Lucky One

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Notas do autor:

Obrigada por dar uma chance a esta história, de coração lhe desejo uma boa leitura.

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Abri os olhos me sentindo totalmente confuso. As luzes que passavam rapidamente acima de minha cabeça em movimento constante me fizeram sentir ainda mais zonzo. Fechei os olhos novamente tentando pensar em algo que não fosse o barulho das rodas da maca em que eu me encontrava dançando pelo corredor, mas de nada me adiantou. Abrindo os olhos novamente movi minha cabeça para o lado na esperança de que algo me parecesse familiar. Mas as enfermeiras com viseiras vermelhas na cabeça que me empurravam não pareciam dispostas a conversar.

Tentei pensar, mas não conseguia raciocinar. Tentei por mais algum tempo, mas foi em vão. Não importa o quanto forçasse meu cérebro a tentar se lembrar simplesmente nada vinha a minha mente. De onde vim, nome, quem eu sou, nada. Concluí que tudo o que me restava era esperar que quando uma dessas nada gentis enfermeiras me deixassem levantar pudessem também me explicar quem são e como me encontraram.

Parecendo adivinhar meus pensamentos, a maca virou em certo ponto do longo corredor para entrar em uma sala. Ela era cinzenta e em seu meio se encontrava uma mesa redonda que estava disposta com o que pareciam quadradinhos de vidro. Ao chegar mais perto, pude perceber que na verdade os quadrados eram uma espécie de cubo e na realidade haviam vários deles em frente a três rapazes que estavam sentados os resolvendo. Consecutivamente, haviam três enfermeiras. Uma atrás de cada rapaz, os observando em silêncio enquanto faziam anotações em uma prancheta.

As enfermeiras que me trouxeram pararam a maca e mostrando possuir uma grande força, me ajudaram a levantar, colocando-me em uma cadeira que estava vazia perto dos outros três rapazes que resolviam os cubos tranquilamente. Ainda meio incerto me sentei e observei enquanto mais cubos foram colocados na minha frente e uma das enfermeiras que me trouxera apanhara sua própria prancheta e começara a me observar.

Obviamente, ela estava esperando para anotar quando eu começasse a resolver os cubos.

Porém ao meu ver eles eram de um material que poderia ser vidro, o que me permitia ver através deles e logo me dei conta de que havia desperdiçado cerca de cinco minutos olhando entre a enfermeira e o 'cubo' sem ter a mínima ideia de como o resolver. Já que até então estivera parado sem mover um único dedo, pensei em perguntar o que estava acontecendo, mas assim que abri a boca para falar uma voz me interrompeu.

- Ah não, não vai fazer a bobagem de tentar falar com elas vai L4?

Encarei o dono da voz e me deparei com um dos três rapazes, este que continuava a resolver o cubo com as mãos enquanto me olhava.

Ele possuía lábios finos cujos cantos davam um ar sorridente masque poderiam rapidamente evoluir para um riso de desdém. Sua roupa era totalmente branca como a minha e um pouco abaixo de seu pescoço pude ler a inscrição 'T1'. Baixei o olhar para observar minha roupa e logo pude achar o 'L4' ao qual ele se referira.

Mas esse não podia ser meu nome, seria? Que tipo de nome era L4?

- Caramba você está horrível! Quanto tempo passou lá fora? - Outro rapaz, que possuía olhos grandes e tinha uma inscrição 'F2' em sua roupa observou, também me encarando sem parar de resolver os cubos.

- Seja como for L4, - o terceiro rapaz, cuja inscrição dizia 'C1' e possuía olhos felinos e uma aura juvenil, falou sem tirar os olhos de seu cubo - é melhor começar a fazer logo esses malditos cubos ou você vai ter que passar mais algum tempo lá fora. Não se lembra do que houve da primeira vez?

GRAVITY                                                         [CONCLUÍDA ✓]Where stories live. Discover now