Capítulo 07: O medo

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     - Desgraçado. - disse baixo em lágrimas.
     E agora, o que será de mim?
     Quando eu ia responder meu pai e dizer que estava correndo perigo, "Jack" entra na cozinha novamente.
     - Elena? - ele me chama, com os olhos semicerrados.
     Como ele entrou na cozinha, eu acabei desligando a ligação e escondendo meu celular rapidamente. Agora que eu já sabia de tudo eu não poderia demonstrar mais medo, senão ele iria desconfiar e fazer sabe-se lá o que comigo.
     - Oi. - respondi.
     - Você está demorando, aconteceu alguma coisa?
     Como uma pessoa pode ser tão fria e calculista? Pensei.
     - Ah... perdão, é que eu não estou encontrando as taças. Eu não lembro onde minha mãe as guardou. - expliquei.
     Ele me fitava como se soubesse a verdade. Então ele abriu a primeira porta do armário, e lá estavam as taças.
Droga, pensei.
     - Você disse que não estava encontrando? - perguntou ele. - Elas estão bem aqui.
     - Ah... você encontrou, obrigada. Eu estava procurando do outro lado. - menti.
     Peguei as taças e as coloquei em cima do balcão. Com o canto dos olhos podia ver que ele me observava de cima a baixo e sorria.
     Pensei, porque eu? Porque isso estava acontecendo comigo?
     - Você é muito linda, Elena. Igual a sua mãe.
     Como esse louco conhecia minha mãe? Como ele sabia o telefone da minha casa? Como conhecia minha família?
     - Obrigada. - apenas respondi.
     Depositei o vinho nas taças e servi a ele.
     - Aqui está sua bebida. - ele pegou, deu um gole e em seguida piscou para mim.
     - Vamos para a sala? - perguntei, soando quase como uma ordem.
     Seguimos rumo à sala, eu deixei ele ir um pouco mais à frente enquanto eu ia atrás. Ele se sentou no sofá e eu fiquei de pé em sua frente, fiquei imóvel não sei porquê - talvez pelo medo - até ele me tirar do transe:
     - Você vai ficar aí de pé? - perguntou ele, me fazendo olhar para seu rosto. - Senta aqui do meu lado. - ofereceu, dando algumas batidinhas no espaço ao seu lado.
     - Ah sim, claro. - eu disse, em seguida me sentei ao lado dele.
     Assim que eu sentei ele colocou sua mão em meu ombro e começou acariciá-lo. Eu estava incomodada com aquilo e não conseguia disfarçar.

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Where stories live. Discover now