Não sei em qual momento da vida eu virei um cristal, gosto de ser cuidada e bem tratada, já que anos da minha vida eu fui humilhada, castigada e violentada. Porém, tem horas que o excesso de cuidado enche o saco, isso somado a possessividade de Leonardo é quase insuportável. Não estou podendo sequer, arrumar minhas malas, pelo menos a minha! Já que da Rebeca e a dele já estão devidamente prontas.
— Posso pegar pelo menos minhas calcinhas? — falo com sarcasmo.
— Dona Sara, me perdoe, mas são ordens do seu esposo, preciso muito desse emprego, tenho pavor de ser demitida.
Coitada da moça, imagino o terrorismo que esse ser humano Leonardo Martínez deve ter feito com a pobre moça. Ela está realmente apavorada, emprego está difícil, ainda mais com o salário que pagamos aos funcionários, faço questão que todos tenham seus direitos trabalhistas garantidos, além de alguns benefícios a mais, sei que ainda é pouco, mais quero além de funcionários, amigos leais, que nós possamos contar e que não fiquem tentados a nos trair.
— Tudo bem, só queria pegar as calcinhas mesmo.
Tento argumentar, mas parece que todos nessa casa não me escutam de forma alguma.
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— Estão atrapalhando seu serviço por aqui? — Leonardo surge sorrateiramente no closet, com a camisa desabotoada e puta que pariu três vezes, engulo em seco. Que homem gostoso do caralho e melhor ainda, é meu! Todo meu.
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Até a pobre da secretária se distrai e acaba derrubando os cabides , as roupas caem todas no chão, a pobre mulher fica embaraçada, eu não a culpo, teria feito o mesmo. Porém, esse pedaço de mal caminho já tem dona, no caso eu!!!
— Desculpa senhora, eu me assustei, isso nunca mais vai acontecer. Pelo amor de Deus...
— Calma Ana, que desespero! São apenas roupas, se tivesse me deixado ajudá-la, nada disso teria acontecido.
— Não se preocupe Ana, sei bem que Sara é bem inconveniente quando quer.
— Eu? Inconveniente? Me poupe Leonardo! Você não acha que está exagerando nesse lance de cuidado e proteção? - Reviro os olhos.