Olívia sorria para a criança, e eu simplesmente não sabia o que fazer, como agir, ela estava ali, com meu filho e ele parecia confortado, embora seu semblante era de confusão e tristeza.
- Quem é ele? - André pergunta baixinho para Olívia.
- Ele mesmo vai te responder. Agora eu preciso ir, mais tarde eu volto para saber mais de você.
Ela dá um beijo na sua testa, é mesmo sobre os protestos do menino ela sai, passa por mim e murmura.
- Boa sorte, vá com calma. - Assinto, mas eu queria mesmo era que ela estivesse ao meu lado, mas ela se vai.
Eu me aproximo mais do leito e dou um sorriso fraco, era incrível à semelhança dele comigo.
- E aí campeão, como você está se sentindo? - Tento puxar conversa.
- Eu conheço você de algum lugar. - Será que Diana já tinha falado sobre mim, ou mostrado minha foto?
- Sério? Eu acho que você deve está me confundindo com algum ator de novela, eu sou bonitão pra caramba. - Tiro uma brincadeira para descontrair e ele sorrir.
- Cadê a minha mãe? - Seus olhinhos enchem-se se lágrimas, e é como um punhal cravado no meu coração.
- Sua mamãe também se machucou no acidente, e está numa cama se recuperando assim como você.
- Ela está bem? - Os olhinhos dele eram desconfiados.
- Sim, está. Eu acabei de falar com ela agora a pouco e ela fez essa mesma pergunta. Eu respondi que você ainda estava dormindo, quando eu for lá daqui a pouco, contarei que você já acordou e ela ficará feliz.
- Então ela não morreu?
- Não! Claro que não! Nem pense nisso! Ela está viva e morrendo de saudades de você.
O sorriso que ele dá ilumina seu rosto e aquece meu coração, só então percebo o quanto tempo perdi na criação do meu filho, o que antes parecia um ato de amor, agora parece um ato de covardia. Covardia de assumir riscos e responsabilidades, uma coisa é certa, eu nunca mais me separarei dele.
- E o meu tio José, compense está? - Uma mistura de alívio e apreensão tomaram conta de mim. Alívio por constatar que Diana não deixou que ninguém ocupasse o meu lugar e apreensão por não querer que o meu menino sofra.
- Ele está muito machucado, muito doente. - Ele me olhou muito triste e uma lágrima caiu no seu rosto, o que eu não imaginava, era porque estava doendo tanto em mim vê-lo sofrer.
- Ele pode morrer? - Por que essa criança pensa tanto em morte? E eu, o que eu digo?
- Melhor você não pensar nisso agora, você machucou muito sua cabeça e precisa se recuperar logo. E para isso acontecer, você não pode ficar triste, agitado, tudo isso faz mal para você.
Eu me aproximei ainda mais dele e timidamente passei a mão em seus cabelos, um sentimento de proteção encheu meu peito. Porra! Ele é meu filho! Ele é lindo pra caralho e eu sou um fodido de sorte.
- Você é amigo da minha mãe?
- Sim.
- Há muito tempo?
- Há bastante tempo.
- Como eu nunca vi você na minha casa? Embora eu lembre de você de algum lugar.
O moleque é esperto demais, pudera, ele é meu filho!
- É uma longa história. Lembra do que eu falei sobre descansar?