos que dar um jeito de seguir — Argos tremia um pouco, com ansiedade.

O médico, um sujeito magro, barbudo e muito reservado, colocou a cabeça para fora e acenou para o líder do comboio.

Como resposta, um gesto indicando que deviam seguir adiante.

— Isto não pode ser nada bom... — lamentou-se Mono. — Eu preferia dormir o tempo todo como o Pulgão.

Como se adivinhasse que falavam dele, o outro engenheiro despertou bocejando, se espreguiçando e empurrando Argos e Mono para os lados.

— Já chegamos? — disse com a voz embargada.

A Queda de DurkheimDär berättelser lever. Upptäck nu