New Chances - SaiDa. 2ª temporada

22.

"Você me deu paz em uma vida de guerra."
— Tróia.
.
músicas do capítulo:
Bloom — The paper kites
Re: Stacks — Bon Iver
Leave your love — Sam Smith

[...]

Meu coração estava batendo tão forte que eu nem sabia como aquilo era possível. Meu estômago estava revirando de felicidade pelas palavras de Dahyun, mas tudo ainda era muito confuso depois do meu término.

Fiquei sem palavras então apenas abaixei o corpo e apoiei minha cabeça no peito da coreana. Meus punhos estavam fechados perto do meu rosto, enquanto ela me fazia um cafuné delicado.

Acho que ela entendeu meu pequeno constrangimento e não disse mais nada sobre.

— Como se sente agora?

— Não sei... Ainda agoniada... Enjoada...

— Você comeu? – ela esquivou um pouco a cabeça pra poder me olhar.

— Falei pra Mina que eu iria fazer isso depois do trabalho mas com a bagunça do término eu não fiz.

— O que?! – se espantou — Tenho comida aqui pra você – me soltou e levantou com pressa, automaticamente também me levantei.

— Dahyun, não precisa se incomodar, eu falo sério.

— É lasanha! – ela sorriu largo — Não foi eu que fiz, você sabe, eu não sei cozinhar direito, mas ta muito boa – saiu correndo do quarto e gritou: — Espera aí!

Abracei meu próprio corpo e fiquei observando o quarto da coreana pela primeira vez de fato. Era uma bagunça. Havia roupas jogadas na mesinha, no chão, pendurada na maçaneta da porta. Sua bateria continuava no canto igual da outra casa. Algumas fotos estavam coladas na parede, mas de longe eu não conseguia identificar direito quem estavam nelas. Tinha uma parede de gibis colado exatamente como na casa de seus pais.

Tudo era muito sua cara.

— Pronto. Aqui está! — Dahyun trouxe um prato com a lasanha quente.

— Isso seria seu almoço de amanhã? – perguntei receosa.

— Amanhã eu peço algo pra comer de novo – deu de ombros e me entregou um garfo.

— Dahyun... – grunhi baixo por sentir que estava incomodando.

— Só come – ela sorriu e se sentou ao meu lado na cama.

Quando meu estômago finalmente roncou me dei por vencida e comecei a comer. A garota ao meu lado ficou em silêncio, apenas olhando pra mim ou pra qualquer outro lugar do grande quarto.

Eu sentia que ela estava fazendo de tudo pra me deixar confortável, e eu sentia meu peito aquecido com isso.

— Escuta... – engoli a comida — Você paga as despesas da casa com o dinheiro dos shows?

— Mais ou menos – ela coçou o queixo — Quando eu acabo estourando dinheiro com qualquer besteira meus pais me ajudam – ela soltou uma risada suave quando eu não disse nada — Eu sei, ainda sou uma mimada. Mas logo minha banda vai conseguir contrato com alguma gravadora e aí vai tudo se ajeitar.

— Estão quase conseguindo?

— Entramos em contato com várias, então espero que dê certo – ela sorriu esperançosa e eu sorri junto.

— Tomara que sim.

— Falando em casa, tem uma piscina na parte dos fundos agora que eu pedi pra construir. Meu aniversário 'tá chegando e eu quero dar uma festa na piscina talvez... Quero que você venha.