O dia 02 de novembro de 2001

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Na quinta-feira, a batalha terrestre de Marzar-e-Charif se inicia efetivamente ao sul da cidade. Aviões americanos explodem bombas naquela cidade e helicópteros do exército desse país dão apoio aos rebeldes que começam a entrar nas ruas da cidade e matar soldados leais ao regime vigente. A batalha começa de forma muito intensa e a maioria das perdas são dos combatentes que defendiam a cidade, que não possuíam formas de se defender dos ataques aéreos.

Naquele centro militar onde encontrava Osnin, as notícias são as piores possíveis. Todos estavam muito preocupados com os resultados daquele conflito em uma cidade muito estratégica para aquele regime. Ela estava sendo conquistada ao sul muito rapidamente e o exército defensor tinha uma dificuldade enorme de manter em suas posições.

Essas notícias chegavam também a cidade em que Aisha morava e as informações de que aquele exercíto do regime vigente não estava conseguindo conter os rebeldes, assustava intensamente os moradores, que temiam que depois dos ataques a cidade de Marzar-e-Charif, aquela cidade seria a próxima a ser atacada devido a pequena distância em que se encontrava daquele centro comercial que hoje estava em disputa.

Muitas pessoas leais ao regime, já naquele dia, saíram da cidade em fuga, buscando se dirigir para o leste do país, rumo a fronteira com o Irã, onde o conflito poderia chegar mais tarde. O problema é que aquela população havia empobrecido muito, entre o 11 de setembro o o começo daqueles ataques e muita gente tinha que se deslocar caminhando apenas com a roupa do corpo, pois, naquele local já estavam passando por uma situação de extrema pobreza e fome, pela falta de alimentos. A situação para algumas daquelas famílias era totalmente desesperadora.

Naquele dia Marian foi novamente tentar provocar Aisha, que a tratou novamente de forma intensamente irônica. Antes de se retirar da parte de cima daquela casa enquanto Aisha estava a arrumar aquele espaço, Marian diz em tom ameaçador:

- Eu quero ver se quando Osnin chegar você vai continuar me tratando assim de forma tão irônica Aisha? Diz aquela senhora em tom também irônico.

- Que isso senhora? Eu tenho te tratado como sempre a tratei. Eu estou lhe respondendo como sempre lhe respondi. Estou cumprindo todas as suas ordens. Não sei porque me acusa dessa forma. Diz Aisha tentando demonstrar surpresa em sua fala, mas ainda demonstrando extrema ironia.

- Eu sei que está. O meu marido também saberá fazer tudo o que deve quando eu disser para ele tudo que tem feito enquanto ele esteve ausente. Certamente ele usará muito bem aquela vara contra você e lhe mostrará como deve tratar os mais velhos. Diz Aquela senhora em tom ameaçador.

- Porque me ameaça senhora? Questiona Aisha em tom mais direto.

- Porque você merece ser ameaçada. E eu estou sendo branda em aguardar que o seu marido a castigue com aquela vara. Eu poderia ser muito pior com você e mostrar aquela carta ao Conselho Religioso. Assim, você seria morta de forma cruel, mas tenho compaixão de você Aisha. Entretanto, esse meu sentimento pode desaparecer se continuar a me afrontar como tem feito.

- Eu não estou lhe afrontando senhora. De maneira nenhuma. Seria loucura de minha parte fazer isso, sabendo que a senhora tem aquela carta e que meu marido confia plenamente na senhora. Eu sei que o meu marido certamente me castigaria se a senhora o pedisse para fazer isso. Eu não estou entendendo o porque a senhora julga tão mal as minhas palavras? Questiona Aisha agora de forma mais direta e séria.

- Não se faça de desentendida Aisha. Você está mais insolente e irônica do que nunca. Quero ver demonstrar essa ironia quando Osnin estiver presente! Diz aquela senhora novamente em tom ameaçador.

- Senhora. Eu não vou mais dizer a senhora mais nada daqui pra frente. Só cumprirei as suas ordens. Tudo que digo sou mal interpretada nessa casa.

- Assim acho que será melhor Aisha. Apenas cumpra o que eu ordeno. Quem sabe assim não tenho compaixão de você e evito dizer a Osnin o que tem feito na sua ausência. Certamente terá muito mais chance de que ele não seja tão severo com você no castigo que te dará assim que retornar. Você viu que ele foi embora muito irritado e nem se despediu de você? Achas mesmo que ele voltará menos chateado?

- Espero que sim senhora. Espero que ele sinta falta do tempo bom que tivemos assim como eu sinto.

- Pois eu espero que esteja enganada e que Osnin nunca mais lhe perdoe. Que ao retornar ele intensifique os castigos contra você porque é isso que você merece. Diz aquela senhora em tom ameaçador a virar as costas e ir em direção as escadas, encerrando aquela conversa.

Aisha fica preocupada em meio aos seus pensamentos. Mas decide que não iria mais se abater a aquelas palavras de Marian. Aquela jovem estava decidida a enfrentá-la perante as situações e não sofrer mais durante aqueles conflitos. A resposta as provocações de Marian seriam de igual para igual dali para frente. Aquele dia continuaria sem maiores acontecimentos. 

Casamento forçado e abusivoWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu