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"Eu era feliz antes de conhecê-lo. Mas agora estou viva. São coisas diferentes."
— Tudo e todas as coisas
.
música do capítulo:
Je te laisserai des mots — patrick watson

[...]

Vocês já imaginaram a vida sem a Dahyun?

Na minha cabeça era impossível eu continuar sem a existência dela. Era tudo muito vazio. Não tinha piadas sem graça, não tinha as cantadas baratas, nem seu senso de humor quebrado...

Isso não passava na minha cabeça de uma forma normal. Agora ela sendo minha esposa, passando mais dias comigo estava difícil encarar aquela situação então acabei não comendo direito e desmaiei.

Eu estava morrendo de saudades dela.

— Eu juro que vou comer se me deixar sair – falei pra enfermeira que aferia minha pressão.

— Ela diz isso pra todo mundo e não come – Mina falou pelo viva voz do celular de Chaeyoung.

Eu apenas revirei os olhos.

— Eu preciso ver a Dahyun, não posso ficar aqui tomando soro – falei já cansada de pedir pra enfermeira que apenas negou o meu pedido.

Mina tinha falado comigo, porque eu também sentia falta dela, e passar por esse momento sem ela estava quase sendo um pesadelo, então Chaeyoung ligou.

— Quando o soro acabar eu libero você – foi o que a enfermeira falou e eu bufei cansada.

Precisa comer melhor, Sana. Não me faça ir até aí – Mina estava me ameaçando mesmo pelo celular?

— Você não me põe medo nem quando 'ta perto, quem dirá longe – falei revirando os olhos mais uma vez.

Não pense que eu não sei que revirou os olhos Minatozaki Sana – ok, isso me assustou um pouco.

— Eu prometo que vou comer, eu só preciso que a Dahyun melhore – suspirei cansada.

Ela vai melhorar, Sana confie em mim.

Chaeyoung assentiu com a cabeça mesmo cabisbaixa pra que eu concordasse com sua namorada, e foi o que eu fiz a contra gosto, mas fiz.

[...]

Quando meu soro acabou fiquei na sala da espera da UTI novamente. Todas minhas amigas não podiam ficar o tempo todo ali por seus afazeres, nem eu poderia ficar porque minhas aulas tinham começado.

Mas ali estava eu de mão dada com Hirai Momo, esperando uma notícia boa.

— Sabia que Dahyun não saiu do hospital, quando "aquilo" com você aconteceu – Momo começou — Ela até usou sua roupa como você está fazendo agora.

— Eu sei... E não vou largar a mão dela também. Vou ficar aqui esperando... E quem fez isso com ela vai pagar – me subiu um ódio repentino, afinal era por algo horrível também que estávamos ali.

Meu celular tocou, consegui ver pelo visor que era o policial Jackson.

— Alô.

— Oi Sana, eu espero que esteja bem. Tenho algumas notícias sobre esse atentado que a Dahyun sofreu.

Fiquei alerta assim que escutei.

— O que?

Alguns amigos da Dahyun disse que poderia ser um tal de Joshua. Fui a residência dele e ele já não estava mais. E agora estamos a procura dele, mas nada ainda é confirmado.

O Joshua tinha tentado destruir minha vida mais uma vez? Não tinha dúvidas que uma das pessoas em minha mente era ele

— Ok, policial Jackson, muito obrigada, eu fico aguardando o retorno de mais notícias.

Claro, pode deixar... E a Dahyun como está?

Assim que Jackson perguntou um doutor que saía da UTI apareceu. Fui até ele com pressa, e momo me acompanhou ainda segurando minha mão.

— Será que eu posso ver Kim Dahyun? – praticamente implorei com os olhos marejados.

— Pode, mas uma de cada vez – o médico olhou pra Momo.

— Eu espero – ela falou e se sentou em uma das poltronas.

Me lembrei do policial Jackson na ligação.

— Sobre a Dahyun, vou ver como ela está agora... Até mais.

Ok, Sana, até...

O médico me guiou novamente até aquele lugar onde muitas pessoas lutavam pela própria vida, e isso incluía minha garota.

Dahyun estava mais branca que o normal, ainda usando aparelhos para poder respirar melhor. Uma lágrima caiu. Eu sentia muito por pensar que aquilo também era culpa minha por deixar o portão aberto como ela.

— Oi, amor – funguei e segurei sua mão agora gelada, parecia que tínhamos trocado de lugar — Eu sinto sua falta... E 'to muito preocupada com você... Você precisa reagir, ser a Dahyun que eu conheço. Que me conquistou pedindo pra dar aulas de química... Que sempre faz de tudo pra manter um sorriso em meu rosto... Eu preciso de você.

Silêncio.

Foi o que eu recebi dela.

Suspirei e fiquei mais alguns minutos sem dizer mais nada, eu só lembrava dos momentos bons com ela, desde que a conheci, até o nosso casamento. Ficamos separadas por três anos mas nada mesmo pode calar o nosso amor.

Me levantei pra ir embora, mas minha mão foi segurada de volta, com pouca força.

— Sana... – Dahyun falou.

— Amor! – falei mais alto e eufórica, ela tinha acordado — Eu vou chamar um médico.

— Calma... Fica aqui comigo – ainda segurando minha mão — Preciso só de você agora.

— Dahyun, seu caso é delicado, é melhor eu chamar alguém – tentei ir mas fui impedida outra vez.

— Eu 'to bem – ela tentou dar um sorriso, mas sua feição mostrava como ela estava mal — Com você eu fico bem.

— Não sabe a saudade que eu senti de você – não me aguentei e fui abraçá-la.

Em seguida Dahyun gemeu e tocou seu ferimento.

— Desculpa, meu amor – me afastei um pouco — Precisa de um médico.

— Preciso da minha esposa – sorriu de canto.

Aquilo me fez parar e me sentar ao seu lado novamente.

— Quem fez isso com você?

— Joshua – sua voz ainda estava fraca — Espero que ele esteja na porra da cadeia.

— Sabíamos que tinha altas chances de ser ele, então pedi pra polícia ir atrás. Vão achar esse verme – beijei sua mão.

Ficamos nos olhando alguns segundos em silêncio.

— Sana, eu preciso te contar um segredo – ela gemeu um pouco pra dizer a frase.

— Pode me dizer.

— Quando você tentou, você sabe... Eu fui pra casa dos meus pais e também tentei, na banheira... Tentei ver até onde você aguentou – fiquei quieta escutando, sentindo meu coração bater mais forte — Na minha cabeça não fazia sentido existir sem você.

— Foi o que eu senti vendo você assim... Mas por que não me contou esse lance? – cheguei mais perto.

— Eu sou uma idiota sem você – tentou fazer uma graça mas aquilo mexeu comigo.

— E eu sou incompleta sem você – levantei e selei seus lábios — Só quero que você fique bem agora. Vou chamar um médico.

Então rapidamente saí do quarto escondendo uma lágrima, mas eu devia ser forte porque Dahyun estava reagindo bem.

Eu precisava ser forte por ela igual ela foi por mim.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Where stories live. Discover now