Hanna é uma jovem comum que conhece seu melhor amigo Harry ainda na infância. Os dois criam uma amizade pura e amorosa, onde compartilham todas suas experiências e descobertas, até a idade adulta. Porém, um certo imprevisto pode causar toda uma revi...
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Harry estava deitado na cama com os braços cruzados sob a cabeça. Passava das onze da manhã e Harry ainda continuava deitado pensando na besteira que havia feito e falado na noite anterior. Fechou os olhos, relembrando os momentos daquela noite. Estava tão confuso e tão envergonhado do que havia feito, mas não se arrependera de ficar alerta com o novo amiguinho de Hanna, ele não confiava no rapaz e ponto final.
Mas também sabia que o grande motivo dessa desconfiança poderia ser o ciúme que ele havia sentido da sua melhor amiga.
Respirou fundo ao pensar Harry não poderia protegê-la de pessoas aleatórias pelo resto da vida, ela já era uma adulta e Harry tinha que saber disso. Já não eram adolescentes ou crianças, eram jovens adultos. Ele havia ficado cinco anos longe dela, não podia chegar assim na vida dela, sentido ciúme e querendo prendê-la em um mundo que ele mesmo a deixou sozinha.
Pegou o telefone e procurou o número de Hanna, selecionando a opção de mandar mensagem. Lentamente, ele escreveu:
"Oi Hanninha, nem sei como começar a dizer isso, só me desculpe por ontem, eu fui um completo idiota. Eu te amo e quero o seu bem."
Ele leu e releu a mensagem sete vezes, mesmo que ela fosse bem simples. Depois de algum tempo, as palavras começaram a soar falsas. Não adiantava pedir desculpas sendo que ele sabia que iria continuar implicando com a situação dela e do garoto.
Por fim, Harry fechou o celular sem enviar a mensagem.
– Harry – ele ouviu a voz da mãe chamar no andar de baixo.
– Estou indo!
Harry ainda ficou mais alguns segundos encarando o teto e pensando. Daria tudo para ir até a casa de Hanna e conversar com ela, mas sabia que as chances de ela estar chateada com ele eram grandes, tinha que dar tempo para ela esfriar um pouco os pensamentos, e ele também.
Respirando fundo, ele se levantou para ir falar com a mãe.
***
Harry estava pronto para descer do ônibus, estava indo até o shopping para pagar o primeiro boleto da sua pós-graduação. Havia se inscrito durante a semana que passou, mas não sabia se seria aprovado, mas sua mãe lhe chamou para mostrar a carta de aceitação e então, ele precisava fazer o pagamento o mais rápido possível.
Assim que desceu do ônibus avistou a figura de uma pessoa muito conhecida a sua frente, andando sozinha alguns metros à frente. A calça jeans, o corturno gastado e a blusa preta não deixavam dúvidas de que era Hanna. Provavelmente estava no ônibus da frente ao que ele estava.
Seu coração disparou e ele não hesitou em gritar:
– Hey, Hanna!
Hanna se virou assustada e pensou duas vezes em apertar o passo assim que viu Harry, mas ela já era madura o suficiente para lidar com o que viria. Respirou fundo e ficou parada, esperando ele se aproximar.
