Catrina

221 28 8
                                    

Eu estava sentada no banco que há no Jardim dos fundos do palácio, era uma tarde calma e eu apenas admirava a paisagem enquanto comia alguns dos bombons que jasper trouxera para mim no dia anterior, eu estava entediada eu queria fazer algo, mas não qualquer coisa eu queria me sentir útil, prestativa e realizada com algo eu nunca disse isso a minha mãe, mas a realidade é que ser uma lady e viver apenas de trocas de vestidos, joias e de preparação árdua para casamento e filhos era algo extremamente massante e deprimente… e graças a esse pensamento sou levada a pensar no quão bom deve ser para jasper poder trabalhar com os negócios da família. Eu não sei como nem se faz sentido, mas ao chegar no fim desse devaneio olho ao redor e percebo que Jasper está sentado ao meu lado me olhando curioso.

— Porque chegou assim tão silencioso Jasper? Quer me matar de um susto?

Ele sorrir e senta um pouco mais próximo a mim e estende a mão me entregando uma flor, não qualquer, mas sim uma camélia… a minha favorita. Eu aceito a flor segurando seu caule entre meus dedos.

— Não quis te assustar, mas você parecia tão concentrada nos seus pensamentos e fiquei receoso de atrapalhar algo importante.

—Tudo bem, você veio mais tarde hoje, porquê? Teve algum problema em uma das fábricas?

Ele sorrir para mim antes de voltar a falar.

— Estava com saudades de mim?

Reviro meus olhos e isso faz ele gargalhar.

—Você realmente deve ser muito narcisista para acreditar que eu sentiria saudades de você, eu apenas fiz uma observação e comentei para ser educada

— Entendo, mas prefiro acreditar que você estava louca de saudades de mim.

Eu levanto e passo a caminhar dando as costas a ele.

— Cat, não fica brava, eu só estava...e-eu

—Você só estava sendo o mesmo de sempre eu notei

— Nossa, você me odeia mesmo não é?

Eu me viro apenas para olhar em seu rosto, noto que o semblante feliz e de diversão se esvaiu e agora ele parece desapontado e até triste, me pergunto se isso é resultado da sua conclusão sobre o meu ódio direcionado a ele… eu não odiava jasper, odiava a idéia de me casar com um estranho por causa de problemas financeiros e acordos de amizade, ele em si não era tão ruim e nem o ser humano mais repulsivo.

— Eu não te odeio… se eu te odiasse eu não diria uma palavra sequer a você

Ele me olha abismado, mas não diz nada apenas levanta e caminha até ficar ao meu lado e quando olho de novo para ele, ele mostra um pequeno sorriso e leva a mão até minha e a segura isso me assusta e recuo.

— O quê você está fazendo? Porquê segurou minha mão?

Ele olha para baixo, mas permanece a caminhar como eu

— Desculpa, pensei...

— O quê? O que você pensou?

— Nada…

Eu paro na frente dele o impedindo de dá mais passos

— Por que você age assim? faz piadas se comporta como uma criança depois age como um rapaz decente e galanteador, e alguns minutos depois age como um menino bobo e medroso.

Ele me olha e morde o lábio inferior como se estivesse analisando minhas palavras antes de me dá uma resposta.

— Eu não sei, acho melhor ir embora… não quero te deixar com mais raiva de mim.

Ele se vira e começa a caminhar indo em direção ao portão e no mesmo instante apresso os passos e paro novamente em sua frente.

— Você está estranho, O que houve? Jasper não me faça de vilã.

— Eu não estou fazendo nada, só estou indo embora, amanhã eu irei voltar e será nosso último dia de visitas como combinado pelas nossas mães

— Eu sei, mas você, você parece triste…eu nunca pensei que veria você assim e sinceramente agora me sinto culpada

— Não é culpa sua… é minha, eu sou assim sempre infantil, bobo, desprezível, substituível dentre outras coisas piores, eu lamento que você tenha que conviver comigo forçada.

Aquilo fez meu coração doer, nunca pensei que ouviria ele falar assim de si mesmo, ele nunca pareceu tão frágil.

— Ei, quem disse isso de você? Quem falou todas essas mentiras? Eu juro eu irei fazer essa pessoa lastimar, não permito que ninguém diga isso a você ou te insulte esse é meu dever.

Ele acaba rindo com o que eu digo no calor do momento e isso me traz alívio.

— Ninguém disse, eu fui perspicaz o suficiente para notar

— Então terei que fazer você lastimar por falar essas mentiras, eu odeio mentiras.

— Mas não me odeia…

— Não, não odeio

Ele puxa o ar com força e depois expira pela boca e então segura minhas duas mãos com as suas, abaixa um pouco e beija meu rosto de forma calma e leve, sinto seus cílios encostarem na minha pele e o contato me traz arrepios e eu rezo para que ele não tenha notado, quando se afasta ele olha em meus olhos um pouco mais e então sorrir, naquele dia pela primeira vez eu sorrio, mas dessa vez um sorriso para ele.

— Eu, tenho que ir Catrina

— Tudo bem… te levo até a saída Fazemos este caminho até o portão total silêncio.ele vai para o lado de fora, mas ainda assim segura um lado do portão com a mão esquerda enquanto sorrir.

— Jasper?

— Sim?

— Você virá amanhã?

— Você sabe que sim

Ele encosta o rosto no portão eu vou até onde ele está e fico parada à seu lado nos olhamos e sorrimos um para o outro não sei por qual motivo, mas eu seguro seu rosto em minhas mãos e lhe dou um beijo no rosto como ele fizera comigo a alguns estantes e depois corro para dentro e fecho o portão, mas antes de ir para dentro do palácio me viro e vejo jasper com a mão no local onde beijei enquanto sorrir isso me deixa feliz mas também faz eu me perguntar o motivo pelo qual teria agido assim.

Casada com o Duque Where stories live. Discover now