Capítulo 34

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Apavoro-me quando vejo meu algoz frente a frente. Aperto o corpo frágil da minha filha nos meus braços, isso não está acontecendo, é um pesadelo e a qualquer momento Léo vai me acordar com um beijo, dizendo que tudo vai passar.

— Eu devo ter feito algo muito bom para ter um brinde desses. - Fala diretamente olhando para Olívia. — Vamos, desçam daí, não temos tempo a perder.

— Não vou a lugar nenhum com você.

— Vai sim, por bem ou por mal. E eu aconselho que seja por bem, pelas leis do tráfico a filha é minha e eu estou levando-a.

Ele puxa Rebeca dos meus braços de uma vez, ela acorda atordoada e começa a chorar sem parar, fico apavorada e saio do carro, minhas pernas fraquejam e eu seguro na porta.

— Papai veio buscar vocês meus amores. Agora seremos uma família de verdade. - Doente, ele finge ser um cara bonzinho na frente da filha.

— Você é o papai malvado, eu não quero você. Eu quero meu papai Léo. - Ela fala choramingando e faz meu peito se apertar.

— Garota mimada! Eu sabia que você não daria conta de criá-la, tá aí no que deu! Mas agora o papai está aqui para te mostrar o que é o mundo. Vai ser no amor ou na dor. Tenho tendências a ensinar pela dor, não é mesmo minha doce Sara?

— Maníaco! Não encosta na minha filha!

Tiro forças de não sei aonde e o empurro, tentando tomar minha filha dos seus braços.

— Deixa de ser patética! Não temos tempo a perder, antes que sonso do meu irmãozinho chegue.

Só então percebo que há vários homens com eles e cinco jipes. Um deles já está com Olívia, que está apenas observando tudo, fingindo uma confiança que sei que ela não está sentindo, ele a coloca em um dos carros, enquanto outro tenta me pegar, mas é impedido por Diogo.

— Na minha mulher e na minha filha somente eu pego!

É visível o respeito e até mesmo o medo, que seus capangas tem por ele. Diogo sai me arrastando pelo braço, enquanto com outro ele carrega Rebeca, que chora compulsivamente, meu coração se aperta ao ver minha filha passar por tudo isso. Ele se aproxima do carro, abre a porta e me empurra para dentro.

— Nada de gracinha.

Ele dá a volta no carro e abre a porta do motorista, entra e senta com Rebeca em seu colo, dois homens entram com Olívia deixando-a no meio.

— Papai vai te ensinar a dirigir, e também vai te ensinar a não ser uma tola como sua mãezinha.

Ele olha para mim e sorrir, meu sangue congela, tenho medo a que tipo de ensinamentos ele pode dar a minha filha, coisa boa não é. Pois nada que seja bom sai desse homem, absolutamente nada.

— Você nunca vai ensinar nada a ela!

— Vou sim, vou recuperar o tempo perdido.

Ele sai dirigindo como um louco, em alta velocidade e cortando caminho pelo mato, percebo que estamos voltando por onde viemos. Aeroporto! Esse doido vai nos tirar do México, e levar sabe Deus para onde!

Uma aeronave gigante está no lugar onde estávamos a pouco, ele sorrir vitorioso, olha para mim e murmura um "eu te amo", meu estômago embrulha, eu o odeio com todas as minhas forças, e nesse momento eu temo por nossas vidas.

Um verdadeiro exército está parado nos aguardando, ele para o carro perto do avião e desce, ainda com Rebeca nos braços. Os dois brutamontes tiram Olívia do banco de trás, ela continua tranquila, ela foi criada nesse meio, talvez ela saiba o que está fazendo.

Prisioneira do Tráfico (Livro 2) CONCLUÍDO ✅ Where stories live. Discover now