Reunião.

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Konoha, casa principal.


Tsunade estava impaciente naquela manhã, seus punhos estavam cerrados a mesa e sua postura mostrava sua raiva por completo. Em pé atrás de sua mesa, encarava cada equipe daquela sala. Sua mente turbulenta estava centrada em apenas uma coisa “quem ousaria atacar a vila da folha?.”

— Eu quero saber apenas uma coisa..— A Hokage firmou sua postura frente a todos e continuou. — Quem foi que atacou Konoha, ontem a noite?

— Não sabemos ao certo quem foi, senhora. — Kakashi estava ameno como de costume. — Mas sabemos que alguém nos defendeu.

— A pessoa que nos atacou possui Kekkei Genkai. — Asuma brincava com o cigarro em sua boca, o jogando de um canto ao outro. — Pra ser mais exato é um Bakuton; Panini.

— Tsunade-sama.. — A rosada foi se esquivando de todos e se prostrou frente a Hokage.

— Sakura, nosso treinamento fica para mais tarde.

— Não é sobre o treinamento. Eu sei quem nos defendeu. — A rosada se manteve firme frente há vários olhares sobre si.

— E quem foi? — A impaciência vibrava na voz da Hokage de forma que Sakura deu um passo para trás.

—  A garota misteriosa que o Jiraiya-sensei trouxe há alguns dias. — Seus olhos esverdeados tentavam encarar apenas tsunade, mas era quase impossível não desviar o olhar com a conversão e o cochicho que ocorria atrás da garota.

— Como que uma garota em coma, acorda repentinamente e consegue defender a aldeia de um ninja desse nível? — Kurenai tentava entender a maluquice que a Haruno falava.

— Eu não sei.. — A rosada estava cabisbaixa. — Eu estava em um canto no quarto dela, escrevendo nos prontuários, Tsunade-sama me pediu um relatório diário do estado clínico bem detalhado da garota. — A rosada respirou fundo deixando a calma pairar dentro de si. — E foi quando ela abriu os seus olhos e estava confusa de onde estava, só queria ir embora. Estávamos conversando quando ouvimos um barulho estrondoso. Eu olhei pela janela e o vi atacando a entrada da cidade. E foi nesse momento que ela tentou se levantar e não conseguiu. Em seguida pediu a minha ajuda e eu ajudei. Aproximei a garota da janela e com toda delicadeza do mundo ela me pediu para se esconder atrás dela e eu o fiz, irritada mas fiz. E foi quando eu ouvi “Katon!” uma bola de fogo enorme saiu da boca dela e seguiu em direção ao homem que já estava no meio da vila...

— Pode ser coisa da sua cabeça, Sakura. — Shikamaru interrompeu se espreguiçando.

— Eu também achava isso Shikamaru, até ir no hospital hoje de manhã e notar que ela está totalmente curada de todas as feridas internas e externas.

— O quê? — Todos gritaram encarando a rosada perplexos.

— Isso mesmo que vocês ouviram..

— É um caso impossível! Ela estava quase morta quando chegou aqui e..— Tsunade ainda não conseguia digerir tanta informação, parecia loucura.

— É isso que eu venho ouvindo por quase 12 anos da minha vida. Que eu sou um caso impossível. — A morena saiu do meio deles. Sua vestimenta ainda era de hospital já que suas roupas haviam sido rasgadas por conta da luta.

Armas foram apontadas em sua direção, o que fez as pontas de seus cabelos negros se transformarem em cobras esbranquiçadas prontas para defender quem ousasse encostar na morena.

— Ei, ei! Vocês vão mesmo atacar a pessoa que mesmo machucada e sendo uma completa estranha fez o seu melhor para proteger a vila? — Sakura se posicionou frente a Kiyomi levantando os seus braços para cima, ignorando totalmente as cobras ao redor da morena.

Recebendo olhares totalmente negativos, a rosada se manteve firme em sua postura. Não sairia dali e deixaria a garota em apuros, sabia bem como eram tratados os forasteiros em Konoha. No momento em que Kiyomi se colocou na frente dela para defender todos de um inimigo, ela sentiu no dever de retribuir o favor, não sabia a hora exata disso mas sabia que estava em dívida com a morena.

— Obrigada Sakura-chan. — A morena repousou sua destra no ombro da Haruno que sorriu enquanto olhava de soslaio Kiyomi. Os olhos Ônix se direcionaram para a Hokage. — Eu ouvi muito sobre você, Tsunade-sama. É um prazer conhecer mais uma lenda pessoalmente.

— Mais uma? —

— Sim! Jiraiya-sama também é uma lenda, certo?

— Ah sim, o Jiraiya.. — A hokage sorriu ao lembrar do ero-sannin e saiu de trás de sua mesa seguindo até às meninas. — Por favor saiam, quero falar com as duas sozinha.

— Sim, senhora. — Todos saíram sem hesitação, mas ficaram a espreita da porta da Hokage pelo lado de fora, qualquer coisa entrariam e fariam o necessário para salva-lá.

Sakura ainda estava firma frente a menina, não saiu nem quando a sua sensei se aproximou.  Tsunade rodeou as garotas até ficar frente a frente com Kiyomi que a seguia não só com os olhos mas também com o corpo. A morena era peculiar aos olhos da Hokage, nunca havia visto alguém com cobras que emergiam como uma espécie de defesa. Era obra de orochimaru, disso ela não tinha dúvidas, uma das crianças modificada geneticamente. Infelizmente deve ter perdido quaisquer resquícios de infância que um dia teve.

— Você veio de onde? —

— Eu não sei. —

— Não sabe? Quem te criou garota? — Bufou de ódio por não ter a resposta que queria.

— Meu nome é Kiyomi e é só isso que eu sei. Eu não tenho pais, nem irmãos desde que Orochimaru-Sama me adotou. Ele me criou e me fortificou por quase 12 anos. Isso é tudo que eu sei. —

Sakura se virou e viu Tsunade encarando Kiyomi a pequenos centímetros de distância uma da outra. Se houvesse uma briga, a morena com toda certeza iria apanhar feio da Hokage. A paciência da senju era fina como um fio de cabelo. Porém tudo ocorreu o contrário do que a rosada esperava. A mulher repouso suas mãos nos ombros da garota ignorando totalmente as cobras e um sorriso se formou em seus lábios avermelhados.

— Você não teve a vida que merecia. Mas  protegeu Konoha do ataque de ontem, então você tem a minha confiança, não me decepcione Kiyomi.

— Tentarei dar o meu máximo como uma boa aldeã aqui.

Tsunade sorriu novamente e se virou para a rosada. A sua pupila estava com uma cara de quem não esperava por tal ato. Era difícil adivinhar qual era o sentimento da Hokage a todo momento. Seu temperamento explosivo provavelmente abalava as estruturas de qualquer um.

— Sakura, a sua missão é se tornar uma amiga de Kiyomi. Ensine a ela tudo que puder, ajude com  roupas, sapatos e tudo que precisar. Em algumas semanas convocarei outra reunião e quero as duas aqui.

— Sim senhora. — Responderam juntas.

As cobras se tornaram longos fios negros novamente. Deixando a aparência da garota menos medonha possível. Um sorriso emergiu dos lábios dela em forma de agradecimento. A hokage estava acolhendo uma completa estranha e disponibilizando toda ajuda necessária, o mundo não era tão caótico como orochimaru lhe contava. Havia bondade sim e valia a pena investir nela, mesmo que a maldade aparecesse uma hora ou outra.

Kiyomi - A primeira criação de orochimaru. Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz