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A festa começara assim que meu pai (e eu uns minutos depois) chegamos no local. Várias pessoas ricas e poderosas andavam pelo salão com taças de champanhe na mão. A maioria era homens solteiros atrás de alguma para noite e tratando de negócios escondidos por ali.

A maioria se conhecia, pessoas poderosas da máfia, administradores do governo que roubavam o povo e assassinos que queriam me matar. Sim, me matar. Mas não iriam.

Charles Bryant. Ser filha de um dos maiores traficantes do país nunca foi fácil. Desde que nasci meu pai quis que minha indentidade ficasse no sigilo, ninguém saberia nada sobre mim, apenas que eu era uma menina, o que foi um erro que um ex capanga braço direito fez, ou posso dizer não tão direito assim. Ele se aproximou do meu pai para conseguir informações sobre mim e logo que me viu pela primeira vez, espalhou o boato. Deus sabe lá o que meu pai fez com ele, só sei que recebi sua língua cortada de presente.

Ninguém me via na casa ou em qualquer lugar, na verdade viam, só não sabia que era eu a filha dele. Na mansão onde eu moro o andar de cima é proibido para todos, menos meu pai e meus seguranças particulares, Isaac e Owen. Eles são os únicos que sabem sobre mim.

A festa continuava rolando entediante, eu ficava andando de um lado para o outro tentando conversar com algumas pessoas que meu pai já me falou, pessoas poderosas que eu poderia tirar um bom aproveito. Enquanto andava, percebi que Isaac e Owen começaram a se aproximar mais, odiava quando eles faziam isso, não era nada disfarçado.

Pego uma bebida de um dos garçons que passava por mim e tomo um gole, ando um pouco mais rápido tentando me afastar deles o máximo até que sem perceber acabo esbarrando em alguém.

- Mas que porra! - uma voz masculina rouca diz e eu olho para frente vendo um molhado na camisa do homem, ele também olha para a camisa - Merda... tá com os olhos nas costas? - ele olha para mim com uma sobrancelha erguida.

O olho e arqueio uma sobrancelha.

- Hum, bem feito. Deveria terminar de jogar a bebida pra não ficar tão ridículo assim.

- Tem sorte de ser uma mulher ou já estaria com o olho roxo. - fala e logo em seguida termina de beber do que sobrou de sua bebida.

Se ofendeu? Óbvio que não, já estava acostumada com esses homens a vida toda falando de como uma mulher é frágil e não pode se defender.

- Não tenho medo nem de você e nem de suas quase ameaças. Não passa de um fracassado que não tem coragem de enfrentar uma mulher, e nem um homem imagino.

Ele olha para mim no mesmo instante e um sorriso sínico aparece em seus lábios parecendo se divertir com o momento.

- Que bom que não preciso provar nada. - ele se aproxima de mim e leva seu olhar até o decote do meu vestido - Hum... - sobe o olhar até meus olhos novamente - Eu enfrentaria uma guerra com você, na cama.

Observo cada passo do seu olhar por mim e ao nos encararmos novamente dou um pequeno sorriso.

- É bom saber disso, mas acho que você não é eficiente para isso, soldado.

- Está me subestimando? - se aproxima mais de mim me observando atentamente.

- Talvez... - desvio meu olhar do dele para os seguranças que estavam do outro lado me olhando, xingo eles mentalmente querendo revirar os olhos. Eu não era mais uma criança, caralho. - Vamos dançar? Assim podemos nos conhecer melhor. - digo ao homem na minha frente voltando a o olhar.

Ele poderia servir como uma distração até os homens se afastarem um pouco e eu voltar a andar por aí.

- Não sou bom de dançar... mas tem outras formas de me conhecer melhor.

- Aposto que se soubesse quem eu sou não queria nem me conhecer. - pego sua mão e o puxo até a pista onde algumas pessoas dançavam também.

- O que está querendo dizer com isso? -

- Nada... Talvez eu seja uma pessoas perigosa. - coloco as mãos sobre seu ombro e começo a dançar com ele, olhos em seus olhos e o mesmo faz a mesma coisa colocando a mão sobre minha cintura e colando nossos corpos.

- Eu gosto do perigo. - aquela voz e aproximação fazia meu corpo reagir de uma maneira diferente como se precisasse dele ali agora, realmente era sedutor, mas eu não podia.

- Corajoso. O que faz aqui na festa? Não parece sua cara. - tento mudar de assunto já que as coisas poderiam ir para outro rumo se continuasse daquele jeito, ainda mais eu que não sabia quem era ele. Podia ser um inimigo do meu pai ou uma pessoa qualquer aí.

- Eu gosto de festas... mas hoje vim fazer um acerto de contas.

- Acerto de contas? Com quem? - aquilo me deixou curiosa, se fosse com meu pai eu mesma poderia dá conta do recado.

- Acho que não é necessário você saber sobre mim.

E lá vamos nós. Ele achava que eu era uma garota qualquer só pra ter alguém essa noite.

- Oras, por que não? - desço a mãos pelo seus braços e vou até uma de suas mãos em minha cintura, vou descendo a mesma pelo meu quadril indo até a bunda disfarçadamente.

- É só coisas do passado. - e em um momento inesperado ele sobe a mão para minha cintura novamente e me puxa para um beijo.

Levo a mão dele da minha cintura até a parte ao lado na minha coxa mostrando que havia uma arma presa ali.

- Tá sentido essa belezura? Posso fazer maravilhas em você com ela se me beijar de novo. - falo entre o beijo e puxo seu lábio inferior para mim finalizando o mesmo - A gente se ver por aí. - beijo o canto de sua boca e me afasto dele.

- Eu espero mesmo que a gente se veja outra vez e não vai ter beijo porque vou cortar a porra da sua língua. - ouço ele enquanto me afasto e me viro rapidamente, dou um sorrisinho e me viro novamente voltando a andar e ir para outro lugar. Agora a noite estava se tornando interessante finalmente.

×××

Depois de quase dois anos parada, resolvi postar todos os capítulos de A Filha do Inimigo novamente. É um livro que escrevi jovem demais, por isso que talvez vão se deparar com a escrita mal feita, mas espero que não deixe isso afetar a leitura. Beijos, e até mais.

A filha do inimigo | z.mWhere stories live. Discover now