Mais tarde III

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-Agente Paula, devo preocupar-me com sua saúde mental? - perguntei sério e impaciente.

-Não senh… - a mulher nem conseguiu terminar a frase e começou a sorrir novamente. Era só o que me faltava, uma porra dessas sorrindo da minha cara. Tirei a mão da porta, subi para o meu andar e me permiti dar um leve, mas bem leve sorriso da situação que aconteceu agora pouco. Cada um com seus problemas! Só espero que essa agente não seja um para mim.

Entrei no meu apartamento, tomei banho preparei-me para ir almoçar na casa de meus pais. Saí do núcleo e passei pelas três guaritas de saída. Léo e o resto da equipe, como sempre, já estavam no meu aguardo do outro lado. Dei sinal com os faróis pedindo para que seguissem a formação padrão e fui direto para a mansão.

Chego na casa dos meus pais, entro na sala e encontro Saulo e nossa mãe sorrindo de algo.

-Meu filho, que visita boa - falou minha mãe vindo abraçar-me. 

-Visita? O Apolo quase não sai daqui, praticamente ainda mora nessa casa. - falou Saulo que recebeu um olhar mortal de "cale a boca" da dona Estela. - É verdade mamãe. - completou o pirralho.

-Não se preocupe mamãe, pode deixar ele falar o que quiser, todos sabem que eu sou o preferido. - Falei sério abraçando nossa mãe só para provocar Saulo.

-Deixa de ser convencido Polinho, todo mundo sempre soube que eu sou o preferido da dona Estela. Eu sou mais bonito, engraçado, bom filho. Um verdadeiro príncipe! - chegou Alexandre por trás de mim puxando nossa mãe de meus braços e a conduzindo para uma valsa imaginária.

-Mirei no pirralho e acertei na princesinha. - falei para Alexandre que estreitou o olhar para mim.

-Vocês são dois iludidos mesmo! Eu sou o caçula, inteligente e gato, é óbvio que sou o preferido! - falou Saulo puxando nossa mãe dos braços de Alexandre e começando outra valsa imaginária ridícula e nossa mãe só fazia sorrir da situação toda.

-Tudo bem Polinho todo mundo sabe que você é ruim de mira. - falou Alexandre com duplo sentido para mim.

-Vira o rabo pra cá princesa e eu te mostro a precisão! - falei sério e sem paciência.

-APOLO FERRARI! OLHA OS MODOS! - gritou nossa mãe comigo ainda sendo conduzida por Saulo.

-Ele é um ogro mamãe, eu sou o príncipe! - falou Alexandre puxando novamente nossa mãe dos braços de Saulo e depois Saulo a puxou novamente e ficaram nessa disputa infantil.

-Alexandre pediu por uma resposta dessas mamãe. E eu não vou competir, tenho consciência da minha posição privilegiada de primogênito e preferido! - falei observando a disputa dos dois.

-A mãe de vocês não é boneca de pano, querem apanhar pela primeira vez nessa idade??? - chegou nosso pai em tom sério, mas estava louco para sorrir da situação.

-Não vai bater neles, Carlos. Eles não têm culpa, puxaram ao pai! -  falou nossa mãe arrancando risadas de todos.

Depois de todas as brincadeiras fomos todos almoçar juntos, com exceção de Selena que ainda está desmaiada no meu quarto. Ainda quis acordá-la após o almoço, mas nossa mãe não permitiu, disse que deixasse a conversa para depois, quando ela já estivesse recomposta.

Passei alguns minutos conversando com Alexandre e Saulo sobre os carros que as câmeras captaram e já deixamos tudo armado para a nossa segurança e defesa. Também combinamos de todos ficarmos dormindo por aqui periodicamente. Não sei quando esses malditos vão agir, mas sei que não vão demorar. Nosso pai também está em alerta e nossa mãe tem consciência de tudo também, ela finge estar calma, mas sabemos que fica arrancando os cabelos da cabeça e culpando nosso pai. Ela sempre briga com ele, dizendo que ele poderia ser um profissional normal ao invés de ser um criminalista. Meu pai quando consegue acalmá-la fica sorrindo dos seus pitís, mas quando não consegue é literalmente o "SAI DE PERTO!" que ele costuma gritar.

Depois de acertar tudo com meus irmãos fui despedir-me de meus pais. Quando estava cruzando a porta de saída escutei minha mãe dizendo que havia marcado uma entrevista para 13:00 da tarde com Melissa, apenas olhei para o meu relógio de pulso que já marcava 13:19 da tarde e segui meu caminho para a garagem, pois precisava retornar para o núcleo. Só em escutar o nome dela relembro de todos os seus atrevimentos, de suas respostas, daquele nariz empinado e do seu olhar desafiador. Saí das minhas lembranças para dar de cara com aquela mulher novamente na minha frente.

Chamei seu nome quase por um impulso, não sabia o que dizer e não fazia ideia do porquê a chamei assim. Melissa é perigosa, avaliou-me da cabeça aos pés descaradamente antes de me responder. E quando dirigiu seu olhar para mim percebi aquela afronta presente. Desviei minha atenção para algo que estava no chão e quase não acreditei quando peguei e vi que era um cartão de contato do porra do Silas. 

Meu sangue ferveu no mesmo instante e para piorar a minha raiva Melissa fez questão de pegar o cartão de volta. É um caralho de asas mesmo! Naquele dia tentei livrá-la da atitude de moleque que Silas estava tendo e a mulher surtou comigo. Ela não faz ideia de quem ele é. 

Eu também não entendo o que está me fazendo querer  distanciar Silas de Melissa, não sei o explicar a raiva que sinto, só sei que não quero ele perto dela, isso eu sei!

Silas é um imbecil completo, mas eu nunca dei tanta atenção para o que fazia ou deixava de fazer, só que agora é diferente, ele já recebeu um aviso meu para ficar longe da moça, mas parece que não entendeu. Isso não será um problema, eu farei questão de reforçar toda a informação para ele no estilo Apolo Ferrari! 

Aquele filho da mãe que me aguarde!

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CONTINUA...

Segunda, 30•12•19.

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No último capítulo do ano do nosso Senhor Encrenca e da nossa Atrevida, venho desejar um feliz ano novo a todas!❤️

Obrigada por tudo e até as próximas emoções com o nosso Apolo Ferrari...✨



















APOLO FERRARIOnde as histórias ganham vida. Descobre agora