Casamento forçado e abusivo

Osnin volta para a festa

Ao voltar para festa a primeira pessoa que Osnin encontra é a sua mãe com um semblante extremamente fechado.

logo que ele chega ao seu lado ela diz: 

- Você viu a vergonha que a sua esposa fez a nossa família passar? Diz Marian de forma severa.

- Vi sim minha mãe. Mas o erro foi um pouco nosso, que não a ensinamos o que ela deveria fazer ou a questionamos se ela sabia exatamente como funcionava essa cerimônia. Diz Osnin diretamente.

- Mas, é claro que não. Você ainda nos culpa pelos erros de sua mulher. Diz aquela senhora quase a gritar naquele momento.

- Mamãe, se acalme, eu não estou culpando ninguém. Aisha não sabia o que deveria fazer, porque na terra dela a cerimônia ocorre de forma diferente. Nós não sabíamos que lá era assim e nem perguntamos, portanto, acho que ninguém é culpado. Ou se pensarmos de forma diferente, todos somos culpados. Diz Osnin demonstrando a sua forma de pensar.

- Eu não tenho mais dúvidas, você defende essa mulher o tempo todo. Está enfeitiçado por ela e ela te levará a ruína. Diz Marian de forma extremamente nervosa ao se retirar de perto do filho, indo para próximo de suas noras.

Osnin olha para os lados e vê que precisava se juntar naquele momento ao Conselho Religioso para as partes seguintes daquela cerimônia. Enquanto ia em direção a aquele ponto, era observado por toda aquela comunidade em um olhar condenatório, como se ele fosse o responsável pelos erros de sua esposa naquela apresentação. Ele se assusta muito com isso e se sente muito pressionado. Participar daquele conselho trazia muitas responsabilidades e equívocos como esses de Aisha, poderiam mesmo fazer com que ele perdesse o respeito, tão necessário para ocupar aquele tipo de posição.

A cerimônia continua então sem maiores problemas, quando ao final dela, ficam em uma sala, apenas Osnin e o presidente do Conselho Religioso, que o chama a atenção dizendo:

- Osnin, o que foi aquilo. Aquela ação de sua esposa, sem saber o que estava a fazer em meio a uma apresentação tão importante não é papel de uma esposa de um conselheiro? Diz aquele senhor com olhar e voz demonstrando irritação.

- Sim senhor. Nós erramos em não procurar saber se Aisha estava preparada para tal apresentação. Diz Osnin em tom triste.

- Nós erramos. Eu não estou te entendendo Osnin. Ela deveria saber como essa cerimônia funciona desde sempre. Tenho certeza que ela já viu ela inúmeras vezes em sua terra. Não há desculpas para a sua displicência. Diz aquele senhor de forma ainda mais severa repreendendo Osnin por sua fala.

- Mas senhor, a cultura dela era diferente naquele lugar, por isso ela deve que estava acostumada com outra forma de dança na cerimônia.

- Quando vocês falaram para ela que ela iria dançar para toda a comunidade e disseram que cerimônia era essa, porque ela não questionou o que tinha que fazer? Você tem duas esposas e sua mãe, não é possível que ela não perguntou para ninguém que tipo de ação deveria realizar em cada momento, caso não tivesse segura. Isso é ação de uma mulher displicente e antes de passar panos quentes você deve repreendê-la como qualquer outro homem desse conselho faria. Diz aquele homem novamente em tom severo.

- Mas... Tenta dizer Osnin, quando é imediatamente interrompido por aquele senhor.

- Não tem mas Osnin, a sua mulher errou feio. E quando ela faz isso todo o conselho é prejudicado. A reputação de todos os conselheiros perde pontos de respeito perante essa comunidade. Eu sou muito seu amigo, mas, também sou presidente desse Conselho e não vou deixar que a reputação dele seja sujada. Se não der um jeito de colocar essa sua mulher nos eixos e ser mais enérgico com ela, da mesma forma que te colocamos lá, te tiramos. Estamos entendidos? Diz aquele senhor de forma ameaçadora.

- Sim senhor. Serei mais enérgico com Aisha e a punirei por qualquer outro ato de displicência que ela cometa em público. Diz Osnin se mostrando preocupado.

- Era isso que queria ouvir de você desde o início. Diz aquele senhor em tom de despedida ao sair daquela sala rumo a saída daquele espaço religioso.

Osnin fica preocupado e triste ao mesmo tempo. Ele percebe que realmente Aisha foi muito displicente após a fala com aquele senhor, por não ter questionado como funcionava aquela cerimonia que era tão importante para todos. Nesse momento ele muda a sua visão daquela situação e começa a entender melhor a reação de sua mãe, das mulheres e daquele conselheiro. Não podemos assumir um erro, mesmo que parcialmente, que na verdade foi de Aisha. Eu tenho que repreendê-la para que ela não erre mais em público ou poderei perder a minha posição naquele conselho. Diz Osnin para si mesmo em meio aos seus pensamentos.

Depois dessa conversa ele foi ao encontro de suas esposas e de sua mãe. As esposas estavam revoltadas a reclamar da vergonha que Aisha as havia feito passar. Marian também entra no meio reclamando intensamente da posição de Osnin quando foi conversar com ela após aquela vergonha que Aisha havia feito toda a família passar. E Osnin reconhece que o erro de Aisha foi muito grave e que elas estavam certas em questionar. Que logo que chegasse em casa teria uma conversa séria com a sua mais nova esposa.