Epílogo | Capítulo 33

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Muita coisa na minha vida mudou cinco anos depois de eu ter finalmente me graduado, incluindo eu mesmo.

Concluí meu doutorado durante o tempo como trainee do Robert. Agora, eu faço parte do corpo de CEOs da Red T. Economics em Nova Iorque. Tenho um salário muito bom, bom o suficiente para me manter em um dos bairros mais caros da cidade, no qual fui alocado por Robert assim que cheguei ali. Meus avós recusaram minha oferta de ir morar em Nova York comigo, mas pelo menos eu consegui convencê-los a mudar para uma casa melhor na Carolina do Norte, mais adaptada às dificuldades da maior idade, mais próxima de centros médicos, eu também mantive a cuidadora e contratei mais um. Eu precisava ter certeza que eles teriam tudo da melhor qualidade, assim como eu estava tendo.

Depois muito tempo, consegui superar o rompimento brusco com Eloise. A sensação de não precisar mais dela –– física ou emocionalmente –– era libertadora. Sofri bastante durante o primeiro ano, mas nada que eu já não tivesse sentido ao seu lado. Fiquei por muito tempo preso na imaginação de como teria sido minha vida se ambos não tivessem deixado a Califórnia, principalmente depois de ouvi-la confessar seus sentimentos por mim, e eu sabia que isso me fazia muito mal. Então, por estar completamente ciente da minha total incapacidade de deixar isso pra lá sozinho, decidi finalmente buscar ajuda de um psicólogo.

O Dr. Rouse me ajudou bastante, principalmente com os meus problemas de ansiedade. Aprendi a deixar as coisas acontecerem no seu próprio ritmo. Eu não fazia ideia do quanto meus próprios pensamentos poderiam me sabotar. As primeiras consultas eram mais frequentes, mas fico feliz em dizer que agora está tudo sob controle. Eu ainda o vejo, temos nossos papos semanais toda quarta-feira depois do meu trabalho. Passar todo esse tempo com ele me ajudou a perceber que, algumas vezes, o único culpado pelo meu sofrimento sou eu.

Depois disso tudo eu aprendi a focar minha atenção nas coisas que eu era capaz de resolver no presente, isso deu bastante certo pra mim. Embora, eu acredite que de alguma forma acabei recriando um cenário muito familiar pra mim nos meus tempos de faculdade, só que com os papéis invertidos dessa vez.

Meu cronograma semanal era muito bem organizado: de segunda à sexta eu trabalhava sem parar, incansavelmente e sem nenhuma distração. Todo sábado à noite eu visitava um bar diferente, tomava uma cerveja e esperava que alguma mulher interessante ganhasse minha atenção. Com algumas só conversei, outras poucas apenas beijei, mas a maioria sempre acabava na cama. Eu não era louco de levá-las no meu apartamento, não queria me procurassem ou aparecessem de surpresa uma vez que meus avós me visitavam regularmente –– uma nova mulher nua a cada visita não era bem o que eles imaginaram para mim. Tive noites maravilhosas em hotéis, albergues, motéis, becos escuros e no meu carro, mas nenhuma conseguiu foder tão gostoso quanto ela.

Depois desse momento de flashback, continuemos.

Há algum tempo, depois de eu ter pensando que nunca mais veria ou tocaria Eloise na vida, Robert, sua assistente pessoal e eu estávamos em Los Angeles, era uma breve viagem de um fim de semana de negócios. Durante o almoço fomos até um restaurante bem frequentado e conhecido. Sophie me encarava com um olhar sugestivo, mas eu lutava para não deixar que Robert sequer desconfiar das inúmeras vezes que transamos na sala dele depois do expediente. Particularmente, eu estava louco para que ele nos dispensasse logo, foi um dia estressante e eu só queria uma boa foda pra relaxar.

Para estragar meus planos, ele só me dispensou depois das sete, mas não dispensou Sophie. Robert alegou que precisava dela para preencher alguns documentos pendentes. Sozinho –– e excitado –– decidi tomar um banho e sair pra procurar uma nova companhia.

Entrei em um bar aparentemente calmo, não muito cheio e a maioria era feminina –– ou seja, maiores chances de ter uma noite bem sucedida. Como sempre, cumpri meu ritual. Fui até o balcão, pedi uma cerveja e sentei em uma mesa onde eu pudesse ser notado com facilidade. Já estava na terceira garrafa e nem sequer uma mulher me notou ali. Comecei a ficar desanimado. No meio da noite, recebi uma mensagem do Dr. Rouse:

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