A reunião do Conselho Religioso

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Assim como o esperado, o líder daquele conselho colocou o assunto Aisha na primeira pauta daquela reunião. Quando recebeu um novo requerimento de Harry assinada pela maioria daqueles conselheiros, solicitando a cassação do mandato de Osnin. Certamente, se aquele julgamento ocorrer em plenitude, naquele momento, o resultado mais provável seria a cassação de Osnin e a condenação de Aisha a uma punição muito severa ou até a morte por ter atentado contra as regras religiosas vigentes naquele território.

Depois da fala do amigo, Osnin já imaginava que isso poderia acontecer, ficando triste naquele momento, pois, dessa vez, ele não teria elementos para se defender como teve da última vez que essa votação ocorreu. Pela fala dos Conselheiros na reunião da semana anterior, Osnin sabia que tinha uma grande chance de perder o seu mandato naquela reunião.

A reunião começa e Rashid pede a palavra questionando quais os elementos que estavam sendo considerados para afirmar que Aisha havia tentado cometer um suicídio. Quando uma parte dos conselheiros responde que os profissionais do hospital afirmaram isso veementemente.

Rashid argumenta que apenas a fala daqueles profissionais não é um elemento válido para uma decisão tão importante, em um julgamento que poderia levar a uma condenação, inclusive a morte daquela jovem. Que eles precisavam de algum laudo fornecido pelo médico da jovem, para que eles tivessem elementos mais formais e concretos para se chegar a essa conclusão.

Boa parte daqueles conselheiros concordam com aquela requisição de Rashid naquele momento, quando então pedem para que Osnin se pronuncie sobre aquela situação, já que aquilo ocorreu em sua casa. Quando Osnin diz:

- Caros conselheiros. Aisha tomou alguns remédios da minha mãe, pois estava com dificuldades de dormir naquele dia. Como ela não dormiu anoite, pode ser que ela tenha tentado tomar aqueles remédios para conseguir descansar um pouco naquela tarde. Aisha é muito jovem e não tinha contato com remédios como os que minha mãe toma. Portanto, pode ser que ela tenha tomado uma dose maior do que estava recomendado e teve esse problema. Eu não sei o que ela queria realmente quando tomou aqueles remédios. Rashid tem razão. Naquele momento eu não sei se Aisha teria motivos para tentar se matar. Eu acho que não. Apenas com um relatório médico, poderemos saber de forma fidedigna, se Aisha queria mesmo se matar, ou se ela não sabia a quantidade de remédios que deveria tomar para dormir. Diz Osnin tentando confundir aqueles conselheiros, para que eles não julgassem Aisha naquele momento e para que o seu mandato também não fosse cassado.

Então o presidente daquele conselho pede a palavra:

- Eu vou contar para os senhores uma coisa que Osnin está a querer ocultar, senhores conselheiros. Pouco antes de ser levada para o hospital, Aisha veio aqui ao templo e pediu para conversar comigo.

Todos os conselheiros se assustam intensamente e surge um sonoro: - Ohhh, naquele espaço.

- Sim, ela veio me pedir para que Osnin fosse menos severo em seus castigos, pois ela não estava a suportar mais. Ao final daquele encontro eu disse a ela que apenas pelo fato dela está a falar comigo naquela sala poderia deixar Osnin ainda mais chateado e fazer com que ele fosse ainda mais severo com ela. Então ela saiu de minha sala muito preocupada. Eu não sei se ela tentou o suicídio. Até acredito que sim. Mas, que ela tinha motivos para isso, tinha. Certamente ela estava a morrer de medo das reações de Osnin depois que disse aquilo a ela. Responde aquele líder do Conselho Religioso, quando aqueles homens balançam a cabeça em concordância.

Então Harry pede a palavra:

- Você não cansa de passar vergonha com a sua esposa heim Osnin. Francamente. Uma mulher minha jamais teria coragem de vir pedir a um líder religioso intervenção em seu casamento. Acho que mulher de nenhum desses conselheiros aqui, chegaria ao ponto de ter a audácia de agir dessa forma.

Casamento forçado e abusivoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt