Capítulo 19

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Ficamos todos congelados, parecia um filme que passava diante dos meus olhos em câmera lenta. A única coisa que não estava lento era o meu coração, esse batia descompassadamente no meu peito, podia jurar que todos estavam ouvindo as batidas frenéticas.

- Oi Angela, alguma novidade sobre a paciente? - Olívia fala numa calma absurda, caralho Eu sou louco por ela. Eu disse louco? Não, eu gosto dela, não vou negar.

- Sim, a paciente foi operada e tivemos que induzi-la ao coma, o estado dela é muito delicado e inspira cuidados.

- Ela corre risco de vida? Por favor, falem a minha língua. - Insisto.

- Sim senhor, a batida foi muito forte, perfurou os pulmões, vamos ver como ela reage a cirurgia e a medicação. Infelizmente só nos resta aguardar.

Viro-me de Costa para a enfermeira e passo as mãos na cabeça e solto o ar com força. Estou pagando todos meus pecados! Tenho certeza disso!

- Ei cara calma, eles estão vivos. Não podemos perder a esperança. - Léo passa a mão na minha costa tentando me confortar.

- Caralho Léo, que situação a vida me colocou, há menos de vinte quatro horas atrás era apenas eu, sozinho e largado no mundo, agora meu filho e a mãe dele estão entre a vida e a morte, o padrasto dele morreu e eu não sei o que fazer...

- Eu vou acionar meus contactos para comunicar a família do rapaz, e a família da moça você conhece?

- Ela era sozinha no mundo, a história de vida dela é fodida pra caralho, ela não merecia está nessa situação.

Viro-me de frente dando de cara com um par de olhos azuis magoados. Merda, ela entendeu tudo errado, mas eu não tinha forças para negar nada.

- Amadeo, acho melhor você ir para casa, passou a noite inteira acordado, deve está cansado. Os dois estão sedados, quando tivermos notícias entraremos em contato com você.

Esses olhinhos tristes deixavam meu coração ainda mais apertado, eu precisava dela, sido seu abraço para me aquecer e me acalmar. Mas ela estava apática, e para acabar de completar ainda tem o engomadinho do médico com o sorriso de vitória no rosto. Ele salvou meu filho? Sim, sou grato a ele? Sim. Mas isso não me impede de querer estragula-lo por estar ao lado dela.

- Não, eu ficarei aqui, vou ajudar o Leonardo na busca pela família do rapaz.

- Tudo bem. Eu estou indo para casa, qualquer coisa Léo e Amadeo, se precisarem é só ligar. - Ela estava tão fria e tão distante, nem parecia a minha Olívia, tão quente e fogosa.

- Eu te dou uma carona Olívia, também estou de saída.

Não preciso dizer que foi o pau no cu do doutorzinho de merda que ofereceu a carona. Ela dá um sorrisinho amarelo e aceita, fazendo todo o meu ódio voltar. Calma Amadeo, concentre-se no seu filho, ele precisa de você.

Vejo-os saindo lado a lado e meu coração fica apertado, nunca senti nada parecido, por que ela faz essas coisas comigo? Eu não consigo entender, ela me leva do céu ao inferno em questão de minutos.

- Parada complicada essa em Amadeo.

- Não enche senão vai sobrar pra você. - ameaço e ele levanta as mãos em sinal de rendição.

As horas passam voando, Léo conseguiu rapidamente achar a família de José Gonzales, era esse o nome do marido de Diana, a família dele claro, ficou em choque. Léo, como é o cara mais do bem que conheci na vida, ou Sara o transformou, pagou todas as despesas do homem, sobre meus protestos, eu queria pagar.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now