Capítulo 14: Mar de confusão

764 65 4
                                    

     - Anda, me diz o que você pretende com tudo isso. Vai!
     - O que eu pretendo? Eu pretendo acabar com você e com toda a sua família. Fazer vocês sofrerem. Fazer seu pai pagar por tudo o que ele me fez.
     - Mas eu já disse que não sei do que você está falando. Meu Deus, você só pode estar louco. Eu não fiz nada para você, nem minha família.
     - Pelo jeito seu pai escondeu tudo direitinho, não é? Aquele desgraçado! Mas ele vai sofrer, vai pagar por tudo quando ver com os próprios olhos o que eu terei feito com você. E depois será a sua mãe e o seu irmãozinho, todos que ele ama vão morrer do pior jeito que você possa imaginar. E aí ele será o próximo a morrer bem devagarinho. Vai morrer cheio de culpa, pode acreditar. - ele disse com raiva.
     - O que o meu pai fez para você odiá-lo tanto assim? - perguntei.
     Minha cabeça estava cheia de dúvidas. Eu precisava de respostas, porque nada disso fazia sentindo.
     - Você sabia que eu e seu pai tínhamos roubado uma fortuna do Central Bank? Isso mesmo, um dos bancos mais ricos do país.
     - O que? Não, isso não é verdade!
     - É a mais pura verdade, Elena. E hoje eu seria um bilionário e estaria longe dos radares da polícia, senão fosse por você!
     Quando ouvi isso minha cabeça doeu. Era como se eu estivesse sendo engolida por um mar de confusão, sendo levada pela correnteza sem entender nada. Na hora eu entrei em um conflito interno, minha mente criava várias hipóteses para aquilo que Eldon disse fazer algum sentido. Mas quanto mais eu buscava entender, mais confusa a minha mente ficava.
     Eldon logo percebeu que eu estava pensativa e me tirou dos meus devaneios:
     - Sim, se você não tivesse sofrido aquele maldito acidente!
     Meu acidente?
     - O que tem meu acidente?
     - Quando você sofreu aquele acidente e ficou em coma, seu pai ficou louco por dinheiro. Ele me traiu, ficou com toda a grana que era para ser minha. Tudo para pagar o seu maldito tratamento e as suas malditas despesas médicas. - ele começou a explicar.
     Suas palavras entravam pesadas pelos meus ouvidos. Ele falava aquilo com muito ódio, eu percebia em sua voz.
     - Não, isso é mentira. Você está mentindo!
     - O que, Eleninha? É tão difícil assim acreditar que seu querido paizinho é um ladrão? Um homem ambicioso? Ele feriu pessoas, Elena! Ele é tão assassino quanto eu. - ele gritou.
     - Não! Meu pai não seria capaz. Ele nunca feriria ninguém.
     Isso não podia ser verdade!
     - É, mas ele foi capaz.
     - NÃO! - gritei.
     - Eu vivi na miséria durante anos, preso naquela cadeia por sua culpa. Se você não tivesse sofrido aquele acidente tudo teria sido diferente. Mas não! Enquanto eu estava preso você e seu pai viviam uma vida normal, cheia de luxos, com o meu dinheiro!
     - Não, não, não, não! Eu... era apenas uma criança e ainda estava em coma.
     - Eu não ligo! Por mim você poderia ter morrido.
     - Como você pode dizer isso?! - comecei a chorar.
    - Achou pouco tudo o que aconteceu comigo? Agora vocês vão pagar por tudo o que fizeram.
     -Não! Eu não tenho culpa.
     - É, Eleninha. Seu pai tirou tudo de mim, mas agora sou eu que tiro tudo que ele tem. Começando com o bem mais precioso dele, que é você. Você é apenas o começo da minha vingança, por isso vou torturá-la bem devagarinho para que doa nele também. Vou fazer ele chorar e se rastejar aos meus pés implorando pela sua vida.
     - NÃOO!

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Where stories live. Discover now