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Encaro o teto acima de mim com o ventilador de teto parado

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Encaro o teto acima de mim com o ventilador de teto parado. Eu nem sei por que aquela coisa ainda está ali para ser sincera, quando eu tinha onze anos – após ver um filme de terror que mal me recordo o nome, mas me traumatizou o suficiente para uma vida inteira – recordo-me de ter entrado no quarto do meu pai com a ideia de que precisávamos nos livrar do ventilador de teto.

Mas, na Califórnia, mais precisamente em San Diego, é um pouco complicado você querer se livrar de ventilador. Principalmente em épocas mais quentes como primavera e verão. Então papai só tomou a decisão sensata de comprar um ventilador de apoio no chão e desativar a energia para o ventilador de teto. Após isso os pesadelos que sempre levavam a um final no qual eu morria pelo ventilador de teto giratório pararam, mas agora me questiono porque ainda não tiramos essa coisa daqui.

Respiro fundo virando-me na cama e encarando a minha estante de livros, logo abaixo dela a mesinha com o meu notebook e a mochila e cadernos da faculdade. Não precisa de uma audição perfeita digna de superman para saber que Joalin chegou com suas crias, e fecho meus olhos apoiando meus cotovelos na cama e deixando as mãos contra meu rosto.

Será que ainda dá tempo que encarnar a criança dos seis anos e me esconder dentro do guarda roupa e fingir por um momento que eu não estou em casa?

Droga, eu nem tenho guarda roupa.

— Emma, querida? — Papai bate duas vezes na porta e espera minha resposta.

— Oi, pai... — Respondo — Já vou descer, só estou terminando de arrumar... — Olho ao redor do quarto. — Alguns cadernos. — Falo sabendo que provavelmente ele vai desconfiar.

— Tudo bem, meu amor. — Ele fala e pelo seu tom de voz sei que ele acredita e respiro fundo deixando meu corpo cair de novo contra a cama e sem querer bato um pedacinho da minha cabeça na parede.

— Ai... — Resmungo me sentando e massageando a área. E o destino já começa a me castigar sem eu nem ter feito nada.

Levanto ajeitando minha roupa. Hoje está quente então só coloquei um short de cintura alta preto de pano mais leve pra não ter o acaso da dobra na minha bunda soar, e um cropped vermelho. Meu cabelo está preso em um coque porque não sou obrigada a usa-lo solto nesse calor, e imploro a todos os santos divinos que o meu pai não tenha cozinhado alguma coisa super apimentada.

Porque Joalin ama pimenta. Em um nível pouco aconselhado pelo instituto de alimentação saudável. Provavelmente nem a ONU ache isso aconselhável, e olha que eles nem tem nada a ver com isso.

— Emma! Como você está linda. — Joalin diz se aproximando e o seu perfume se aproxima bem antes me dando um tapa estalado na cara antes que ela me abrace. — Ah, por favor, me explique como consegue continuar linda mesmo com um coque. Eu juro por deus que eu me sinto horrível. — Ela diz brincando e sorrio meia lua não querendo deixa-la se sentir mal.

Com paixão, Chris | #1 (hiato)Where stories live. Discover now