75

1.1K 136 191
                                    

"Tudo é um risco. Não fazer nada é um risco. A decisão é sua."
— Tudo e todas as coisas
.
música do capítulo:
Moon in the morning — Adam Melchor

POV SANA

— Isso, 'ta tudo certo sim – olhei minha papelada vendo tudo se encaminhar do jeito que eu gosto.

Eu estava mais empolgada depois do casamento, parecia que um peso tinha saído das minhas costas.

A ansiedade estava tomando menos conta quando tinha Dahyun do meu lado agora o tempo todo e meu Darkness também.

Guardando as coisas na mochila me assustei de repente.

— Sana, mulher... – Yuta chegou correndo até mim ofegante, parecia estar correndo — Eu sabia que vinha pra faculdade então vim atrás de você.

— O que aconteceu? Por que você ta assim? – me espantei.

— A Dahyun, ela não 'ta bem, levou uma facada. A Jeongyeon encontrou ela deitada no chão do quarto, e ela foi pro hospital...

Não escutei mais nada, apenas senti minhas pernas ficando moles e aquela maldita ansiedade chegando. Não tinha escapatória, eu não ficaria livre da ansiedade e não iria ficar sem minha Dahyun.

Não podia ser.

— Me leva pra esse hospital agora – puxei o braço dele rumo à saída da universidade. Meus olhos já estavam lacrimejando — Quem fez isso?

— Ninguém sabe, a Jeongyeon apenas a encontrou deitada, desacordada...

— Yuta, não pode ser – as minhas lágrimas começaram a cair, eu não posso ficar sem a Dahyun, n posso ficar sem ela – comecei a chorar alto — Eu só quero que ela fique bem – parei de andar em uma crise.

— Princesa, precisamos ir – ele me puxou com jeitinho e eu entrei em seu carro.

Coloquei as pernas pra cima sem deixar de chorar um momento

[...]

Quando chegamos no hospital eu saí correndo, escutando Yuta gritar meu nome, mas eu só queria saber da minha esposa, nada iria me parar.

Encontrei Jeongyeon em um corredor com os olhos vermelhos iguais os meus, pelo choro.

— Jeong – abracei ela com força — Cadê o médico responsável?

— Calma Sana, ela teve que fazer uma cirurgia as presas, não podemos entrar agora – ela me abraçou de volta.

— Me diz que eu não vou perder mais alguém, Jeong... Eu não posso... Isso seria muito... – solucei.

— Você precisa se sentar antes que passe mal – a coreana me sentou em uma das cadeiras ali — Você não vai perder a Dahyun.

— O que houve? – escutei a voz de Momo, chorando também, quando as minhas outras amigas apareciam ali.

— Quem fez isso com minha melhor amiga vai pagar – Chae limpava as lágrimas com força.

— Vocês não sabem dela? – Nayeon se agachou onde eu estava ficando na minha frente, chorando como eu.

— Acabei de chegar, eu não sei se vou perder ela – falei alto, não contendo minhas lágrimas.

O médico saiu da sala e eu logo me levantei, pra segurar seu corpo, o que fez com que ele se assustasse.

— Doutor, minha Dahyun vai ficar bem? – senti Momo segurar meu braço com força.

— Olha, a senhorita Dahyun levou uma facada no intestino e teve que ser levada às pressas para uma cirurgia antes que pegasse uma baita contaminação da cavidade abdominal – ele respondeu todo profissional.

— Ela vai ficar bem, não vai? – Jihyo segurava minha outra mão, com seu rosto vermelho de chorar também.

— Tudo depende dessa cirurgia, vamos ter que aguardar uma melhora depois da UTI – o médico disse e então saiu.

Pude ver Yuta se aproximando e falando com uma das meninas, mas eu não escutava nada, tudo parecia em câmera lenta e parecia que eu ia desmaiar quando Momo me segurou com mais força.

— Você precisa se sentar – Momo diz em um fungado.

— Eu só quero poder ver a Dahyun – saiu como um sussurro.

Aquilo doía demais, era como se a faca tivesse me perfurado. Abaixei minha cabeça pra poder chorar mais, sentindo a mão de Jihyo passar em meus cabelos, mas estava inconsolável.

Quem foi o filho da puta que fez isso com ela?

Escutava mais algumas coisas mas pra mim foi apenas escuro.

[...]

Era mais tarde, estávamos ainda no hospital esperando, em um clima pesado.

Nessa hora o irmão de Dahyun estava a caminho e sua família ficou informada.

Mina já tinha ficado sabendo de tudo.

Mina: sunshine eu sinto muito não estar com você nisso
Mina: você sabe como eu gostaria de ser seu suporte

Eu: você sempre vai ser, mesmo de longe
Eu: estou tão apavorada
Eu: eu tive um apagão

Mina: faz tempo que não tem um desses

Eu: acho que é a situação q n me ajuda...
Eu: estou cheia de crises de ansiedade
Eu: não sei mais o que fazer

Mina: faz as respirações que a Dahyun ensinou

Tirei os olhos do celular e segurei o colar que ela havia me dado e respirei, contei do 100 de três em três de trás pra frente, mas não conseguia terminar a contagem, ela não estava presente pra me ajudar.

Quando o médico apareceu de novo contou que a Dahyun estava desacordada na UTI mas que uma pessoa poderia vê-la, eu levantei com as pernas ainda mole e fui atrás do doutor.

Vi umas pessoas péssimas e logo vi aqueles cabelos negros, entubada. Era minha Dahyun.

Não consegui conter o choro mais uma uma vez e me aproximei dela para poder pegar em sua mão, que estava gelada.

— Oi, amor, eu estou aqui – funguei e apertei mais a sua mão — Por favor eu peço que não me deixe... – as lágrimas caiam devagar — Eu devolvo suas camisetas, deixo você fumar, fazer o que quiser, apenas não me deixe...

Beijei sua mão alguma vezes, mas obviamente não havia nenhuma resposta, Dahyun estava apagada, mais branca que o normal. Mas eu queria que ela acordasse e fizesse qualquer piada sem graça.

Eu precisava da minha garota comigo.

Eu sabia que jamais seria a mesma pessoa se eu perdesse Kim, mas se isso realmente acontecer... Como vai ser minha vida?

New Chances - SaiDa. 2ª temporada Where stories live. Discover now