Capítulo 14: Maturidade

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Tinha a mesa do café preparada, mas preferi esperar até que Eloise descesse para poder acompanha-la. Vesti as roupas com que chegara, cumprimentei seus funcionários que encontrei pelo caminho e sentei à mesa, entediado e bravo, tamborilando os dedos no vidro. Parecia estar preparada para malhar, ou algo do tipo. Quando finalmente apareceu, vestia uma regata justa e calças de malha — que ficaram muito sexy nela, à propósito.

— Por que não está comendo? — Eloise sorriu sentando-se à minha frente.

— Quis esperar por você — esperei ver Christopher atrás dela como uma sombra, mas não apareceu. Graças a Deus!

— Bobagem — comentou comendo sua salada de frutas. — Dormiu bem?

— Sim — suspirei. — Suponho que você também.

— Maravilhosamente bem — sorriu.

— Não por minha causa, presumo — murmurei com desdém.

— Perdão, o que disse!? — Tomou um gole de chá me fitando.

— Nada — era melhor assim. — Eu não quero perturbar você, mas — dei um meio sorriso — sou iniciante nessa coisa de encontros. Quando eu sei que acabou?

— Quando estiver na sua casa e eu na minha — piscou para mim. — Deseja ir agora?

— Não! — Quase gritei. — De modo algum.

Eloise sorriu com seu olhar vagamente malicioso e terminou seu café graciosamente, enquanto eu não conseguia parar de secar sua beleza matinal.

— Vou correr agora — arrastou sua cadeira para trás ficando de pé. — Quer me acompanhar?

— Seu assistente também vai? — Perguntei receoso.

— Não, ele precisa trabalhar agora — não escondi minha satisfação por ouvir isso.

— Sendo assim, eu adoraria, — Eloise pareceu estranhar meu comentário — mas camisa social não parece ser indicada pra isso — comentei desanimado.

— O guarda-roupas lá em cima não é um mero enfeite, sabia!? — Riu brevemente.

Em silêncio, Eloise voltou para o hall de acesso à escada e olhou-me por cima do ombro, então levantei rapidamente e a segui para o quarto de hóspedes. Mesmo depois do breve momento de intimidade entre nós, sua presença ainda me intimidava e confundia, sempre cortando qualquer ideia minha para iniciar uma conversa decente com ela.

Sem muito esforço, sentei na cama acanhado enquanto ela se perdia entre todas as portas e gavetas do guarda-roupas — honestamente, parecia mais um closet. Não fui capaz de deixar de notar a variedade de peças dentro dele, inclusive peças femininas. Um pouco curioso no início, mas eu sabia bem o que significava.

— Não se preocupe, — disse de repente decidindo entre duas camisas — são todas novas — tive certeza ao notar as etiquetas penduradas.

Respirei fundo e me despi ali mesmo, vestindo as peças à medida em que entregava para mim. Terminei com uma camisa de mangas longas — um pouco justa, mas realçava o contorno dos músculos sutis que tinha — e uma bermuda de tamanho ajustável.

— Hmm... teria também uns tênis? — Perguntei sem jeito puxando o cabelo da minha nuca.

— Eu tenho tudo o que você precisa, Adam — abriu a gaveta inferior mostrando um universo de calçados variados. Desde mocassins à saltos altos. Sem dúvidas era muito mais do que eu já tive em toda minha vida. — Fique à vontade para escolher.

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