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"Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados."

— Diário de uma Paixão.
.
músicas para o capítulo:
Not About Angels — Birdy
Modern Loneliness — Lauv
My Love — Baekhyun

[...]

POV DAHYUN

Demorei um pouco pra levantar da cama. Na verdade quem me tirou dela foi Sana. Resolvi tomar um banho antes de ir ao hospital e Minatozaki foi pra casa com meu carro pra trocar de roupa e pegar algumas coisas. Eu tentei impedir de qualquer forma, mas ela era teimosa, queria passar o dia comigo no hospital.

No banho deixei uma música tocando no volume máximo para que eu não ficasse pensando em coisas não tão positivas assim, mas quase que não deu certo. Enrolei um pouco no banheiro depois que terminei, talvez não querendo encarar as próximas horas seguintes, mas seria necessário.

Quando saí do banheiro mexendo em meus cabelos molhados, Sana estava na minha cama, sentada, mexendo no celular. Fui até meu guarda-roupa, me troquei lentamente, coloquei algumas coisas na mochila até que meu braço foi tocado.

— Dahyun! É a terceira vez que te chamo – Sana estava ao meu lado.

Eu estava tão avoada assim?

— Desculpa, minha linda. Eu não ouvi. Pode repetir? – cocei a nuca.

— Perguntei se você comeu alguma coisa.

— Não. E sinceramente se eu comer alguma coisa posso vomitar no caminho... Você vai ter que limpar. Você quer isso? – brinquei e dei uma risada baixa, mas ela sabia que não era de verdade então continuou séria.

— Ok. Depois a gente come algo lá – passou a mão em meus cabelos e meu rosto, então automaticamente fechei os olhos — Não precisa fingir ser forte. Já disse.

— Eu estou ótima – dei um beijo em sua testa — Vamos?

Descemos o cômodo, fechamos tudo, fomos pra rua e entramos no carro. Quando sentei no banco, coloquei o cinto e coloquei as mãos no volante eu senti meu corpo travar, como toda vez que eu dizia que ia vê-la mas acabava não indo por medo que ela não me reconhecesse.

Minhas mãos começaram a apertar o volante tanto que eu vi a ponta dos meus dedos ficando sem cor. Minha respiração estava desregulada. Eu achei que poderia ter um surto de nervoso.

— Dah... – Sana tocou minha mão — Deixa que eu dirijo.

— Não precisa... Eu estou bem – saiu como um sussurro.

— Eu sei que não está – ela falou suavemente, e foi tirando cuidadosamente meus dedos do volante.

— Sana...

— Por favor, deixa eu te ajudar.

Apenas respirei fundo e deixei que ela fizesse o que queria. Minhas mãos estavam soltas agora e minha respiração começava a normalizar. Ela acariciou minha mão machucada pelo soco da noite não sei por quanto tempo, e saiu do carro.

— Vamos trocar... – me puxou e sentou no banco do motorista então fui obrigada a sentar no carona.

A japonesa logo deu a partida, e eu levantei meus pés em cima do banco e fiquei quieta observando a paisagem. Eu odiava me sentir totalmente vulnerável igual na vez que meu pai foi parar no hospital o que levou sua paralisia. Mesmo assim eu sabia que teria que segurar a barra quando chegasse no hospital. Eu precisava ser forte.

O caminho foi longo, mas silencioso. Algumas vezes Sana me perguntava se eu queria passar em algum lugar pra comer e eu só conseguia negar com a cabeça. Eu não queria ser uma farsa com ela, então optei ficar em silêncio e eu sabia que ela entendia mais do que ninguém entenderia.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Where stories live. Discover now