Capítulo 11: A que horas devo ir?

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— Você é a última pessoa que imaginaria encontrar hoje — um belo sorriso educado. — Olá — dirigiu-se à Justine ao meu lado.

Me desculpem — balancei a cabeça ainda confuso. — Eloise, Justine. Justine, Eloise.

— Muito prazer — Justine apertou sua mão. — Adam, eu vou andando na frente pra aquecer o motor. Até, Eloise — acenou afastando-se.

— O que faz aqui? — Perguntei sem pensar.

— Negócios — olhou ao redor. — Uma amiga pretende abrir a filial da loja de cosméticos dela neste shopping. Podemos dizer que hoje eu sou representante de marketing — sorriu. — Sua vez de dizer.

— Meus avós moram aqui — enfiei as mãos nos bolsos para que ela não as visse suando. — Como estou de férias, decidi visitar e...

— Não precisa se explicar o tempo inteiro — fitou-me. — Bom, acho que nos veremos no início do semes...

— Vai ficar quanto tempo na cidade? — Interrompi impulsivamente.

— Não tenho certeza. Se conseguir fechar o contrato depressa, voltarei assim que possível para a Califórnia — olhou seu relógio. — Tenho que ir agora, aproveite bem a viagem.

Como se alguém despejasse de uma vez um litro de adrenalina nas minhas veias, agarrei seu pulso impedindo que partisse. Meu estômago doía e o coração palpitava fortemente, era um tambor em meus ouvidos. Seu olhar encarou meus dedos em sua pele e eu não conseguia pensar em um bom motivo para fazê-la ficar. Cuspi as primeiras palavras que surgiram no telepronter da minha mente:

— Gostaria de jantar comigo?

— Perdão!? — Ela enrugou a testa, então soltei seu braço.

Poderia apostar que ela estava pensando: o que esse zé ninguém pensa que está fazendo? As chances que eu já não tinha tornaram-se um número negativo e eu precisei pensar bem rápido para consertar a besteira que fiz.

— Quero dizer, comigo e os meus avós — dei de ombros. — Eles gostariam de conhecer minha mentora — sorri mesmo sabendo que eles nunca ouviram nada sobre Eloise.

— Bem, eu... — hesitou enquanto eu preparava meu psicológico para uma resposta negativa. — Tomarei uma decisão quando chegar ao hotel, preciso descansar antes — mostrou seu sorriso desconcertante.

— Perfeito — evitei olha-la para que não notasse o rubor em minhas maçãs do rosto.

Entrei no carro de Justine, notei que parecia um pouco entediada, mas seu rosto estava carregado por um ar cômico que sozinho não consegui decifrar. Seus olhos seguiram todos os meus movimentos e poucos minutos antes de sairmos do estacionamento, soltou o que guardava com muito sacrifício atrás de seus dentes.

— É ela, não é? — Deu a partida.

— Ela o que? — Fingi não entender.

— A pessoa por quem você se apaixonou e terminou o namoro.

— Ela? — Minha voz subiu um tom. — Não! Claro que não... — olhei pela janela. — Eu não teria a menor chance — murmurei.

— Isso não impede que se apaixone por ela — arqueou a sobrancelha sorrindo.

— Como soube que era ela?

— Deu pra sentir o quanto ela te deixou tenso, fisicamente falando — respirei fundo consentindo. — Agora estou curiosa...

— Com o que exatamente?

— Como vocês se conheceram? É porque na cara que seus níveis sociais são bem diferentes...

A sociedade BeaumontOnde as histórias ganham vida. Descobre agora