14.

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"O amor é um sofrimento que temos que decidir se vale apena."
Hércules.
[...]

Depois de alguns minutos tentando fazer com que eu não ficasse afetada com a última cena que vi de Dahyun e Kyulkyung, resolvi descer o cômodo e procurar alguma coisa pra comer na cozinha, já que eu nem lembrava da minha última refeição.

Entrando no cômodo minha mãe estava sentada na cadeira da mesa, e seu namorado também estava. Fazia mais ou menos dois meses e ela não havia trocado de namorado... "Grande avanço, apesar dele ser um babaca" pensei sozinha.

Iria sair da cozinha com um pacote de biscoito e refrigerante, mas minha mãe me chamou.

— Sana?

— Sim? – me aproximei e respondi de forma apática

— Eu vou viajar alguns dias com o Haruki. Ele vai ter uma promoção importante em Busan. Vou hoje a noite e volto daqui uns três dias, tudo bem?

— Sem problema – dei de ombros.

— Cuide da casa, pague as contas e não quero que suas namoradas durmam aqui enquanto eu não estiver – me olhou séria.

— Eu só tenho uma namorada, a Suzy – cerrei o olhar.

— E a Dahyun que vem aqui às vezes?

— Ela não é a minha namorada, ela é só... só... minha amiga – abaixei a cabeça.

— De qualquer forma eu não quero que elas durmam aqui – levantou e retirou os pratos da mesa — Não sei como funciona os homossexuais, se você fica com várias ou sei lá...

— Você está sendo homofóbica... – respirei fundo.

— Não é mais fácil você gostar de um garoto? – ouvi a voz masculina e me virei pra ele.

— Não lembro de ter te perguntando nada – falei simplista.

— Sana?! Eu não vou admitir que fale assim com ele – minha mãe me reprovou com o olhar.

— Eu não tenho que ouvir desaforo – estava começando a ficar irritada.

— Eu nunca te fiz nada – ele falou quase magoado.

— Você se faz de sonso, é? – ri de maneira sarcástica — Eu que faço teatro e você que fica atuando – ele fechou a cara assim que me ouviu.

— Sana! Aprendeu isso com sua tia? Vá pro quarto! – minha mãe elevou o tom de voz.

Meu peito apertou.

— Não fala dela, eu imploro! – pedi com pesar — E você não manda mais em mim para me dizer quando ir pro quarto!

— Então seja mais educada, não seja igual sua tia...

— Quer falar dos mortos então? Vamos falar do seu marido – eu estava quase chorando de raiva.

Ela ficou quieta apenas me olhando totalmente magoada assim como eu.

— Você disse que iria ser diferente comigo, mas acho que vou precisar morrer pra isso acontecer – senti minha lágrima descer.

— Não seja dramática – ela virou de costas pra mim tentando esconder as lágrimas que escorreram por seu rosto também, então minha mãe sumiu das minhas vistas.

Sem olhar pra trás também, subi para o meu quarto e joguei as coisas que tinha pego na cozinha em cima da cama, me sentei e comecei a chorar.

Chorei por causa da péssima relação com minha mãe. Chorei por causa do esgotamento que estava sendo aquela semana, e chorei por causa da lembrança da minha tia.

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Where stories live. Discover now