CAPÍTULO XVI - Parte 1

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Sallah mal conseguiu dormir preocupada que pudesse ferir alguém novamente sem controle do seu corpo. As poucas vezes que adormecia, acordava no susto de algum sonho que não se lembrava direito. Quem a controlou, mexeu também com sua mente. Lucius permaneceu abraçado a ela a noite inteira. Dormiu a maior parte do tempo, mas despertava com um ou outro susto que a jovem levava durante a noite, acolhendo-a ainda mais em seus braços sempre que isso acontecia. Não obrigou-se a ficar acordado com a parceira, pois acreditou que seria mais inteligente estar descansado para protegê-la caso precisasse.

Pela manhã, acordou sentindo a moça passando as pontas dos dedos delicadamente em seu tronco, braço e depois em sua face. Ela acariciava os locais que tinha acertado com o bastão. Abriu os olhos quando ela chegou com a mão ao seu rosto. Os olhos azuis da moça o fitavam com tristeza. Estam vermelhos ao redor, revelando que ela chorara bastante durante a noite.

- Bom dia... - ele sorriu e fez um carinho no queixo dela.

A jovem sorriu de leve, alisando-o na face com cuidado. Era impossível não responder minimamente ao sorriso de Lucius.

- Eu usaria da sua tática para lhe fazer rir, mas já sei que não funcionaria... - ele colocou uma mecha da franja da moça para trás e riu da interrogação que surgiu no rosto dela - Sei que você não sente cócegas. - explicou-se.

- Como sabe? - o olhava curiosa.

- Aquele dia na casa de banho... Acabei ouvindo boa parte da conversa entre você e a Karin.

Sallah ficou roxa de vergonha e cobriu a cabeça com a coberta, fazendo Lucius gargalhar. Em poucos segundos ela descobriu o rosto:

- Foi por isso que me cutucou naquele dia!?! - ela riu da conclusão que teve e o rapaz apenas deu de ombros em resposta - Seu...filho da mãe! - ela ergueu-se por cima dele e começou a fazer-lhe cócegas.

O ataque foi efetivo, mas a moça parou quando ele reclamou de dor entre as risadas.

- Desculpe... - sua expressão já estava voltando àquela triste.

- Hey... - ele a colocou por cima de seu corpo. Ela se afastava, sentando-se em seu quadril. Puxou-a pelo braço para perto de si e olhou-a nos olhos - Já falei que não tem porque se desculpar.

Sallah sorriu de leve, beijou-lhe nos lábios e sentou-se novamente.

- Por sinal... - ele a fitou de cima a baixo - Você está linda na minha camisa... - sorriu malandro, tirando um riso da jovem.

- Algo me diz que você prefere sem... - ela soou maliciosa e começou a desabotoar as vestes.

Lucius apertou-lhe as coxas com vontade e a trouxe de volta para perto, subindo as mãos pelas costas recém desnudas da jovem. Jogou-a com cuidado para o lado, virando-se por cima dela.

- Me conhece bem então... - sorriu e a beijou calorosamente.

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Por conta do ocorrido na última noite, decidiram ficar mais um dia para - tentarem - descansar antes de partirem. Erëndriél e Elendïl percorreram toda a fazenda buscando rastros de magia.

- Você tem certeza, Elendïl? - a Rainha não duvidava das habilidades de sua conselheira, apenas ainda não acreditava que Amroth que estava por trás disso.

- Sim... Pelo jeito temos um vira-casaca no Reino, Alteza... - elas estavam retornando à casa principal - Ele aproveitou o ápice de luz de Mahina ontem para fazer o feitiço. Bem do feitio dele...

Erëndriél sempre teve um sentimento estranho em relação ao elfo que nunca a fez confiar plenamente nele. Agora entendera o porquê. Seu falecido pai confiava cegamente no rapaz, mas desde criança achava que Amroth passaria por cima de tudo e todos em busca de poder, entretanto também sempre esperou estar errada. Quando entraram pelas portas dos fundos, Karin e Dan preparavam os ingredientes para o almoço, que em mais uma hora estaria pronto.

Silver Leaves - O Dragão Negro (COMPLETO - SEM REVISÃO)Where stories live. Discover now