Capítulo 21

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Olívia ficou pálida, pude ver o ciúme no seu rosto lindo de boneca. Mas como ela era uma grande mulher, rapidamente se recompôs e deu um sorriso tímido, respondendo por mim.

- Ele já está indo.

- Sim senhora. - A moça respondeu e desligou em seguida.

- Olívia, eu não o que...

- Ei, - ela segurou no meu rosto com as duas mãos - Não é hora de ficar com medo, você é forte, decidido, um homem excepcional.

- Eu nunca passei por algo no mínimo parecido. - Era difícil confessar meus medos, mas aqui estou eu expondo todas as minhas angústias.

- Que sem graça seria a vida se fosse tudo igual, sem fortes emoções, sem prazer... até mesmo com as dores, ela nos fazem crescer como humano, valorizar ainda mais o que temos. Minha mãe sempre costuma a dizer que se não se aprende com amor, vai com a dor mesmo. - Seus olhos claros me fitavam com tanta intensidade, só se eu fosse muito burro em perder uma mulher como essa.

Abracei-a com força, seu corpo nu e macio grudado no meu, era um convite silencioso para amá-la novamente, mas agora não posso, preciso resolver minha vida, que virou de ponta cabeça.

Tomamos banho juntos, nós arrumamos, era tão bom está perto dela, embora meu coração nesse momento estivesse apertado, Olívia era o pilar que me sustentava nesse momento.

Fomos para a ala da UTI adulto, Olívia segurou minha mão forte, e só com o olhar ela me consolou, "eu estou aqui".

- Bom dia senhor Amadeo, a paciente está muito agitada, cogitamos a possibilidade de dar-lhe um calmante novamente, mas como ela passou dias em coma, achamos melhor ela conversar com alguém conhecido. Ela ainda não sabe sobre o marido, e nem do estado do filho, por favor seja cauteloso, vamos omitir os fatos até ela se recuperar.

Assenti, olhei aqueles olhos verdes que me passavam uma paz incrível e fomos em direção a sala de preparação. Vesti  a roupa, fiz a higienização e olhei para ela mais uma vez.

- Agora vá, cuidado, escolha as palavras para conversar com a mãe do seu filho. Seja forte e resistente, eu sei que você é.

Porra! Eu estou muito fodido, estou puto e nervoso e nem sei como agir. A enfermeira me leva até o leito de Diana, que dormia. Fiquei por alguns minutos observando-a, o rosto lindo estava cansado, um finco no meio da testa, denunciava a preocupação. Ela estava ainda mais linda do que quando a conheci há dez anos atrás.

Como se sentisse a minha presença, ela despertou e abriu os lindos olhos azuis vagarosamente.

- Amadeo... - Me senti uma assombração, ela arregalou os olhos e vi o pânico passar por eles, ficou muito agitada. Eu me aproximei dela tentando conforta-la. - Foi você não foi? Que fez aquela perseguição horrível, você quis nos matar! Por que Amadeo? Por você é tão mal?

- Diana, por favor acalme-se. Você está nervosa. - Estou tentando controlar meus sentimentos, como ela pode pensar isso de mim?

- Você é um monstro, sempre foi. Só não entendo o porquê, depois de tantos anos...

Ela estava agitada, e uma mistura de raiva e compaixão era o que eu sentia por ela nesse momento.

- Nunca neguei que fui, talvez eu ainda seja, mas nunca, jamais faria mal a você e principalmente ao nosso filho.

- Cadê ele seu monstro? Você quase mata seu filho, eu nunca o escondi de você, por que...

- Já chega Diana! Eu sei que passou por um momento muito difícil, mas eu não irei deixar você falar esse monte de asneiras sobre mim. Eu sempre te ajudei mesmo que a distância, você teve uma vida de princesa com meu filho e com seu marido, coisa que eu proporcionei, o meu dinheiro. Mesmo que isso me matasse por dentro, mas eu queria ver vocês felizes. Não é justo que você me julgue dessa forma tão leviana.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now