Sozinha Com Um Psicopata

Capítulo 05: Seja rápida, Elena

     Eu, sozinha em casa com um completo estranho. Deus sabe o que pode acontecer.
     Discretamente peguei meu celular que estava na estante da sala. Tive a ideia de ir até o banheiro e ligar para meus pais sem que ele percebesse.
     - Com licença, eu vou ao banheiro. - eu disse.
     Ele assentiu com um aceno.
     Seja rápida, Elena. Pensei.
     Quando passava pela cozinha avistei ao longe o porta facas, que estava no balcão. Caminhei rapidamente até ele, observando cada faca. Então decidi pegar a faca média para me defender, caso ele tentasse alguma coisa. Peguei a faca e a coloquei no cós da calça.
     Resolvi ligar para meus pais ali mesmo, pois não daria tempo de chegar até o banheiro. Olhei para trás cuidadosamente para ter certeza que ele não estava atrás de mim. Tendo certeza me virei novamente para frente do balcão, discando o número de telefone do meu pai.
     Enquanto a ligação chamava eu olhei através da janela, observando a rua vazia e silenciosa. Do outro lado da linha só ouvi a voz que dizia:
     "Este número está desligado ou fora da área de cobertura".
     - Que droga. - falei mais alto do que devia.
     Nesse mesmo instante um raio atinge uma árvore na esquina da minha casa. Me assustei com o estrondo e me virei para trás, vendo Jack parado na minha frente.
     - Para quem você estava ligando? - perguntou ele, sério.
     - Ah! - soltei um grito alto. - Você me assustou. - disse em seguida. - Eu não estava ligando para ninguém, eu só estava vendo se o telefone estava funcionando com esse tempo. - eu respondi, tentando disfarçar.
     A minha voz demonstrou o quanto eu estava tensa.
     - Sei. - disse ele, me olhando de um jeito questionador. - Você não disse que ia ao banheiro? - perguntou, me encarando.
     Neste momento eu estava totalmente encostada no balcão e ele a poucos centímetros do meu rosto.
     - Sim, eu fui. - respondi com a voz trêmula. - E depois eu vim para a cozinha, beber um copo d'água.
     Seus olhos eram de um azul tão intenso, que parecia que ele podia ler os meus pensamentos e saber que eu estava mentindo.

Continua...