Alguns meses depois.
Sara Martínez
Estou sentada na borda da piscina enquanto, balançando os pés na água morninha, sorrindo para a cena linda que se desenrola na minha frente. Léo correndo atrás de Rebeca e ela correndo morrendo de rir com o desespero do pai. Ela acaba de dizer que quando crescer vai casar com André.
Recordo a cena que aconteceu alguns minutos atrás.
- Papai, quando eu crescer vou poder casar igual minha mãe?
Ele fica pálido, incrível a sintonia dos dois, parece realmente pai e filha. Ele está morrendo de ciúmes.
- Sua mãe casou muito jovem, você vai casar quando fizer uns trinta anos.
Léo responde sério, e Rebeca fica pensativa.
- Mas trinta anos não é muito papai? Eu só tenho quatro...
- Você não acha que muito jovem para pensar em casamento?
- Eu não sei. - Ela parece pensar, os olhos claros estão coberto por uma dúvida gigantesca, e eu fico apenas observando o duelo dos dois. - Você é mais velho que a mãe?
- Sim, sua mãe é uma princesa mais nova que seu papaizinho. - Ele dá um cheiro no seu pescoço e ela responde com o sorriso mais lindo do mundo, fazendo meu coração aquecer de amor pelos dois.
- Então quer dizer, que eu posso casar com o André quando eu ficar mais velha? Igual vocês dois? - Que mente é essa senhor? Vejo o sorriso de Leonardo morrer no mesmo instante, que homem possessivo do caralho.
- Não, não pode! - é categórico.
- Mas por quê? Você é minha mãe podem e eu não?
Não vou me meter, deixa ele se virar, quero ver como ele vai se sair.
- Por que não pode! - Ele está perdido, louco de ciúmes.
- Mas por quê? Eu quero ser o amor da vida todinha de alguém, igual você fala para minha mãe.
Ele suspira pesado. Rebeca tem sangue quente, já mostra desde pequena que terá uma personalidade bem forte.
- Porque o papai tem medo de alguém machucar seu coraçãozinho precioso, papai mata!
- Mas o André não vai me machucar, ele é meu amiguinho.
- Então eu matarei o pai dele!
Não consigo evitar o riso. Homem ciumento, ele não está brincando, os dois estreitaram bastante os laços de amor, quem vê acredita que os dois são pai e filha biologicamente falando.
- Papai, eu vou ter que namorar quando eu crescer! - Ela fala autoritária.
- Você não acha que é muito pequena para pensar nessas coisas dona Rebeca? Pelo amor de Deus! Você tem quatro anos, quatro! Não me enlouqueça antes do tempo. - Ele vira-se para mim já possesso e fala: - Nossos próximos filhos faremos todos por inseminação artificial para que não saia nenhuma menina, tenho medo de não poder criá-las, já que Rebeca já está me matando!
Rebeca levanta-se irritada e decidida, parece um mini tornado.
- Quando eu crescer vou namorar com André e ponto final! - Para completar ela coloca as mãos na cintura. Minha menina me orgulha.
Léo levanta-se e ela sai correndo e gargalhando, enquanto ele grita que ela nunca vai namorar.
Ainda estou sorrindo quando vejo o barulho dos dois caindo na piscina, parecem mais duas crianças birrentas.