Horror na montanha oca

6 1 0
                                    

Masha estava exausta. Sentia remorso pelo que havia acontecido a Marya. A menina viajava deitada no banco traseiro do veículo. O ombro esquerdo horrivelmente queimado estava coberto de pomada amarelada, mas vertia água e secreção. Foi uma sorte ter aquilo no kit de primeiros socorros que Masha obteve com sua prima, Fiodora, meses atrás.

Não fazia muito tempo, tiveram que travar combate com os guardas em um dos postos que encontraram ao longo da estrada. Clarão derrubou quatro soldados com tiros precisos, mas em meio ao tiroteio Marya foi atingida. Agora, tremia e tinha febre.

Num primeiro momento, Masha chegou a achar justo que ela recebesse um castigo por ter usado de chantagem para fugir, mas depois, sentiu culpa por não ter sido dura o suficiente com ela. Se assim fosse, ela estaria segura com a mãe em Kassev. Clarão coletou armas, munição e suprimentos do posto.

Seguiram pela estrada, mas foram perseguidos por dois veículos. Tiros foram disparados em ambas direções, mas Clarão foi hábil e desabilitou ambos com tiros certeiros nos pneus dianteiros. Havia uma pequena estrada lateral que tomaram, pois seguir para Nergorod agora seria suicídio. Masha seguia o sinal que vinha de um ponto adiante. Investigar a fonte era agora mais importante. Logo cedo, foi possível ver a oeste os contornos de uma pequena cidade, Huselberc, mas o sinal vinha do norte seguindo uma estrada abandonada com as laterais tomadas por mato. Era uma trilha sinuosa que subia pela serra de morros nus e de aparência desolada. O carro sacudia muito sobre a trilha de cascalho grosso. O zumbido do motor vinha sobrepondo o silêncio e ecoando contra os enormes paredões de rocha entre os quais o pequeno veículo avançava lentamente. Depois de horas, finalmente avistaram dois veículos estacionados ao lado de uma garganta cruzada por uma frágil e estreita ponte de madeira. Ao ver aquilo, Masha levou o carro para o canto da trilha afundando-o no matagal que beirava a encosta.

— E agora? — indagou Clarão.

— O sinal vem dali, certo? Vamos verificar. — Masha saiu do veículo.

— Será prudente?

— Francamente Clarão! Prudência? A esta altura?

— E a menina?

— Ela fica e nós vamos. — seguiu adiante.

A caminhada até as proximidades da ponte foi silenciosa.

— Veja — Masha sussurrou. — Os carros parecem abandonados.

De fato, havia muita poeira e folhas sobre os veículos. O mato crescia e os envolvia.

— Parecem estar aí há um bom tempo. — concordou Clarão, em sua postura dura e inumana.

Masha ponderou que levar um daquele veículos poderia ser uma boa opção para seguir viagem. Não estariam procurando por um daqueles modelos. Por outro lado, sua curiosidade de investigar a origem do sinal era irresistível.

Aproximaram-se da antiga ponte que não era nada convidativa. O vento a fazia ranger e balançar. A madeira parecia quebradiça. Atravessaram a ponte com cautela. Esta resmungou como se fosse uma velhinha com artrite. Do outro lado, avistaram imponentes portões de ferro embutidos na rocha da montanha. Masha não era especialista, mas acreditava que aquilo era uma tumba wlegdar. Uma daquelas que Halle insistia que fosse visitar para auxiliá-lo com suas pesquisas. Os portões tinham alguns símbolos e padrões geométricos forjados em baixo relevo. O único som que escutavam era o sibilar do vento gelado à distância.

— Não deve haver ninguém aí — Sugeriu Clarão num sussurro.

— Por que acha isso?

— Os veículos estão abandonados há tempos... Não vi sinais no solo de que mais veículos circularam por aqui. Talvez os últimos visitantes tenham morrido aí dentro...

A Queda de Durkheimحيث تعيش القصص. اكتشف الآن