Capítulo 09: Sorriso cínico

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     Ele tapava minha boca e tentava me sufocar. Eu me debatia muito até conseguir alcançar um vaso de ferro que estava em cima da mesinha, e bater com toda a minha força em sua cabeça.
     Com a pancada ele caiu no chão, zonzo. Sua cabeça sangrava. Eu corri em direção a porta, mas ao girar a maçaneta vi que ela estava trancada e a chave não estava mais ali.
     Desesperada, comecei a procurar a cópia da chave que ficava guardada em algum lugar, mas eu não estava encontrando. Então ele se levantou e mesmo cambaleando veio em minha direção.
     - Você quer brincar, é? - ele perguntou com aquele sorriso sínico.
     Ele pegou o taco de basebol que estava encostado no canto da parede e veio para cima de mim. Comecei a correr desesperadamente pelo corredor quando de repente as luzes se apagaram e a casa inteira ficou escura.
     Um blackout justo agora? Mas mesmo assim não parei de correr e entrei em uma porta qualquer do corredor.
     Tinha acabado de entrar no quarto de hóspedes. A pouca luz vinda da janela me permitiu ver o armário onde eu havia guardado o casaco mais cedo. Corri em sua direção, me escondendo dentro dele. Coloquei as mãos sobre minha boca e meu nariz, tentando evitar que a minha respiração fizesse barulho.
     - Elena, eu só quero conversar. - ouvi sua voz vinda do corredor. O barulho do taco de basebol sendo passado na parede só me causava mais medo. - Anda, seja uma boa menina e eu prometo que vai ficar tudo bem. - agora sua voz estava mais próxima.
     Por uma fresta que tinha no armário eu conseguia observar a porta do quarto sendo aberta, e ele entrando em seguida. Ele caminhou calmamente pelo quarto, parando em frente ao armário.
     - Você quer brincar de esconde-esconde, é? Só que você não pode se esconder por muito tempo.
     Eu já estava apavorada, e ouvir isso me deixava mais apavorada ainda. Era como se eu estivesse vivendo um filme de terror, em que o personagem fosse morrer a qualquer momento.
     Ele ficou alguns segundos parado ali, era como se ele pudesse farejar o meu medo. Eu tentava ao máximo controlar a minha respiração e segurar as lágrimas, mas parecia que eu ia explodir a qualquer momento.
     Então ele se distanciou de onde eu estava, e quando estava prestes a cruzar a porta eu não aguentei e sem querer eu respirei alto. Na hora ele virou para trás e caminhou rapidamente até o armário. Seus passos eram largos e pesados, mas para mim era como se essa cena estivesse passando em câmera lenta.
     Um filme passava pela minha cabeça. Pronto, agora não tem mais para onde fugir. Eu vou morrer, vou morrer! Era a única coisa que eu pensava nesse momento.
     Meu coração acelerava a cada passo que ele dava. Rapidamente eu peguei um objeto qualquer que estava ali dentro e quando ele abriu a porta do armário eu joguei o objeto um sua cara, mas quando eu fui correr ele me segurou pelo braço e começou a me agarrar:
     - Então você se acha a espertinha, não é? Mas saiba que eu sou mais. - ele disse com raiva.
     Eu me debatia tentando escapar, mas não dava, ele era forte demais.
     - Me solta, seu cretino! - eu gritava desesperada.
     Eu vi que não ia conseguir me soltar dos seus braços, então mordi a sua mão com toda a força e ele me soltou. Saí correndo disparada pelo corredor - que nessa hora parecia ser imenso - quando senti uma forte pancada na cabeça e tudo escureceu.

Continua...

Sozinha Com Um Psicopata Where stories live. Discover now